segunda-feira, 5 de setembro de 2016

CAXUMBA



A caxumba também é chamada de parotidite viral, pois é uma doença causada por um vírus e que acomete as glândulas parótidas: as maiores glândulas salivares de nosso corpo, sendo duas, uma à direita e outra à esquerda, e localizadas na região logo abaixo e à frente de cada orelha.
Esta doença pode ser transmitida desde alguns dias antes do início dos sintomas até cerca de 5 dias após. O contágio ocorre pelo contato com a saliva de pessoas infectadas, através de gotículas. É mais comum na infância, nos meses de inverno e começo da primavera.
A principal manifestação da caxumba é o aumento da glândula parótida, aparentando um inchaço abaixo da orelha, e pode haver febre e dor à mastigação. Pode acometer 1 ou as 2 glândulas parótidas, e também apresentar inflamação nas outras glândulas salivares (abaixo da língua e da mandíbula). Mal-estar, falta de apetite e dor muscular podem estar presentes.
Complicações podem existir também em consequência da doença: orquite (inflamação dos testículos, causando inchaço), pancreatite (inflamação do pâncreas, causando dor abdominal importante e vômitos), artrite (inflamação de articulações) e meningite viral.
Não há tratamento específico para a caxumba, apenas sintomático. A criança deve permanecer em repouso, usar analgésicos se necessário, observar se há aparecimento de complicações e ser afastada da escola neste período.
Nem todos os casos de parotidite são devido à infecção pelo vírus da caxumba. A parotidite pode ser causada por outros vírus, tumores, doenças imunológicas e obstrução do ducto salivar.
 O diagnóstico geralmente é clínico e a confirmação por exame de laboratório só é necessária em alguns casos.
A prevenção da caxumba é feita por vacinação: tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola – SCR) ou quádrupla (sarampo, caxumba, rubéola e varicela – SCR-V). Desde 2013 o Ministério da Saúde recomenda uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses e uma dose da vacina quádrupla viral aos 15 meses de idade. As Sociedades Brasileira de Pediatria (SBP) e Brasileira de Imunizações (SBIm) recomendam que, aos 12 meses, a criança receba também uma dose da vacina varicela. Para crianças maiores, adolescentes e adultos recomendam-se duas doses com intervalo de 1 mês entre elas com a vacina tríplice ou quadrupla viral. As vacinas tríplice e quádrupla virais são vacinas de vírus vivos atenuados, portanto, contraindicadas para gestantes e imunodeprimidos (como por exemplo portadores de HIV). Reações adversas às vacinas são raras. As reações adversas mais comuns incluem reações locais, febre baixa e erupção cutânea; também pode ocorrer parotidite, 5 a 10 dias após a aplicação.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela SBP

CRM: 104.671

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