segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Cinto de Segurança e Gestantes

O uso do cinto de segurança é recomendado para a gestante quando motorista ou passageira, além de ser obrigatório por lei. Mas muitas mulheres grávidas não o usam por não conhecerem a forma correta de utilizá-lo, por desconforto ou por pensarem que o cinto pode ser perigoso para o bebê. Porém, na realidade, o seu uso oferece proteção na imensa maioria das ocasiões.

A correta utilização deste dispositivo deve ser estimulado e orientado pelos profissionais de saúde e pelos especialistas em Medicina de Tráfego.

Durante a gravidez, os acidentes de trânsito são a causa mais frequente de mecanismo de trauma e de hospitalização, além da principal causa de morte do feto relacionada a trauma materno.

Ferimentos graves, traumas abdominais intensos e hemorragia provocados pelos acidentes de trânsito podem ocasionar morte do feto, mas o principal risco para o feto é que a morte materna.

Os eventos adversos que são mais frequentes em gestantes que não usam o cinto de segurança são: morte fetal, baixo peso ao nascimento devido a ferimentos maternos, prematuridade, descolamento prematuro de placenta, hemorragias no parto e rotura do útero.

Através de estudos, concluiu-se que o cinto de segurança de três pontos confere proteção superior para a mãe e para o feto quando comparado ao simples (abdominal).

O posicionamento do cinto que proporciona maior segurança é:

  • faixa abdominal posicionada o mais abaixo possível do abdome, ao longo dos quadris, na parte superior das coxas;
  • faixa diagonal posicionada lateralmente ao útero, entre as mamas, devendo cruzar o meio do ombro. 

Os benefícios do uso do airbag na gravidez superam os riscos, desde que a gestante utilize corretamente o cinto de segurança, afastando o banco para trás o máximo possível.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.671

sábado, 1 de novembro de 2014

Pneumonias


A maioria das crianças tem cerca de 5 infecções respiratórias agudas por ano, como gripe, resfriado, laringite e pneumonia. E isto é considerado normal, principalmente em áreas urbanas.

Existem diversos fatores de risco para pneumonia. Alguns são:

  • desnutrição
  • baixa idade (principalmente menores de 1 ano)
  • doenças associadas ( cardiopatia, diabetes, anemia falciforme)
  • baixo peso ao nascer
  • permanência em creche
  • ausência de aleitamento materno
  • vacinação incompleta

Existem sinais que orientam a necessidade de procura imediata pelo hospital, chamados de “sinais de perigo” pela OMS (Organização Mundial de Saúde):

  • menores de 2 meses: frequência respiratória maior que 60 movimentos por minuto, febre alta, recusa alimentar, sonolência ou irritabilidade anormal.
  • maiores de 2 meses: recusa em ingerir líquidos, convulsão, falta de ar ou dificuldade em respirar.

A causa mais comum de pneumonias na infância é a infecciosa, ou seja, por vírus e bactéria, e mais raramente por fungos.

Os principais sinais e sintomas são tosse, febre e cansaço.

Na suspeita de pneumonia, a radiografia de tórax é feita para auxiliar o diagnóstico.

O tratamento dependerá da causa, e normalmente é feito com antibiótico específico, de acordo com a faixa etária.

A prevenção de pneumonias pelas principais bactérias pode ser feita por meio de vacinação. A vacina não impede que haja doença, mas diminui a chance dela ocorrer e diminui a incidência das formas graves.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.671

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Hepatite A

A hepatite A é uma doença contagiosa, causada pelo vírus da hepatite A e também conhecida como “hepatite infecciosa”.

Sua transmissão é oral-fecal, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus. E esta transmissão pode ocorrer desde antes do início dos sintomas (cerca de 10 dias) até 2 semanas do quadro da doença.

A clínica é bastante variável, podendo não apresenta sintomas em grande parte dos casos ou ser semelhante a um quadro gripal.

Quando há sintomas, inicialmente o paciente apresenta mal-estar, febre baixa, inapetência, fadiga, dor em articulação, náuseas/vômitos e desconforto abdominal.

Posteriormente pode ocorrer urina escura, fezes claras, pele e olhos amarelados (icterícia); este período costuma durar cerca de 4 a 6 semanas. Quanto maior a idade do paciente, mais intensos costumam ser os sintomas. Em crianças menores de 6 anos, os quadros com icterícia ocorrem em cerca de 5 a 10% dos pacientes; já em adultos, podem chegar a 70% dos pacientes.

Raramente ocorrem casos graves, chamados de fulminantes, pois causam uma lesão importante no fígado, levando à sua falência.

O diagnóstico da doença é realizado por exame de sangue, no qual se procura por anticorpos contra o vírus da doença.

Na maioria dos casos, a hepatite A é uma doença de caráter benigno e não há tratamento específico. Recomenda-se repouso e sintomáticos; medicamentos não devem ser usados sem prescrição médica para não agravar o dano ao fígado.

No caso das crianças, recomenda-se que sejam afastadas da escola/creche por duas semanas.

A melhor forma de se evitar a doença é melhorando as condições de higiene e de saneamento básico, como por exemplo:

  • Lavar as mãos após ir ao banheiro, trocar fraldas e antes de comer ou preparar alimentos;
  • Lavar bem, com água tratada, clorada ou fervida, os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos;
  • Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e carne de porco;
  • Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras;
  • Não tomar banho ou brincar perto de riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto a céu aberto;
  • Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios, para não comprometer o lençol d'água que alimenta o poço. Deve-se respeitar, por medidas de segurança, a distância mínima de 15 metros entre o poço e a fossa do tipo seca e de 45 metros, para os demais focos de contaminação, como chiqueiros, estábulos, valões de esgoto, galerias de infiltração e outros;
  • Caso haja algum doente com hepatite A em casa, utilizar hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária ao lavar o banheiro;

Atualmente, o Sistema Único de Saúde disponibiliza uma vacina específica contra o vírus causador da hepatite A, a partir de 1 ano de idade (até 1 ano e 11 meses), sendo 2 doses, com intervalo de 6 meses.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.671

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Infecção Urinária

A infecção urinária é uma das doenças mais comuns na infância, sendo mais frequente nos primeiros anos de vida. A denominação é caracterizada por infecção bacteriana em qualquer parte do aparelho urinário, sendo mais comum em meninas do que em meninos.

Em bebês o diagnóstico é mais difícil, por não haver queixa. Os sintomas principais são febre e recusa às mamadas; pode haver também vômitos e alterações na urina.

Já em crianças maiores há relato de dor ao urinar (disúria), dor abdominal  e odor fétido na urina, além da febre em alguns casos.

Caso a infecção seja severa e acometa o rim (pielonefrite), haverá dor nas costas, febre e calafrios.
A realização de ultra-sonografia no pré-natal é muito importante para o diagnóstico precoce de alterações do trato urinário; desta forma poderá haver prevenção de infecções urinárias nos recém-nascidos, evitando assim, lesões renais.

A doença é confirmada com exame de urina.

A urina deve ser colhida após limpeza local, para que não haja contaminação. Nos bebês normalmente usa-se um saco coletor; mas se necessário, existem outras formas de coleta.

No caso de infecção na criança, há dois pontos importantes:

  • o tratamento: feito à base de antibióticos, normalmente por via oral. Nos casos mais graves, ou em recém-nascidos, é indicado antibiótico endovenoso. Para alívio dos sintomas pode-se usar analgésicos.
  • o estudo do trato urinário: caso haja alteração do trato urinário, há uma maior predisposição à infecção. Neste caso, utiliza-se antibioticoterapia profilática, ou seja, usa-se antibiótico por tempo prolongado para prevenir novas infecções até que seja investigado se há alterações, e se houver, até que haja correção cirúrgica. Esta investigação pode ser feita por exames, como ultra-sonografia e exames radiológicos.

Dra.Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.671

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Desenvolvimento da Criança e a Família

A família é o primeiro e mais importante espaço onde se inicia o cuidado com as crianças. E o médico tem um papel importante no apoio à família, para que os pais entendam estes cuidados.

Algumas práticas familiares recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) são importantes para o crescimento e desenvolvimento saudável da criança, como por exemplo:
  • amamentação com leite materno exclusivo até os 6 meses de idade, mantendo-o após juntamente com alimentos saudáveis até os 2 anos de idade;
  • uso de vitamina A e ferro em quantidade necessária;
  • estimulação da criança por meio de conversa, jogos e atividades físicas apropriados à idade;
  • afeto e atenção para o desenvolvimento emocional da criança. O cuidado afetuoso é melhor do que críticas e punições constantes;
  • aplicação na data correta de todas as vacinas pertencentes ao calendário;
  • higiene adequada;
  • tratamento de doenças, administrando corretamente as medicações receitadas e seguindo as orientações médicas;
  • precauções para evitar acidentes domésticos;
  • realizar pré-natal corretamente.

O amor, as brincadeiras e a linguagem são os três “alimentos” mais importantes para o crescimento da mente. A criança que se sente amada, desenvolve segurança, confiança e capacidade de se relacionar bem consigo e com as outras pessoas.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra

CRM: 104.671

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Estatuto da Criança e do Adolescente


Como é possível oferecer garantia dos direitos às nossas crianças, principalmente nos dias de hoje, com tanta violência?

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma Lei Federal aprovada em julho de 1990. Composto por 267 artigos, ele garante os direitos e deveres de cidadania a crianças (0 a 12 anos) e adolescentes (12 a 18 anos), determinando à família, à sociedade, à comunidade e ao Estado a responsabilidade pela sua proteção integral.

Ele transformou a criança e o adolescente em cidadãos, que pela primeira vez na história brasileira têm prioridade absoluta.

Um de seus principais artigos refere-se à proteção à vida e à saúde, em condições dignas. Isto levou a uma priorização de assistência pelo SUS à gestante e ao recém-nascido, maior orientação e apoio à amamentação, entre outras melhorias.

Nesta mesma lei, tornou-se obrigatória a notificação de maus-tratos praticados contra crianças e adolescentes, e é nosso dever reportar qualquer anormalidade às autoridades competentes. Em nosso tempo atual, temos testemunhado diversas reportagens sobre abusos de vários tipos: trabalho infantil, crianças pedindo esmolas nos faróis, violência doméstica, exploração sexual pela Internet, etc. O ECA vem, portanto, garantir  uma proteção mais efetiva dessas vítimas.

O acesso à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer também está garantido pelo ECA.

Todos nós, como cidadãos, podemos e devemos participar da discussão dos problemas locais, formulando propostas e colaborando com os Órgãos responsáveis pelo cumprimento desta lei. Assim, teremos futuramente uma sociedade muito mais saudável, física e emocionalmente. 


Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.671

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Varicela (Catapora)

A varicela é uma doença causada por um vírus e que acomete pessoas de todas as idades, principalmente crianças entre 2 e 10 anos.

Esta é a época do ano mais comum do seu aparecimento, ou seja, do inverno até o começo da primavera.
A varicela é uma doença bastante contagiosa, que já pode ser  transmitida desde um dia antes de aparecerem as "manchinhas"  vermelhas (exantema), até cinco dias após o aparecimento da última “bolha” (vesícula).

A transmissão ocorre por contato direto, através de gotículas de saliva e espirro; mas o contato com a pele e roupas também pode transmitir a doença. Após o contato com um doente, a criança pode demorar até 15 a 20 dias para ter os sinais e sintomas da doença.

As lesões iniciam como pápulas ("pintinhas") vermelhas, tornam-se vesículas (bolhas pequenas) e depois formam a crosta ("casquinha"). A coceira (prurido), costuma incomodar bastante as crianças.  E as cicatrizes, dependendo do tipo de pele e da retirada das crostas, podem ser mais ou menos visíveis.
Além disso, pode haver febre, mal-estar e tosse.

Normalmente a varicela é uma doença simples
e benigna. Mas há casos raros que podem ter complicações mais graves, como pneumonia, infecções de pele por bactérias e alterações hemorrágicas. Nestas situações as crianças deverão ser acompanhadas com cuidado e às vezes até internadas.
Há vacina disponível para crianças a partir de 1 ano de idade, que auxilia na  proteção contra as formas mais graves da doença.

DICAS DE COMO AGIR:

  • o repouso não precisa ser absoluto, devendo apenas evitar os abusos como atividades físicas neste período.
  • evitar retirar as "casquinhas" para não haver cicatrizes mais profundas ou favorecer infecções.
  • medicações sintomáticas para febre e dor (analgésicos) podem ser usadas. Para outras medicações, consulte o seu médico.
  • banhos pelo corpo com água e maisena são um modo simples de aliviar a coceira; caso necessário, fale com seu médico para que ele possa receitar medicação que seja adequada.


Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.671

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Gripes e resfriados na infância

Resfriados são infecções das vias aéreas superiores (nariz, garganta e seios da face) e que eventualmente atingem também as inferiores (traquéia e brônquios). São causados por vários tipos de vírus, como o Rinovírus. O vírus chega ao nariz, provocando irritação e espirros, após leva a uma inflamação no local que causa obstrução (“nariz entupido”) e coriza (“nariz escorrendo”).Como sintomas gerais pode haver tosse, mal estar, dor no corpo, diminuição do apetite e às vezes febre baixa. Todos estes sintomas podem durar cerca de 2 a 7 dias, até que os mecanismos de defesa do nosso corpo destruam todos os vírus.

A diferença em relação à gripe é que esta é causada pelo vírus Influenza, que causa os mesmos sintomas mas com maior intensidade: febre mais alta (39°C), calafrios e dor de cabeça. E em alguns casos pode haver complicações, como infecções por bactérias – infecções de ouvido (otites), garganta (amigdalites) e pneumonias.

Uma criança entre 1 e 7 anos pode ter cerca de 6 a 8 resfriados em um ano. Conforme vai crescendo, este número diminui, com o aumento da resistência.

As crianças que são desnutridas ou que têm alguma doença crônica ou alergias respiratórias são mais susceptíveis às gripes e resfriados. O vírus é transmitido pelo ar, e para prevenir, algumas medidas podem ajudar:

  • manter o ambiente arejado;
  • evitar locais fechados e com muita gente;
  • lavar sempre as mãos;
  • exercício físico regular;
  • evitar stress;
  • alimentação  adequada e balanceada.

Além disso, há vacina contra o vírus da gripe, a partir dos 6 meses e que deve ser administrada especialmente em crianças com alergias respiratórias, doenças crônicas e crianças em instituições.

O tratamento das gripes e resfriados é feito apenas com sintomáticos, pois não há medicação específica. Deve-se tomar bastante líquidos, repousar e utilizar medicamentos para a dor e a febre.

No caso de dúvidas ou quadros mais complicados/graves, deve-se sempre procurar o médico!

Dra. Fernanda F. G. Miguel
CRM: 104.671
Pediatra

terça-feira, 1 de abril de 2014

Segurança e a criança


Prevenir é sempre o melhor remédio! Esta frase pode parecer um pouco antiga e repetitiva, mas a sua importância é grande demais para ser ignorada ou esquecida. E as “armadilhas” encontradas no dia-a-dia, são tantas, que em  cada fase do desenvolvimento da criança devemos nos preocupar com perigos diferentes.

Do recém-nascido até 4 meses de idade, as causas de acidentes mais comuns e suas formas de prevenção são as seguintes:

  1. asfixia (engasgo ou sufocamento): dar de mamar sempre com a criança no colo e nunca deitada sozinha para que ela não engasgue; ajustar os lençóis do berço para não haver risco de sufocamento; não deixar talco ao alcance das mãos da criança e nem próximo à sua cabeça para que ela não o aspire.
  2. queimaduras: verificar sempre a temperatura do banho e da mamadeira.
  3. quedas: não utilizar sapatos de salto alto ou escorregadios quando estiver com a criança no colo; utilizar sempre grades de proteção do berço.

Já dos 5 aos 12 meses são:

  1. aspiração de corpo estranho: nesta idade é necessária a supervisão constante de um adulto para impedir que a criança pegue pequenos objetos e os coloquem na boca. 
  2. intoxicações: nunca deixar produtos de limpeza ou medicamentos ao alcance das pequenas e rápidas mãozinhas.
  3. afogamentos: cobrir e cercar piscinas e mais uma vez manter a vigilância.
  4. queimaduras: não deixar cabos de panelas para fora do fogão e principalmente manter os pequenos engatinhadores longe da cozinha, colocando portas ou grades.
  5. choque elétrico: cobrir as tomadas que estão ao alcance da criança.

Entre 1 e 5 anos, além das causas acima, estão  inclusos os acidentes de trânsito, que se prolongam como causa até a idade adulta. Para evitá-los, lembrar de atravessar sempre na faixa de segurança, olhar para os lados ao atravessar e aguardar a abertura do farol de pedestres.

O uso de assentos específicos para o tamanho de cada criança merece uma explicação à parte:

  • cadeirinha: deve ser colocada no meio do banco traseiro, presa pelo cinto do carro. Usada de costas para o painel desde recém-nascido até 10kg, e de frente para o painel se a criança tiver entre 10 e 18kg (4 a 5 anos);
  • assento-elevador: colocado nas laterais do banco traseiro, para elevar  a criança e impedir que o cinto fique em seu pescoço.
  • cinto de segurança: sozinho, deve ser usado só quando a criança chegar a 1,45m de altura.
De 6 a 15 anos os acidentes esportivos são freqüentes, como queda de bicicleta, skate e patins. O uso de equipamentos de proteção auxilia bastante na prevenção deste tipo de acidente.

E finalmente, acima de 15 anos surge como causa de acidentes o uso de drogas lícitas (álcool) e ilícitas e de armas, cuja grande forma de prevenção é o diálogo, a informação e a educação.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM:104.671

sábado, 1 de março de 2014

A visão e a criança

Os cuidados com a visão da criança,começam antes mesmo do seu nascimento. Por mais este motivo, o pré-natal é muito importante. Doenças como a toxoplasmose e a rubéola durante a gestação, se não diagnosticadas e tratadas, podem causar problemas de visão e até cegueira.

Os recém-nascidos enxergam tudo desde o princípio, mas de forma  pouco clara; a total visão do bebê se desenvolve com o tempo. Logo na maternidade é realizado um exame simples pelo Pediatra, que é o “Reflexo Vermelho”. Ele consiste na visualização do fundo do olho do bebê com uma luz; é considerado normal quando os dois olhos apresentam um reflexo vermelho brilhante. O exame é feito para descartar doenças como o retinoblastoma (câncer ocular) e a catarata congênita.

Após o nascimento, apesar do acompanhamento com o Pediatra, o exame rotineiro dos olhos no consultório do médico Oftalmologista é muito importante para a preservação de uma boa visão, e isso deve ocorrer em todas as idades. O primeiro exame oftalmológico deve ser realizado quando a criança tem uma idade de aproximadamente dois anos, caso não haja nenhum sinal de anormalidade, como diferença de cor entre os olhos do bebê, secreção, estrabismo ou persistência de lacrimejamento constante. Um bebê prematuro deve ser acompanhado desde os primeiros meses com o especialista.

Existem vários testes de visão que podem ser aplicados tanto em bebês quanto em crianças. O importante é os pais não adiarem a visita ao Oftalmologista, e não deixarem de repeti-la anualmente, pois uma criança que na idade pré-escolar tenha sido considerada como vendo bem, pode desenvolver posteriormente problemas de visão, como miopia, hipermetropia e astigmatismo, que necessitam de correção (uso de óculos).

Os pais e os professores devem estar sempre atentos durante o período em que as crianças aprendem a ler e a escrever. As dificuldades de aprendizagem podem ser um indício de que a criança enxerga mal.

Portanto, somente com o exame oftalmológico rotineiro, independente de idade ou presença de sintomas, poderemos preservar nossa tão valiosa visão por toda a vida.


Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra

CRM: 104.671

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Meningite


Quando alguém ouve falar em meningite, logo vem a preocupação: uma doença muito grave!!!  Mas a maioria das pessoas não sabe exatamente o que é essa doença e que nem sempre ela é tão grave quanto se pensa.

A meningite é uma inflamação das meninges, ou seja, das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal (estrutura nervosa que fica dentro da coluna).

Uma das informações importantes sobre a meningite é que há diversas causas, tanto infecciosas como não-infecciosas:

  • infecciosas: causadas por bactérias (meningococo, pneumococo, hemófilo, etc.), vírus, fungos, parasitas (vermes) e outras (tuberculose).
  • não-infecciosas: tumores, traumas (sangramento intracraniano), doenças auto-imunes, intoxicações (por chumbo, mercúrio) e outras.

Os sinais e sintomas da meningite são bem variados e dependem muito da idade da criança. Em bebês há uma grande dificuldade no diagnóstico, pois pode haver somente achados mínimos; febre, vômito, irritabilidade e abaulamento da fontanela (moleira alta) podem aparecer ou não.

Nas crianças maiores também são indícios a febre, o vômito e a irritabilidade; além disso, dor de cabeça e/ou na nuca, dificuldade em dobrar o pescoço, convulsão, sensibilidade à luz e confusão mental. Pontinhos vermelhos na pele ocorrem principalmente em alguns casos de meningite meningocócica.

Quando há suspeita de meningite, o principal exame é a análise do líquido cefalorraquidiano ou líquor, que é o líquido que envolve a meninge. Ele é coletado por uma punção feita com agulha, na parte lombar da coluna, entre as vértebras. O líquor é enviado ao laboratório e por sua análise mostrará se há infecção e qual o tipo provável desta.

Após o diagnóstico, se for meningite causada por bactéria, o tratamento consistirá em antibióticos adequados. Caso o agente for um vírus, o tratamento é só de suporte, ou seja, monitorização clínica e uso de sintomáticos, a não ser que seja um caso mais grave, como o da meningite pelo herpes-vírus, que possui tratamento com medicação específica.

Normalmente, independente da causa, a criança deverá ser monitorada em hospital por pelo menos 48 a 72 horas, pois as complicações ocorrem neste período.

Nos casos em que o agente é menos agressivo e com o tratamento rápido e adequado, há uma boa evolução, sem problemas futuros para o desenvolvimento da criança.

É importante lembrar que a vacinação protege contra alguns vírus e bactérias causadores de meningite. Porém, não há vacina para todos os agentes e algumas vacinas não são aplicadas nos Postos de Saúde, e sim, somente em clínicas particulares. Além disso, a vacina não dá eficácia de 100% contra a meningite, mas diminui muito o risco e a gravidade da doença.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.671

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Parotidite (Caxumba)



A parotidite, popularmente chamada de caxumba, é uma doença causada por um vírus, que atinge as parótidas: glândulas produtoras de saliva que ficam na face, abaixo e à frente das orelhas. Ocorre então o inchaço destas glândulas, dando aquela aparência de “bochechão”.

É mais comum em crianças, principalmente após os 2 anos de idade. A época do ano mais comum do seu aparecimento é entre o inverno e a primavera.

O vírus é transmitido pela via respiratória, pelo contato direto com a saliva e o espirro. A doença pode demorar até cerca de 15 dias para se manifestar. Clinicamente há aumento e dor na região da parótida, além de febre e pode ocorrer em um ou ambos os lados.

Normalmente o diagnóstico é feito pelo exame físico, mas quando há dúvidas, pode-se fazer exames de laboratório para a confirmação. A caxumba costuma ser uma doença benigna e que não tem tratamento específico: usa-se medicação para febre e dor, e recomenda-se o repouso.

Eventualmente pode haver algum tipo de complicação, que são raras na maioria dos casos, como:

  • orquite: dor e inflamação do(s) testículo(s); quando o vírus acomete os meninos, o repouso é fundamental para diminuir a dor e o inchaço, e para evitar lesão destes órgãos e a esterilidade.
  • ooforite: acometimento do(s) ovário(s); semelhante à orquite, porém em meninas.
  • pancreatite: quando há acometimento do pâncreas, causando dor abdominal e vômitos.
  • meningite: pode ocorrer quando o vírus acomete as meninges, causando dor de cabeça, vômitos e rigidez de nuca.

Para prevenir a caxumba, há vacina específica, dada de rotina  nos Postos de Saúde aos 12 meses, associada à de sarampo e rubéola – é a chamada Tríplice Viral. Há alguns anos o Ministério da Saúde acrescentou uma dose de reforço entre os 4 e 6 anos de idade.

Portanto, mais uma vez vemos a importância de seguir o calendário vacinal para todas as crianças.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.671