segunda-feira, 17 de julho de 2017

FIBROMIALGIA


A Fibromialgia é uma das doenças reumatológicas mais frequentes. Caracterizada por dor muscular generalizada no corpo acompanhada de sintomas de fadiga, e alterações de sono, memória e humor.
Geralmente o primeiro indício de fibromialgia é uma dor localizada que persiste e, com o tempo, evolui e se alastra para tornar-se difusa, assemelhando-se à dor que toma o corpo todo após uma gripe forte. Normalmente a dor surge sem motivo, mas às vezes pode ser desengatilhada por traumas psicológicos, físicos, como uma lesão provocada por um acidente de carro, ou infecções.
Até os anos 1990, usava-se um mapa para testar a sensibilidade do paciente. Os 18 pontos distribuídos pelo corpo eram os mais citados por pacientes como locais doloridos. São simétricos bilateralmente, e a maioria se concentra acima da cintura. Alguns deles, em especial na nuca, nas escápulas e na parte externa dos cotovelos, ao serem pressionados provocavam gritos de dor.
Ainda assim, a dor da fibromialgia é diferente das dores agudas, como as causadas por um corte ou uma porta que se fecha violentamente sobre um dedo. Na fibromialgia, a pessoa vai se adaptando e passa a conviver com ela no dia a dia, o que motiva a descrença por parte de quem convive com ele.
Para o diagnóstico de fibromialgia é necessário haver dor em todo o corpo por mais de três meses, na maioria dos dias ao longo desse período. Os pontos de dor hoje em dia, ajudam, mas não são definidores do diagnóstico. É necessário haver um conjunto de outros sintomas que englobam cansaço extremo, alteração do sono, da concentração e problemas de memória.
Entre esses sintomas, é marcante o papel da fadiga para caracterização da doença. O processo de diagnóstico inclui um questionário que visa a avaliar o impacto do cansaço na rotina do paciente. O indivíduo classifica de 0 a 10 o nível de dificuldade que enfrentou para realizar determinadas tarefas. E pelo grau de exigência das tarefas, podemos ter uma ideia do quão intensa pode ser a falta de energia.
A doença costuma surgir em mulheres entre 30 e 55 anos, embora haja casos de pessoas mais velhas, adolescentes e até crianças acometidas, compondo no Brasil um contingente de aproximadamente 5 milhões de pessoas (cerca de 2% a 3% da população, percentual próximo ao que se estima no mundo).


FARDO FEMININO
Existem dez vezes mais mulheres atingidas que homens. Segundo o National Institute of Arthritis and Musculoskeletal and Skin Diseases, entre 80% e 90% das pessoas com fibromialgia são mulheres.


A ligação entre fibromialgia e o sexo feminino pode estar na serotonina, neurotransmissor que influencia o sono, a produção de hormônios, o ritmo cardíaco e outras funções fisiológicas importantes. As mulheres produzem menos serotonina, e por isso são mais propensas a problemas como depressão, enxaqueca e transtornos de humor, principalmente no período de TPM. Como o neurotransmissor também participa do processamento da dor, talvez esse seja a explicação para o número muito maior de pacientes mulheres.

Além da forte relação com o sexo feminino, a doença tem laços estreitos com a depressão. Cerca de 50% dos fibromiálgicos apresentam também esse transtorno grave, com um quadro agravando o outro: a dor e o descrédito provocam reclusão, piorando a depressão, que por sua vez intensifica a dor – de forma real, e não psicológica.

TRATAMENTO 

Como a dor da fibromialgia não tem uma origem definida, analgésicos e anti-inflamatórios não ajudam. Os medicamentos que surtem algum efeito são os da classe dos antidepressivos e neuromoduladores. Porém, alguns pacientes podem encarar a prescrição com desconfiança, devido à imagem negativa que as doenças psiquiátricas têm em nossa sociedade. Aqueles que tiveram de encarar incredulidade até chegar ao diagnóstico podem até expressar revolta, interpretando que a sombra da “dor psicológica” está voltando e que estão sendo tratados de algum transtorno psiquiátrico. No caso da fibromialgia, entretanto, tais remédios são usados simplesmente para aumentar a quantidade de neurotransmissores que diminuem a dor.

Atualmente, a palavra-chave do tratamento para fibromialgia é atividade física. E muitas vezes inclui-se alguma medicação para permitir a prática de exercícios, por exemplo, para melhorar padrão de sono e ser reparador.

A fibromialgia não é considerada uma doença curável. Existem casos em que os sintomas diminuem consideravelmente, chegando a quase desaparecer, mas há outros em que será necessário fazer controle por toda a vida. Entender esse fato é fundamental para levar o tratamento da melhor forma possível.

Assim como a retroalimentação que ocorre fibromialgia e depressão, os sintomas da doença trazem uma série de problemas que se acumulam e se reforçam. A dor altera o humor, que afeta o rendimento profissional e as relações sociais, o que aumenta o estresse, que é um dos gatilhos da dor e assim estende-se ao infinito.

Pacientes não precisam se preocupar com danos graves, como deformações ou paralisação de membros. Mantido o tratamento, a perspectiva é que as dores regridam ao custo de uma rotina que é recomendada para a saúde de qualquer ser humano: atividade física regular.

Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia
Especialista em Cuidados Paliativos pela Associação Médica Brasileira

segunda-feira, 3 de julho de 2017

ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO NA INFÂNCIA



Desenvolvimento é o aumento da capacidade de uma criança em realizar funções ou tarefas cada vez mais complexas; e isto depende principalmente do amadurecimento do sistema nervoso central.
A resposta das crianças, nas diferentes tarefas, depende também de vários outros aspectos: idade, estímulo dos pais/ escola, convivência com outras crianças, relação com o ambiente onde vive, se a criança nasceu prematura ou teve algum problema durante a gestação/parto, etc.
Existem quatro aspectos principais a serem considerado na avaliação do desenvolvimento infantil:

·         Comportamento motor = são “aprendizados” motores, como: sustentar a cabeça, sentar, engatinhar, andar e pegar ou manipular objetos. 
·         Comportamento adaptativo = organização e adaptação em resposta aos estímulos, estando relacionado ao aspecto de aprendizagem. 
·         Comportamento de linguagem = comunicação verbal (pela fala) e não-verbal.
·         Comportamento pessoal-social = reações da criança relacionadas à sua cultura social (influenciadas pelo ambiente).

É muito importante que os pais saibam que mesmo sendo esperado que a criança realize uma determinada atividade com uma certa idade, cada criança tem o seu tempo. Pode ser que um dos filhos ande mais cedo que o outro, ou comece a falar mais tarde.
Para cada faixa etária, é esperado que a criança realize algumas atividades, como:
·         2 MESES:
o   Fixa o olhar no rosto da mãe ou de quem está em frente.
o   Reage ao som (com choro, susto ou movimentos).
o   Eleva a cabeça quando de barriga para baixo.
·         4 MESES:
o   Segura objetos por alguns segundos.
o   Emite sons.
o   Sustenta a cabeça quando no colo.
·         6 MESES:
o   Alcança um brinquedo próximo.
o   Leva objetos à boca.
o   Localiza o som, virando para o local de onde é emitido.
o   Rola da cama.
·         9 MESES:
o   Brinca de “esconde – acha”, retirando um pano do rosto.
o   Transfere objetos de uma mão para outra.
o   Duplica sílabas (“papa”, “dada”).
o   Senta sem apoio.
·         12 MESES:
o   Imita gestos.
o   Anda com apoio.
·         15 MESES:
o   Executa gestos a pedido.
o   Produz uma palavra.
o   Anda sem apoio.
·         18 MESES:
o   Identifica 2 objetos.
o   Rabisca espontaneamente.
o   Produz 3 palavras.
o   Anda para trás.
·         24 MESES:
o   Tira roupa.
o   Constrói torre de 3 cubos.
o   Chuta a bola.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela SBP
CRM: 104.671


terça-feira, 20 de junho de 2017

Mieloma


Mieloma é um tumor maligno que se desenvolve nas células plasmáticas, ou plasmócitos, um subtipo do linfócitos B, glóbulos brancos produzidos na medula óssea (tecido gelatinoso que preenche a cavidade dos ossos).
Os plasmócitos são responsáveis pela produção de imunoglobulinas, que são nossos anticorpos, ou seja, nosso sistema de defesa que protege o organismo contra infecções por vírus, bactérias ou fungos. Cada tipo de plasmócito dá origem a uma imunoglobulina diferente.
Nosso corpo está em permanente processo de renovação celular, e assim, a todo momento, células morrem e outras nascem para substituí-las. Para que esse processo funcione perfeitamente, é indispensável que cada célula faça cópias idênticas a si mesma, a fim de não comprometer a integridade da informação genética.
O mieloma surge quando uma determinada célula plasmática sofre mutação e, no lugar de produzir imunoglobulina, produz cópias marcadas pela presença de proteína M, ou proteína monoclonal. O crescimento desordenado das células do mieloma pode afetar a medula óssea e acarretar transtornos como o aumento do volume do plasma e da viscosidade do sangue, lesões líticas (nos ossos), insuficiência renal e mau desempemho do sistema imunológico.
Em alguns casos, a produção de imunoglobulinas torna-se  tão intensa que o individuo passa por sessões de plasmaférese, um procedimento que ajuda a reduzir a concentração de células anormais no plasma.
Os plasmócitos anormais produtores de proteína monoclonal podem formar um aglomerado tumoral único, localizado dentro ou fora da medula óssea. Conhecidas como plasmacitoma solitário, as lesões extramedulares podem aparecer nos ossos ou em tecidos moles, especialmente nas vias aéreas superiores. Estas últimas costumam responder bem ao tratamento cirúrgico. Estudos sugerem que o plasmocitoma solitário do osso é o primeiro sinal do mieloma múltiplo que pode disseminar-se pelo organismo.
Mieloma múltiplo é o nome que se dá à doença, quando existem “múltiplos” focos de lesão maligna – tumor ou perda de massa óssea – nos ossos em que se instalam, ou uma proliferação de plasmócitos anormais na medula óssea.
Causas e população de risco
As causas do mieloma múltiplo ainda são desconhecidas, e por isso não sabemos quais seriam formas de prevenção. Algumas hipóteses seriam exposição a certas substâncias químicas e à radiação, infecções virais, que desencadeariam o processo em indivíduos geneticamente predispostos.
O que já se sabe é que o mieloma múltiplo afeta mais os homens do que as mulheres entre 50 e 70 anos de idade, com pico de incidência por volta dos 60, 65 anos, e que é mais frequente nos negros e seus descendentes. Raramente em adultos com menos de 40 anos, ou na infância.  Ter um parente de primeiro grau portador de mieloma múltiplo, também representa um fator de risco para a doença.
Sintomas
Nas fases iniciais, o mieloma pode ser assintomático. Quando a doença dá sinais, eles podem variar muito de uma pessoa para outra, mas os mais frequentes são:
- dores ósseas, especialmente no peito, nas costelas e nas costas;
- fraturas ósseas espontâneas (as células do mieloma interferem no processo de reabsorção/recomposição da massa óssea, o que debilita a estrutura dos ossos);
- hipercalcemia, ou seja, níveis elevados de cálcio no sangue decorrente da reabsorção óssea provocada pelo acúmulo de células do mieloma;
- predisposição a infecções;
- anemia, cansaço, fraqueza, palidez;
- insuficiência renal;
- confusão mental;
- perda de apetite e de peso;
- sede excessiva.
Diagnóstico
O diagnóstico do mieloma múltiplo baseia-se na avaliação clínica do paciente e nos resultados de exames.
-       Hemograma,
-       eletroforese de proteínas
-       imunofixação da proteína realizados em amostras de sangue e de urina.
-       mielograma, ou aspirado da medula óssea seguido de biópsia.
-       Exames de imagem (Raios X, tomografia computadorizada e ressonância magnética), são úteis para determinar lesões ósseas

Tratamento
Ainda não há tratamento para cura definiva,  mas os tratamentos avançaram muito e focam em aliviar os sintomas, evitar complicações e retardar a progressão da doença de tal forma que o doente possa gozar boa qualidade de vida..
Nos últimos anos, o prognóstico do mieloma múltiplo melhorou muito, porque surgiram medicamentos com mecanismo de ação que interfere na multiplicação das células tumorais.
- terapia biológica - agem no sistema imunológico a fim de restabelecer as defesas naturais do organismo e conter a disseminação dos plasmócitos anormais;
- terapia–alvo – drogas desenvolvidas para bloquear alvos moleculares específicos com o objetivo de manter a divisão celular sob controle.
Além desses, os biofosfonatos, por via oral ou endovenosa, são úteis para reprimir a progressão das lesões ósseas e da osteoporose, e os corticosteroides (prednisona e dexametasona), conhecidos por sua ação anti-inflamatória, demonstraram também eficácia contra células de mieloma.
Quimioterapia e radioterapia, isoladamente ou combinados, são outros recursos importantes para o tratamento.
Atualmente, o transplante autólogo de células estaminais (células-tronco embrionárias) representa uma conquista expressiva no tratamento do mieloma múltiplo. No entanto, ele costuma ser indicado para pacientes com menos de 65 anos e que não apresentem outros problemas de saúde associados.
O procedimento consiste em substituir a medula óssea doente por outra saudável. Para tanto, células-tronco formadoras de sangue são coletadas no próprio doente e encaminhadas para congelamento. Nesse meio tempo, ele recebe doses altas de quimioterapia para destruir o que resta da medula óssea danificada. O passo seguinte é descongelar as células-tronco previamente preparadas para infundi-las no paciente, a fim de que comecem a reconstruir a medula óssea.
Pacientes assintomáticos de maneira geral e os portadores de uma condição conhecida como mieloma múltiplo latente, podem retardar o início do tratamento. No entanto, precisam manter acompanhamento médico para monitorar a progressão da doença.
A manutençåo da boa qualidade de vida é indispensável durante todo o seguimento, independente do tipo de tratamento.


Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia

Especialista em Cuidados Paliativos pela Associação Médica Brasileira

segunda-feira, 5 de junho de 2017

AUDIÇÃO



O número de casos de surdez em crianças nascidas é elevado: cerca de 2 crianças para cada 1.000 crianças normais que nascem.
            Porém, o diagnóstico precoce pode evitar transtornos de linguagem e pode permitir um melhor desenvolvimento destas crianças.
            Portanto, a triagem auditiva deve ser realizada antes dos 3 meses de vida, de preferência na maternidade, para que seja feito um atendimento adequado até os 6 meses de idade.
            Existem dois testes que podem ser realizados:
-emissões otoacústicas (EOA): é mais rápido e não precisa que a criança colabore com o exame, apesar de haver uma pequena chance de não mostrar alteração em alguns casos.
-potencial auditivo do tronco encefálico (BERA): necessita de equipe treinada, é mais caro e a criança normalmente precisa de sedação que ele possa ser realizado.
            Existem algumas crianças recém-nascidas que são consideradas de alto risco para perda auditiva: crianças com história de surdez congênita na família, infecções congênitas (toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose e sífilis durante a gestação), meningite, convulsões, hemorragia intracraniana, prematuros e síndromes genéticas.
            Caso haja alguma alteração no teste de triagem, a criança deverá ter um acompanhamento médico e fonoaudiológico para a confirmação e seguimento.

 
Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela SBP

CRM:104.671

terça-feira, 16 de maio de 2017

Cuidados Paliativos


O alívio do sofrimento, a compaixão pelo doente e seus familiares, o controle impecável dos sintomas e da dor, a busca pela autonomia e pela manutenção de uma vida ativa enquanto ela durar: esses são alguns dos princípios dos Cuidados Paliativos que, finalmente, começam a ser reconhecidos em todas as esferas da sociedade brasileira.

Os Cuidados Paliativos foram definidos pela Organização Mundial de Saúde em 2002 como uma abordagem ou tratamento que melhora a qualidade de vida de pacientes e familiares diante de doenças que ameacem a continuidade da vida. Para tanto, é necessário avaliar e controlar de forma impecável não somente a dor, mas, todos os sintomas de natureza física, social, emocional e espiritual.
O tratamento em Cuidados Paliativos deve reunir as habilidades de uma equipe multiprofissional para ajudar o paciente a adaptar-se às mudanças de vida impostas pela doença, e promover a reflexão necessária para o enfrentamento desta condição de ameaça à vida para pacientes e familiares. 
Para este trabalho ser realizado é necessário uma equipe mínima, composta por: um médico, uma en­fermeira, uma psicóloga, uma assistente social e pelo menos um profissional da área da reabilitação (a ser definido conforme a necessidade do paciente). Todos devidamente treinados na filosofia e prática da paliação.

A Organização Mundial de Saúde desenhou um modelo de intervenção em Cuidados Paliativos onde as ações paliativas têm início já no momento do diagnóstico e o cuidado paliativo se desenvolve de forma conjunta com as terapêuticas capazes de modificar o curso da doença. A paliação ganha expressão e importância para o doente à medida que o tratamento modificador da doença (em busca da cura) perde sua efetividade. Na fase final da vida, os Cuidados Paliativos são imperiosos e perduram no período do luto, de forma individualizada.

As ações incluem medidas terapêuticas para o controle dos sintomas físicos, intervenções psicoterapêuticas e apoio espiritual ao paciente do diagnóstico ao óbito. Para os familiares, as ações se dividem entre apoio social e espiritual e intervenções psicoterapêuticas do diagnóstico ao período do luto. Um programa adequado inclui ainda medidas de sustentação espiritual e de psicoterapia para os profissionais da equipe, além de educação continuada.
A condição ideal para o desenvolvimento de um atendimento satisfatório deve compreender uma rede de ações composta por consultas ambulatoriais, assistência domiciliar e internação em unidade de média complexidade, destinada ao controle de ocorrências clínicas e aos cuidados de final de vida. 

Informações sobre a definição de Cuidados Paliativos pela Organização Mundial da Saúde estão no link: http://tinyurl.com/5228js


História dos Cuidados Paliativos
Alguns historiadores apontam que a filosofia paliativista começou na antiguidade, com as primeiras definições sobre o cuidar. Na Idade Média, durante as Cruzadas, era comum achar hospices (hospedarias, em português) em monastérios, que abrigavam não somente os doentes e moribundos, mas também os famintos, mulheres em trabalho de parto, pobres, órfãos e leprosos. Esta forma de hospitalidade tinha como característica o acolhimento, a proteção, o alívio do sofrimento, mais do que a busca pela cura.
No século XVII, um jovem padre francês chamado São Vicente de Paula fundou a Ordem das Irmãs da Caridade em Paris e abriu várias casas para órfãos, pobres, doentes e moribundos. Em 1900, cindo das Irmãs da Caridade, irlandesas, fundaram o St. Josephs´s Convent, em Londres, e começaram a visitar os doentes em suas casas. Em 1902, elas abriram o St. Joseph´s Hospice com 30 camas para moribundos pobres.


Cicely Saunders e os Cuidados Paliativos modernos
Cicely Saunders nasceu em 22 de junho de 1918, na Inglaterra, e dedicou sua vida ao alívio do sofrimento humano. Ela graduou-se como enfermeira, depois como assistente social e como médica.  Escreveu muitos artigos e livros que até hoje servem de inspiração e guia para paliativistas no mundo todo. 
Em 1967, ela fundou o St. Christopher´s Hospice, o primeiro serviço a oferecer cuidado integral ao paciente, desde o controle de sintomas, alívio da dor e do sofrimento psicológico.  Até hoje, o St. Christopher´s é reconhecido como um dos principais serviços no mundo em Cuidados Paliativos e Medicina Paliativa.
Cicely Saunders conseguiu entender o problema do atendimento que era oferecido em hospitais para pacientes terminais. Até hoje, famílias e pacientes ouvem de médicos e profissionais de saúde a frase “não há mais nada a fazer”.  A médica inglesa sempre refutava: “ainda há muito a fazer”.  Ela faleceu em 2005, em paz, sendo cuidada no St. Christopher´s.


Cuidados Paliativos no Brasil

O movimento paliativista tem crescido enormemente, neste início de século, no mundo todo. Na Inglaterra, em 2005, havia 1.700 hospices, com 220 unidades de internação para adultos, 33 unidades pediátricas e 358 serviços de atendimento domiciliar. Estes serviços todos ajudaram cerca de 250 mil pacientes entre 2003 e 2004. Na Inglaterra, pacientes têm acesso gratuito a Cuidados Paliativos, cujos serviços são custeados pelo governo ou por doações. A medicina paliativa é reconhecida como especialidade médica.
Nos Estados Unidos, o movimento cresceu de um grupo de voluntários que se dedicava a pacientes que morriam isolados para uma parte importante do sistema de saúde. Em 2005, mais de 1,2 milhão de pessoas e suas famílias receberam tratamento paliativo. Nesse país, a medicina paliativa é uma especialidade médica reconhecida também.
No Brasil, iniciativas isoladas e discussões a respeito dos Cuidados Paliativos são encontradas desde os anos 70. Contudo, foi nos anos 90 que começaram a aparecer os primeiros serviços organizados, ainda de forma experimental. Vale ressaltar o pioneirismo do Prof. Marco Túlio de Assis Figueiredo, que abriu os primeiros cursos e atendimentos com filosofia paliativista na Escola Paulista de Medicina – UNIFESP/EPM. Outro serviço importante e pioneiro no Brasil é o do Instituto Nacional do Câncer – INCA, do Ministério da Saúde, que inaugurou em 1998 o hospital Unidade IV, exclusivamente dedicado aos Cuidados Paliativos. Contudo, atendimentos a pacientes fora da possibilidade de cura acontecem desde 1986. Em dezembro de 2002, o Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo – HSPE/SP inaugurou sua enfermaria de Cuidados Paliativos, comandada pela Dra. Maria Goretti Sales Maciel. O programa, no entanto, existe desde 2000. Em São Paulo, outro serviço pioneiro é do Hospital do Servidor Público Municipal, comandado pela Dra. Dalva Yukie Matsumoto, que foi inaugurado em junho de 2004, com início do projeto em 2001.
A primeira tentativa de congregação dos paliativistas aconteceu com a fundação da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos – ABCP pela psicóloga Ana Geórgia de Melo, em 1997. 
Contudo, com a fundação da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, em 2005, os Cuidados Paliativos no Brasil deram um salto institucional enorme. Com a ANCP, avançou a regularização profissional do paliativista brasileiro, estabeleceu-se critérios de qualidade para os serviços de Cuidados Paliativos, realizou-se definições precisas do que é e o que não é Cuidados Paliativos e levou-se a discussão para o Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Conselho Federal de Medicina - CFM e Associação Médica Brasileira – AMB. Participando ativamente da Câmera Técnica sobre Terminalidade da Vida e Cuidados Paliativos do CFM, a ANCP ajudou a elaborar duas resoluções importantes que regulam a atividade médica relacionada a esta prática. 
 Em 2009, pela primeira vez na história da medicina no Brasil, o Conselho Federal de Medicina incluiu, em seu novo Código de ética Médica, os Cuidados Paliativos como princípio fundamental. A ANCP luta pela regularização da Medicina Paliativa como área de atuação médica junto à Associação Médica Brasileira e a universalização dos serviços de Cuidados Paliativos no Ministério da Saúde.


Cenário atual no Brasil
No Brasil, as atividades relacionadas a Cuidados Paliativos ainda precisam ser regularizadas na forma de lei. Ainda imperam no Brasil um enorme desconhecimento e muito preconceito relacionado aos Cuidados Paliativos, principalmente entre os médicos, profissionais de saúde, gestores hospitalares e poder judiciário. Ainda se confunde atendimento paliativo com eutanásia e há um enorme preconceito com relação ao uso de opióides, como a morfina, para o alívio da dor. 
Ainda são poucos os serviços de Cuidados Paliativos no Brasil. Menor ainda é o número daqueles que oferecem atenção baseada em critérios científicos e de qualidade.  A grande maioria dos serviços ainda requer a implantação de modelos padronizados de atendimento que garantam a eficácia e a qualidade. 
Há uma lacuna na formação de médicos e profissionais de saúde em Cuidados Paliativos, essencial para o atendimento adequado, devido à ausência de residência médica e a pouca oferta de cursos de especialização e de pós-graduação de qualidade. Ainda hoje, no Brasil, a graduação em medicina não ensina ao médico como lidar com o paciente em fase terminal, como reconhecer os sintomas e como administrar esta situação de maneira humanizada e ativa.
A ANCP prevê que, nos próximos anos, essa situação deverá mudar rapidamente. Com a regularização profissional, promulgação de leis, quebra de resistências e maior exposição na mídia (como na atual novela da TV Globo, Viver a Vida), haverá uma demanda por serviços de Cuidados Paliativos e por profissionais especializados. A ANCP e seus parceiros lutam para que isso de fato se torne realidade. A regularização legal e das profissões, por exemplo, permitirá que os planos de saúde incluam Cuidados Paliativos em suas coberturas. Está provado que Cuidados Paliativos diminuem os custos dos serviços de saúde e trazem enormes benefícios aos pacientes e seus familiares.
A conscientização da população brasileira sobre os Cuidados Paliativos é essencial para que o sistema de saúde brasileiro mude sua abordagem aos pacientes portadores de doenças que ameaçam a continuidade de suas vidas. Cuidados Paliativos são uma necessidade de saúde pública. São uma necessidade humanitária.
FONTE: ANCP 

Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia

Especialista em Cuidados Paliativos pela Associação Médica Brasileira

quarta-feira, 3 de maio de 2017

VACINAÇÃO E CALENDÁRIO VACINAL



Hoje em dia temos vacinas contra vários tipos de vírus e bactérias, causadores de doenças.
Primeiramente, o que significa vacinar uma criança? A vacina contém pequenas partículas destes vírus ou bactérias, que entram em contato com o organismo da criança, fazendo com que o sistema imunológico fabrique células de defesa para combater estes “vilões”. Isto ocorre mesmo após anos da aplicação da vacina.
Porém, não significa que a criança que recebeu a vacina contra uma doença, nunca irá ter esta doença. Então, por que vacinar? Porque haverá proteção contra as formas mais graves das doenças. Por exemplo: uma criança que recebeu a vacina contra a catapora (varicela), poderá ter a doença, porém com menor número de lesões, menor tempo de duração e menos risco de uma complicação grave que poderia até levar à morte.
Quando a vacina não pode ser aplicada? De forma geral quando há reação alérgica grave à vacina (já ocorrida em aplicação anterior), febre alta de causa desconhecida (deve-se primeiro descobrir a causa da febre para só depois receber a vacina) e doenças graves atuais. Febre por gripes e doenças benignas, anemia e diarreia,  não impedem a aplicação.
E de forma geral também, febre, dor no local, irritação e amolecimento das fezes são os efeitos colaterais mais comuns. Porém em grande parte das crianças estes sintomas nem chegam a aparecer.
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) oferecem as vacinas que fazem parte do Calendário Vacinal do Ministério da Saúde gratuitamente. Algumas vacinas somente são encontradas em Clínicas e Hospitais particulares. Em casos especiais, como crianças imunodeprimidas (com anemia falciforme, AIDS, doenças cardíacas graves) e surtos, o esquema vacinal é diferenciado.
O calendário vacinal é o esquema de recomedação de quais vacinas devem ser administradas e quando devem ser administradas na criança e no adulto.
De forma geral, no Brasil as orientações são provenientes do Ministério da Saúde e das Sociedades de Infectologia, Imunização e Peiatria brasileiras.
Há orientações específicas para alguns grupos como prematuros, imunodeprimidos, portadores de doenças crônicas e outros.  Mas o calendário vacinal nos mostra o esquema básico para a população geral, como o abaixo, orientado pela Sociedade Brasileira de Imunizações.
No início deste ano, o Ministério da Saúde está realizando algumas modificações neste calendário, como:  vacina tetra viral: acrescentado a vacina de varicela à tríplice viral para as crianças = sarampo, rubéola e caxumba + varicela;  acréscimo da vacina meningocócica C para crianças e adolescentes;  vacina tríplice viral para adultos;  HPV para meninos.
As vacinas são:
- BCG ID: contra a tuberculose;
- Hepatite B: contra o vírus causador da hepatite do tipo B;
- DPT: chamada tríplice bacteriana, contra difteria, tétano e pertussis (coqueluche);
- Haemophilus influenzae b:: contra a bactéria Haemophilus influenzae tipo B, responsável por infecções como pneumonia, meningites, etc.;
- Poliomielite: causadora da paralisia infantil;
- Rotavírus: contra o vírus causador de doença diarréica;
- Pneumocócica: contra a bactéria causadora de infecções como pneumonia, meningites, etc.;
- Meningocócicas B e C: contra a bactéria causadora de um tipo específico de meningites;
- Influenza: contra o vírus da gripe;
- Febre amarela : contra o vírus causador da febre amarela;
- Hepatite A : contra o vírus causador da hepatite do tipo A;
- Tríplice viral/ tetra viral: contra sarampo, caxumba e rubéola / + varicela (catapora);
- HPV: contra o papiloma vírus humano, que atinge pele e mucosas;
- dT : dupla  adulto, contra difteria e tétano; a dTpa contém o componente pertussis (coqueluche) acelular;
- Dengue: contra o vírus da dengue.



Calendário Vacinal pela Sociedade Brasileira de Imunizações 2016/2017:


Dra. Fernanda F. G. Miguel
Pediatra pela SBP
CRM 104.671 

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Vacinação contra Gripe 2017




É imprescindível falar sobre esse assunto todos os anos, mesmo que considerado corriqueiro, mas que ainda gera ansiedade, dúvida e medo.
Este ano a Campanha de Vacinação Nacional contra a Gripe conta com um diferencial, que é a  inclusão dos professores da rede pública e privada como parte do público alvo, com direito a receber a imunização gratuitamente no SUS. A campanha vai até 26 de maio e o dia de mobilização nacional está marcado para o dia 13.
Em 2016, houve aumento do número de casos,  com 12.174 casos confirmados de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por influenza no país. A SRAG é uma complicação da gripe. Houve ainda 2.220 mortes, número alto em comparação a anos anteriores. Do total de óbitos, a maioria (1.982) foi por influenza A/H1N1. Este foi o maior número de mortes por H1N1 desde a pandemia de 2009, quando 2.060 pessoas morreram em decorrência do vírus no Brasil.
Em 2017, já foram registrados 276 casos e 48 mortes no país.

Uma questão de extrema importância e que deve ser levada em consideração é em relação à vacinação de uma faixa etária um pouco mais ampla. Os chamados adultos jovens (entre 40 e 50 anos) com doenças crônicas vêm sendo os mais atingidos pela doença. Seja por falta de informação ou por qualquer outro motivo, indivíduos portadores de doenças como HIV, diabetes, lúpus, cardiopatias, obesidade mórbida e problemas pulmonares, acabam não sabendo que devem se vacinar e ficam expostos. 
Prevenção
Antes mesmo de os sintomas aparecerem, os indivíduos contaminados já estão transmitindo os vírus. Tosse e espirro são formas eficazes de o vírus se propagar, pois nesses momentos partículas que contêm o vírus podem percorrer cinco metros de distância a uma velocidade de 150km por hora. Porém, a transmissão também pode se dar simplesmente ao falar perto de uma pessoa, de uma distância de até 2 metros. Atenção: máscaras comuns não barram as micropartículas.
Portanto, além da imunização (redes privadas estão cobrando cerca de R$170 a dose), é de extrema importância lavar frequentemente as mãos, utilizar lenços e colocar a mão na boca ao tossir e espirrar. Procure assistência médica ao perceber os primeiros sinais de febre alta, acima de 38º, 39º (tenha sempre um termômetro em casa), dor muscular, de cabeça, de garganta ou nas articulações.

A gripe H1N1, ou influenza A, é provocada pelo vírus H1N1, um subtipo do influenza vírus do tipo A. Ele é resultado da combinação de segmentos genéticos do vírus humano da gripe, do vírus da gripe aviária e do vírus da gripe suína, que infectaram porcos simultaneamente.
O período de incubação varia de 3 a 5 dias. A transmissão pode ocorrer antes de aparecerem os sintomas. Ela se dá pelo contato direto com os animais ou com objetos contaminados e de pessoa para pessoa, por via aérea ou por meio de partículas de saliva e de secreções das vias respiratórias. Experiências recentes indicam que esse vírus não é tão agressivo quanto se imaginava.
Segundo a OMS e o CDC (Center for Deseases Control), um centro de controle de enfermidades, nos Estados Unidos, não há risco de esse vírus ser transmitido através da ingestão de carne de porco, porque ele será eliminado durante o cozimento em temperatura elevada (71º Celsius).

Sintomas
Os sintomas da gripe H1N1 são semelhantes aos causados pelos vírus de outras gripes. No entanto, requer cuidados especiais a pessoa que apresentar febre alta, acima de 38º, 39º, de início repentino, dor muscular, de cabeça, de garganta e nas articulações, irritação nos olhos, tosse, coriza, cansaço e inapetência. Em alguns casos, também podem ocorrer vômitos e diarreia.
Diagnóstico
Existem testes laboratoriais rápidos que revelam se a pessoa foi infectada por algum vírus da gripe. No caso do H1N1, como se trata de uma cepa nova, o resultado pode demorar mais tempo. No entanto, nos Estados Unidos, já foram desenvolvidos “kits” para diagnóstico, que aceleram o processo de identificação do H1N1.
Vacina
A vacina contra a influenza tipo A é feita com o vírus (H1N1) da doença inativo e fracionado. Os efeitos colaterais são insignificantes se comparados com os benefícios que pode trazer na prevenção de uma doença sujeita a complicações graves.
Existem duas vacinas que protegem contra a infecção pelo H1N1: a trivalente,  que imuniza contra dois vírus da influenza A e contra uma cepa do vírus da influenza B,  e a vacina tetravalente (ou quadrivalente) que, além desses vírus imuniza contra uma segunda cepa do vírus da influeza B, menos frequente no Brasil e que só deve ser usada a partir dos três anos de idade.
A vacina de Influenza trivalente de 2017 contém os seguintes vírus: Influenza A (H1N1), subtipo Michigan/45/2015, Influenza A (H3N2), subtipo Hong Kong/4801/2014, e o Influenza B, subtipo Brisbane/60/2008
Já a vacina de Influenza tetravalente contém, além dessas três cepas, o vírus Influenza B, subtipo Phuket/3073/2013.
Os dois tipos de vacina são eficazes, mas levam de duas a três semanas para fazer efeito. Embora não ofereçam 100% de proteção, estão perto disso.
Idosos acima de 60 anos, gestantes, pessoas com doenças crônicas não transmissíveis (hipertensão, diabetes, asma, bronquite, insuficiência renal, obesidade grau 3, por exemplo), imunossuprimidos e transplantados,  crianças entre seis meses e cinco anos, profissionais da saúde, professores do ensino básico e superior da rede publica e privada, população indígena, presidiários constituem o grupo prioritário para vacinação.
A vacina é contraindicada para as pessoas com alergia grave a ovo, pois pode conter ovoalbumina, uma proteína do ovo responsável por reações alérgicas. Isso acontece porque existe uma etapa, durante o processo de produção da vacina, que os vírus crescem em ovos de galinha.
Tratamento
É de extrema importância evitar a automedicação. O uso dos remédios sem orientação médica pode facilitar o aparecimento de cepas resistentes aos medicamentos. Os princípios ativos fosfato de oseltamivir e zanamivir, presentes em alguns antigripais (Tamiflu e Relenza) e já utilizados no tratamento da gripe aviária, têm-se mostrado eficazes contra o vírus H1N1, especialmente se ministrados nas primeiras 48 horas, que se seguem ao aparecimento dos sintomas.
Recomendações
Para proteger-se contra a infecção ou evitar a transmissão do vírus, o Center Deseases Control (CDC) recomenda:
* Lavar frequentemente as mãos com bastante água e sabão ou desinfetá-las com produtos à base de álcool;
* Jogar fora os lenços descartáveis usados para cobrir a boca e o nariz, ao tossir ou espirrar;
* Evitar aglomerações e o contato com pessoas doentes;
* Não levar as mãos aos olhos, boca ou nariz depois de ter tocado em objetos de uso coletivo;
* Não compartilhar copos, talheres ou objetos de uso pessoal;
* Suspender, na medida do possível, as viagens para os lugares onde haja casos da doença;
* Procurar assistência médica, se o doente pertence a um grupo de risco e se surgirem sintomas que possam ser confundidos com os da infecção pelo vírus H1N1 da influenza tipo A. Nos outros casos, permanecer em repouso e tomar bastante líquido para garantir a boa hidratação.
Diferença entre gripe e resfriado:


Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia

Especialista em Cuidados Paliativos pela Associação Médica Brasileira