quarta-feira, 15 de abril de 2015

Envelhecimento


O mundo está envelhecendo e nunca na história do ser humano houve a expectativa de se viver mais de 60 anos como agora. A proporção atual de idosos na nossa população e as particularidades da saúde deste segmento etário, bem como do processo do envelhecer, fizeram com que surgisse a partir da metade do século passado a Geriatria, a especialidade médica que lida com os idosos e com o envelhecer.

Ao contrário da crença comum, idoso não é tudo igual. Em primeiro lugar precisamos entender que há duas formas de envelhecimento: o envelhecimento normal (senescência) e o envelhecimento errado (senilidade).

O envelhecimento normal acontece com todos, e deste não conseguimos fugir. Ele não nos impede de fazer esporte, de cuidar do intelecto e de ser ativo; ou seja, não impõe grandes limitações à vida.

Já o envelhecimento ruim ou patológico, esse sim pode trazer terríveis limitações. E isso identificamos facilmente ao vermos um idoso acamado, que perdeu a capacidade de cuidar de si próprio. Neste caso, podemos ter certeza que seu envelhecimento não foi bem sucedido, ou seja, ele não envelheceu bem.

Então quando é que devemos nos preocupar com o envelhecimento? As pesquisas mostram que alguns dos processos biológicos do envelhecimento humano já se iniciam desde o nascimento; alguns cientistas acreditam que eles se iniciam até mesmo antes de nascer. E todos são unânimes em dizer que uma vida saudável desde a época da nossa gestação influencia em algum grau o tipo de idoso que vamos ser.

Sabemos que normalmente, por volta dos 30 anos de idade, atingimos o alge da capacidade física, tanto no aspecto mental, como nos processos biológicos de que dependemos, como a capacidade respiratória ou da filtração dos rins. A partir de então temos uma lenta queda, que faz parte do processo normal do envelhecimento; ao mesmo tempo, estaremos muito sensíveis às ações do envelhecimento ruim, que se soma ao envelhecimento normal e pode fazer com que esta queda seja muito mais rápida.
Portanto, o envelhecimento é um processo contínuo e não uma mudança súbita a partir de certa idade. Trata-se de um processo contínuo, em que a prevenção e os hábitos saudáveis ao longo da vida contribuem com o envelhecimento saudável. É um processo ativo que nos torna idoso.

Envelhece com saúde quem se previne das doenças que podem aparecer ao longo da vida, como a hipertensão ou o diabetes, de preferência através do controle dos fatores de risco, como o fumo, o sedentarismo e o colesterol alto. Vale dizer que atividade física e uma alimentação saudável são algumas das bases para o bom envelhecimento. Exames médicos periódicos e o aconselhamento médico também podem garantir que estamos no caminho certo, mas é fundamental entender que antes de tudo, o envelhecimento saudável é uma escolha e um compromisso pessoal. Um compromisso antes de tudo com a manutenção da saúde, prevenção das doenças evitáveis ou das complicações das doenças inevitáveis. Enfim, o envelhecimento saudável se resume em prevenção.

Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Esporte na infância e adolescência


A prática de atividade física é um dos fatores indispensáveis para uma vida saudável, e deve ser valorizada já na infância.

Nas últimas décadas houve um grande aumento do tempo gasto com atividades sedentárias pelas crianças, como televisão, videogame e computador, tanto pelo aumento da tecnologia quanto pela diminuição das brincadeiras na rua. Isto resulta também no aumento do número de crianças obesas.

Vários benefícios da atividade física podem ser citados:

  • diminuição de hipertensão arterial;
  • diminuição da gordura corpórea, diminuindo o risco de infarto;
  • diminuição do risco de diabetes;
  • melhora do condicionamento físico e da auto-estima;
  • socialização.

Há uma grande variação individual no crescimento físico e psicológico entre crianças da mesma idade. Portanto, a idade não é um critério tão bom para definir o início da prática de esportes. Mas como regra geral, as atividades físicas recreativas são indicadas após 6 a 8 anos, e as competições após 13 anos.

Entre 6 a 8 anos, a criança já tem certa habilidade, e os esportes mais recomendados são:  natação, futebol,capoeira, ginástica, danças, corrida, salto e surf. Com 10 anos há maior condição de velocidade, sendo indicado o ciclismo e o atletismo.

Somente após o estirão do crescimento  é que as atividades que exigem força são liberadas, como musculação e remo. E só após os 13 anos, indica-se atividade em que haja competição.

Os pais e professores devem sempre levar em consideração o interesse e os limites da criança. Devem evitar críticas e transmitir tranqüilidade, sem cobrar resultados, principalmente em treinamentos competitivos.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.671