sexta-feira, 15 de abril de 2016

DOENÇA DE PARKINSON




E Se você fosse diagnosticado com Doença de Parkinson agora, como reagiria? 11 de abril, é o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson, e informar-se sobre essa e outras doenças comuns à sociedade pode ser fundamental para a busca de ajuda médica no tempo adequado e para a realização de um tratamento responsável.
O Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson foi estabelecido pela Organização Mundial de Saúde, em 1998, e tem como objetivo esclarecer a doença e as possibilidades de tratamento para que o paciente e sua família tenham uma melhor qualidade de vida. O quadro foi identificado pela primeira vez, em 1817, por James Parkinson, que descreveu os principais sintomas da doença publicados no Ensaio sobre a Paralisia Agitante.
A Doença de Parkinson é caracterizada basicamente por tremor de repouso, tremor nas extremidades, instabilidade postural, rigidez de articulações e lentidão nos movimentos. Há também outros sintomas não motores, como a diminuição do olfato, distúrbios do sono, alteração do ritmo intestinal e depressão.
A micrografia, ou seja, a redução do volume da letra, do tamanho da caligrafia, é um dos principais sintomas da doença de Parkinson. Ela decorre do segundo principal sintoma da doença de Parkinson: a acinesia. Essa palavra vem do grego e significa ausência, falta ou pobreza de movimentos físicos.
Por um distúrbio bioquímico, no parkinsoniano alguns circuitos motores passam a trabalhar de forma mais lenta e não conseguem acompanhar o ritmo da pessoa normal. Pacientes com Parkinson perdem a amplitude do movimento, a extensão de cada gesto. Isso vale também para a escrita.
São os familiares que percebem primeiro os sintomas. O tremor nem tanto, mas a lentidão ou pobreza dos movimentos é a família que nota antes. Às vezes, a pessoa está andando ou, no caso de um atleta, correndo e mexe mais um braço do que o outro, contrariando o movimento de balanço automático próprio dos braços durante a marcha. Como Parkinson é uma doença que começa geralmente em um lado do corpo e só depois passa para o outro, é comum familiares e amigos notarem que o paciente balança só um dos braços e deixa o outro imóvel durante a caminhada ou a corrida.

Existem dentro do tronco encefálico, região posterior do cérebro, dois pequenos núcleos muito segmentados, do tamanho de um caroço de azeitona, chamados de substância negra. Há décadas se conhece essa substância, que contém muita melanina – o mesmo pigmento que escurece a pele -, mas não se sabia direito qual era sua função.
No começo do século XX, um cientista percebeu que nos pacientes com Parkinson a substância negra se encontrava atrófica. Ficava com pigmentação mais clara e esmaecida, pois perdia a cor natural, quase preta dada pela melanina. Pondo algumas dessas células no microscópio, pôde verificar que elas estavam passando por um processo de degeneração. Embora essa tenha sido a primeira observação científica sobre o mecanismo da doença de Parkinson, não se sabia ainda qual era a função dessas células. Foram necessários mais 40 anos para concluir que elas fabricam dopamina, uma substância química que funciona como neurotransmissor.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 65 anos tem a doença. No Brasil, estima-se que 200 mil pessoas sofram com o problema.

O início da doença é imperceptível, tanto que nem o paciente nem os familiares conseguem dizer exatamente quando surgiram os primeiros sinais. Em geral, o que chama primeiro a atenção é um tremor leve e/ou uma perda do balanço de um dos braços durante a marcha. É importante ressaltar que, no começo, os sintomas não são simétricos. Quase sempre ocorrem num só lado do corpo e, com o decorrer dos meses, às vezes dos anos, atingem o outro lado.
Há 30 anos, quando a levedopa não estava disponível, os médicos assistiam à inexorável progressão da doença. Atualmente, isso não mais acontece porque os pacientes são tratados e podem permanecer dez, quinze, vinte anos com a doença controlada, levando vida social ativa e alguns mantendo até a atividade profissional. Além disso, a sobrevida dos parkinsonianos aumentou muito e está se aproximando do índice de sobrevida das pessoas sem a doença.
A cura ainda não foi alcançada, mas há estudos em nível experimental sobre outras alternativas de tratamento. A escolha do medicamento mais adequado deverá levar em consideração fatores como estágio da doença, a sintomatologia presente, ocorrência de efeitos colaterais, idade do paciente, medicamentos em uso e seu custo. Os medicamentos para Parkinson são disponibilizados gratuitamente pelo SUS através do Programa de Medicamentos Excepcionais.

Pacientes com incapacidade funcional causada pelos sintomas parkinsonianos também podem se beneficiar de programas terapêuticos de reabilitação, envolvendo fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e suporte psicológico e familiar, buscando evitar e/ou retardar a perda de suas funcionalidade e habilidades motoras.



Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia


sexta-feira, 1 de abril de 2016

GRIPE A (H1N1)



Esta doença, que causou tanta repercussão pela pandemia em 2009, está de volta. Após alguns anos de diminuição no número de casos em nosso país, ela reaparece neste início de outono.
A gripe A é uma infecção humana pelo vírus Influenza A (H1N1), um novo subtipo de vírus, resultante de uma modificação genética de um vírus de origem suína (por isso popularmente conhecida como “gripe suína”).
            A transmissão ocorre, de uma pessoa a outra, por meio de gotículas de saliva, através da tosse ou espirros. Pode ocorrer também por fluidos corporais de pessoas infectadas (sangue, etc).
            Não há evidência de transmissão por meio da ingestão de carne suína e seus derivados.
            O período de incubação, ou seja, o tempo entre o contato e o aparecimento da doença, é em torno de 3 a 5 dias. E o período de transmissão pode ocorrer mesmo antes do início dos sintomas, até cerca de  5 dias após o início dos sintomas.
            Os sinais e sintomas desta infecção são semelhantes aos da gripe sazonal e incluem febre, tosse, dor de garganta, coriza, dor de cabeça, dor no corpo. Algumas pessoas  apresentam também náuseas, vômitos e diarréia.
            Como complicações, pode haver sinusite, otite (infecção de ouvido) e pneumonia.
            O diagnóstico é clínico e pode ser confirmado por exame laboratorial.
            Quanto ao tratamento, a recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde) é o uso com critério da medicação específica, que é o Oseltamivir (Tamiflu®). Este será usado em pacientes que preencham os critérios recomendados.
            Já existe vacina específica contra o H1N1. A recomendação do CDC (Centers for Disease Control and Prevention – EUA) e ACIP (Comitê Assessor de Práticas em Imunizações dos EUA)  de 2010 é que haja vacinação para todas as pessoas a partir de 6 meses de idade.
            Doses da vacina:
  •  crianças entre 6 meses e 8 anos: 2 doses, com intervalo de 1 mês entre cada dose*
  •  crianças  a partir de 9 anos e adultos: 1 dose.
*Para crianças já vacinadas anteriormente, recomenda-se a administração de uma única dose.
             As contra indicações da vacina são: hipersensibilidade sistêmica (alergia grave) ao ovo ou a proteína de galinha ou a qualquer constituinte da vacina, reações sistêmicas graves a vacinação prévia de vacina contra influenza ou a outra vacina contendo a mesma composição, pessoas que desenvolveram Síndrome de Guillain-Barré até 6 meses após receber vacina contra influenza, crianças menores de 6 meses de idade e pessoas com doença febril moderada-grave (aguardar a remissão da doença).
            Como medidas gerais de prevenção podemos citar as seguintes orientações:
• lavar as mãos com água e sabonete antes das refeições, antes de tocar os olhos,boca e nariz e após tossir, espirrar ou usar o banheiro;
• evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies;
• proteger com lenços (preferencialmente descartáveis) a boca e nariz ao tossir ou espirrar;
• indivíduos que sejam casos suspeitos ou confirmados devem evitar entrar em contato com outras pessoas suscetíveis. Caso não seja possível, usar máscaras;
• indivíduos que sejam casos suspeitos ou confirmados devem evitar aglomerações e ambientes fechados;
• manter os ambientes ventilados;
• indivíduos que sejam casos suspeitos ou confirmados devem ficar em repouso, utilizar alimentação balanceada e aumentar a ingestão de líquidos.


Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela SBP

CRM: 104.671

terça-feira, 15 de março de 2016

Menopausa



Climatério e menopausa não são sinônimos. Climatério é uma fase de limites imprecisos na vida feminina; compreende a transição do período reprodutivo para o não reprodutivo. Menopausa, ao contrário, tem data para começar: a da última menstruação da vida.
Enquanto o homem espalha centenas de milhões de espermatozóides a cada ejaculação, a mulher investe toda a energia na produção de um único óvulo por mês. Todos os óvulos que produzirá terão sua origem em células germinativas (ou folículos) dos ovários já presentes no instante do nascimento. As meninas nascem com um a dois milhões dessas células germinativas.

Em cada ciclo menstrual um comando hormonal complexo recruta um grupo de folículos para produzir o óvulo daquele mês. Os que perderem a oportunidade enfrentarão a impiedosa seleção natural, e morrerão. Por causa dessa competição, quando chegar a primeira menstruação, o número de folículos estará reduzido a cerca de 400 mil.

Os folículos em luta para formar óvulos são os principais produtores dos hormônios sexuais que fazem a fama das mulheres. O folículo é a unidade funcional do ovário. Mulher nenhuma é capaz de formar novos folículos para repor os que se foram. Quando morrem os últimos deles, os ovários entram em falência e as concentrações de estrogênio e progesterona caem irreversivelmente.

De cada quatro mulheres, pelo menos três experimentam sintomas desagradáveis no climatério. As ondas de calor resultantes de sintomas vasomotores são os mais típicos; estão presentes em 60% a 75% das mulheres. Surgem inesperadamente como crises de calor sufocante no tórax, pescoço e face, muitas vezes acompanhadas de rubor no rosto (a temperatura da pele chega a subir cinco graus), sudorese (que pode ser profusa), palpitações e ansiedade. As crises geralmente duram de um a cinco minutos e podem repetir-se diversas vezes por dia.

A queda dos níveis dos hormônios sexuais altera a consistência do revestimento da vagina, da uretra e das fibras do tecido conjuntivo que conferem sustentação à mucosa dessas regiões. Podem surgir incontinência urinária, ardência à micção, facilidade para adquirir infecções urinárias e corrimentos ginecológicos. Os músculos que formam o assoalho responsável pela sustentação dos órgãos genitais e bexiga urinária enfraquecem e podem surgir prolapsos (útero e bexiga caídos). Os pêlos pubianos ficam mais ralos, os grandes lábios mais finos, a mucosa vaginal perde elasticidade e flexibilidade podendo sangrar e doer à penetração. Diminuição da resposta à estimulação clitoriana, secura vaginal e redução da libido são queixas freqüentes. A fisiologia do orgasmo, no entanto, não é alterada.

A falta de estrogênio resseca e torna a pele mais fina, enrugada, menos elástica e as unhas frágeis. Os pelos pubianos e axilares se tornam mais ralos. O colágeno da derma mais profunda começa a ser perdido a uma velocidade média de 2% ao ano, durante os 10 primeiros anos de menopausa.

Ricas em receptores para estrogênio e progesterona, as células das glândulas mamárias se hipotrofiam com a falta desses hormônios. O espaço deixado entre elas é substituído por tecido gorduroso. As mamas se tornam mais flácidas, o mamilo fica mais achatado e perde parcialmente capacidade de ereção.

A partir da menopausa, 1% a 4% da massa óssea é reduzida a cada ano que passa. A perda é mais sentida nas vértebras e nas extremidades dos ossos longos. Mulheres de raça branca ou amarela, baixa estatura, peso corpóreo baixo e com história familiar de osteoporose são mais suscetíveis. Além desses, há fatores evitáveis que aumentam o risco de perda óssea: dietas pobre em cálcio, com excesso de vitamina D, ingestão exagerada de cafeína, de álcool, tabagismo, vida sedentária e o uso de certos medicamentos.

Através de mecanismos mal conhecidos, menor produção de estrogênio modifica os níveis de dopamina, noradrenalina e serotonina em certas áreas do sistema nervoso central. Como conseqüência, as mulheres no climatério estão sujeitas a quadros depressivos, dificuldade de memorização, irritabilidade, melancolia, crises de choro, humor flutuante e labilidade emocional.

Mulheres de 45 a 55 anos, que ainda menstruam, apresentam apenas um terço das doenças cardiovasculares dos homens nessa faixa etária. A chegada da menopausa aumenta gradualmente a incidência dessas enfermidades no sexo feminino, até igualar-se a dos homens ao redor dos 70 anos.

Em 2015, o maior estudo sobre saúde da mulher (SWAN, sigla em inglês) foi  publicado na revista científica americana JAMA.Os pesquisadores analisaram 1.499 mulheres na perimenopausa (fase que antecede a menopausa) por pouco mais de 7 anos, nos Estados Unidos.

Os resultados revelaram, que os calores, um sintoma que costuma incomodar bastante, só começaram depois da parada das menstruações em 20% dos casos; em 66%, o início se deu no período em que as menstruações se tornaram irregulares; e em 13%, surgiram ainda na vigência dos ciclos menstruais.

Surpreendente o estudo mostrou que o período das ondas de calor, que é desagradável para a maioria das mulheres, pode ser longo: em metade das participantes, não chegou a durar 7,4 anos, mas na outra metade, ultrapassou esse período.

Na década de 1960, quando a expectativa de vida era de 48 anos (dado do IBGE), a mulher que entrava na menopausa já estava próxima do fim da vida. Pouco importava se a mulher precisava conviver com sintomas como secura vaginal, pele ressecada e flácida, queda de cabelo e depressão.

Hoje a expectativa de vida no Brasil é de quase 75 anos. Se a mulher entrar na menopausa ao redor dos 50 anos e seus sintomas se iniciarem alguns anos antes desse período, a mulher terá de conviver com a menopausa por pelo menos 25 anos.

É tempo demais para pedir que ela abra mão de uma vida sexual satisfatória, que aceite se sentir mal física e psicologicamente.

Os sintomas da menopausa, portanto, são um problema que a mulher não deve mais enfrentar sozinha e escondida.

Por que se demorou tanto para lançar um estudo completo como o SWAN e se investe pouco em pesquisas nessa área?

A resposta é simples, embora constrangedora: porque a menopausa acontece com as mulheres. E elas vêm enfrentando essa fase da vida caladas e resignadas.

A menopausanão deve ser encarada como o fim da vida, mas como um período longo e importante dela, em que ainda há muito a se fazer. E para enfrentar seus sintomas desagradáveis, as mulheres precisam estar amparadas por profissionais de saúde que saibam identificá-los e tratá-los, quando for o caso.

A mulher não pode aceitar viver infeliz consigo mesma, aceitando menos do que merece: percorrer o último terço da vida de forma plena.


Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia

terça-feira, 1 de março de 2016

Curiosidades sobre o crescimento


A altura (estatura) que a criança irá atingir na vida adulta, depende de uma série de fatores, como por exemplo: fatores genéticos (estatura dos pais), fatores gestacionais (o que ocorreu durante a gravidez, se a criança nasceu no tempo adequado) e fatores ambientais (alimentação, atividade física, estado de saúde, etc).

Existe um cálculo que pode estimar a estatura aproximada que a criança irá ter quando adulta, através da estatura dos pais:

Previsão de estatura :

• Para meninas = altura da mãe + (altura do pai - 13)
                                                   2

• Para meninos = altura do pai + (altura da mãe + 13)
                                                   2

Observação:
• as medidas da mãe e do pai devem ser colocadas em centímetros.
• o resultado também será em centímetros.
• no resultado final, deve-se calcular com uma diferença de 9 centímetros para menos e para mais.

Exemplo:
• menina, com altura da mãe: 160cm e altura do pai: 180cm = 160 + (180 – 13) = 163,5 cm
                                                                                                              2
163,5 – 9 = 154,5 cm
163,5 + 9 = 172,5 cm

Portanto, a estatura provável para esta criança será 163,5 cm, podendo variar entre 154,5 a 172,5 cm.


Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela SBP
CRM: 104.671

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

QUEDAS


No Brasil, cerca de 30% dos idosos caem pelo menos uma vez ao ano. O risco deste tipo de acidente pode ultrapassar 50% entre as pessoas acima de 85 anos. A principal e mais grave consequência das quedas são as fraturas, que geram declínio funcional, risco de novas quedas, depressão e até aumento da mortalidade. E é dentro de casa que ocorre o maior número de quedas, cerca de 70% dos casos.

Com o avançar da idade, o indivíduo torna-se mais frágil, principalmente devido a mudanças inerentes ao próprio processo natural do envelhecimento, como a redução da visão e audição, deformidades músculo-esqueléticas, diminuição da massa muscular, de alterações do equilíbrio e da mobilidade e do aparecimento de doenças crônico-degenerativas ao longo do tempo. Todos esses fatores aumentam o risco do idoso cair.
O uso de algumas classes de medicamentos ou ainda a associação do uso de várias medicações, chamada de polifarmácia, também aumenta o risco de quedas no idoso.
Alterações no nível de consciência, da frequência cardíaca ou pressão arterial, sonolência excessiva, tontura, sudorese, podem ser efeitos adversos de medicamentos, com potencial aumento no risco de quedas. Esses sintomas devem ser comunicados ao seu médico para que mudanças na prescrição possam ser instituídas, se isso for necessário.
É dentro de casa que ocorre o maior número de quedas. As quedas no domicílio correspondem a 70% dos casos. E o idoso saudável também cai. O idoso saudável (aquele que mesmo tendo doenças crônicas controladas apresenta capacidade funcional suficiente para desenvolver todas as suas atividades de vida diária sem dificuldades), assim como o idoso frágil, está exposto a situações de risco de quedas que vai depender do seu nível de atividade, do meio ambiente e do seu comportamento.
Situações de risco mais comuns às quais os idosos se expõem dentro de casa:
·         Tapetes soltos nos pisos de salas, banheiros, corredores, aumentam o risco de deslizar e escorregar;
·         Presença de móveis nos corredores e cômodos, em locais que precisam ser desviados ao transitar;
·         Animais de estimação (gatos, cachorros) que correm próximos aos donos;
·         Escadas sem corrimão;
·         Ambientes com pouca iluminação;
·         Levantar durante a noite e sem fácil acesso para acender as luzes;
·         Uso de escada para alcançar objetos guardados no alto;
·         Piso do banheiro molhado e escorregadio;
·         Sapatos de solados escorregadios ou com salto alto;
O uso de meias, chinelos, tamancos, sapatos tipo “anabela” aumentam a instabilidade na marcha e prejudicam o equilíbrio. Prefira sapatos fechados, de saltos mais grossos, até 2,5cm de altura, solados antiderrapantes, e tênis.
Assim o risco de quedas existe muito frequentemente no domicilio e devem ser reconhecidos pelos profissionais da saúde e pela própria família.
Uma vez identificados, deve haver uma força tarefa de todos juntos (profissionais de saúde e familiares) para minimizar esses riscos através de adaptações ambientais, que podem ser feitas por uma equipe especializada nos cuidados do individuo idoso.
Adaptações importantes para prevenção de risco de quedas no domicilio:

para quarto:

·         Interruptor de luz ou um abajur ao lado da cama para não levantar no escuro;
·         Se tiver tapetes no quarto, prenda-os ao chão;
·         Evite camas muito baixas e colchões muito macios. Você poderá ter dificuldade para levantar ou deitar;
·         Prefira cadeiras e poltronas com apoios de braço laterais e com altura adequada para sentar e levantar;

no banheiro:

·         Aumente a altura do vaso sanitário, com um elevador de assento, e instale barras de apoio laterais e paralelas para facilitar ao sentar e levantar;
·         Substitua o box de vidros por cortinas, utilize tapetes emborrachados e antiderrapantes e instale barras de apoio dentro do Box para facilitar a movimentação;
·         Utilize uma cadeira resistente e firme dentro do Box se tiver dificuldade de se abaixar durante o banho;
·         O uso de lâmpadas fluorescentes e de cortinas, pia e assento do vaso de cores diferentes do piso podem tornar o ambiente mais bem iluminado;

Na cozinha e área de serviço:

·         Não utilize armários muito altos que necessitem de bancos ou escadas para alcançar os objetos e permitem instabilidade; E nas salas e corredores?
·         Não deixe pequenos objetos espalhados pelo chão, como brinquedos de crianças, fios ou extensões elétricas que cruzam o caminho;
·         Luzes com sensor de movimento em locais de pouca luminosidade e barras de apoio podem ser úteis;
·         Retire pequenos móveis que podem ser barreiras ao livre acesso entre os locais da casa;
·         Evite sofás muito baixos e macios para reduzir a dificuldade para se levantar;
·         Se tiver escadas, essas devem ser livres de objetos, possuírem corrimão dos dois lados, fitas antiderrapantes nos degraus e interruptores de luz, na parte inferior e superior da mesma;
Números de telefone de familiares, amigos ou do serviço de Home Care em locais de fácil acesso para ligar em casos de emergência;
Dispositivos de alarme instalados junto ao corpo ou próximo do idoso para facilitar o acesso à busca de ajuda.

Exercícios físicos

Prática regular de atividade física, preferencialmente supervisionada por profissional capacitado pode trazer benefício para a nossa saúde.
Para os menos ativos, pode-se combater o sedentarismo iniciando com caminhada de pelo menos 150 minutos distribuídos ao longo da semana.
Na prevenção de quedas, estudos mostram que exercícios para ganho de força muscular, equilíbrio e alongamento são de comprovado benefício. Isto pode ser obtido através da prática de musculação, fisioterapia motora e tai chi chuan, seja em academias, parques ou na sua própria casa.

Medicação pode ajudar a prevenir quedas?

Estudos demonstram que a suplementação de vitamina D pode reduzir o risco de quedas em pessoas acima de 65 anos. Consulte sempre o seu médico para ter orientações adequadas sobre como suplementar a vitamina D.
Quedas são eventos frequentes, potencialmente graves e que não devem ser negligenciados. Como descrito acima, medidas simples podem ser facilmente implementadas, através de adaptação do domicilio, mudanças de comportamento e de estilo de vida na promoção de saúde.


Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

CUIDADOS PARA O VERÃO




            Verão é tempo de férias, praia, sol, campo e diversão. Mas alguns cuidados devem ser tomados para não encurtar a diversão.
            O sol é bastante importante para o nosso organismo, pois contribui na formação de vitamina D, que é essencial para a formação dos ossos, além de várias outras funções. Porém, é preciso cuidado com queimaduras, alergias e até câncer de pele no futuro. As recomendações para um banho de sol seguro são:
- evitar o horário entre 10 e 16 horas;
- utilizar proteções extras, como roupas claras, bonés ou chapéus, óculos escuros (com lentes protetoras contra os raios ultravioletas) e guarda-sol ou barraca de lona ou de algodão;
- utilizar filtros solares: preferencialmente aqueles específicos para crianças, para que haja boa proteção e não ocorra alergia. Para menores de 6 meses não é recomendável o uso. Aplicar o protetor 30minutos antes e repassá-lo a cada 2 horas, ou após suor excessivo e entrar na água;
- hidratar-se com freqüência, abusando de água e sucos naturais. Para os bebês, o leite materno é a melhor opção.
            Na praia, ainda lembrar que se deve ficar de olho nos pequenos, para que estes não se percam ou para que só fiquem na beira da água. Uma boa dica é colocar-lhes uma pulseira à prova d’água com o nome, telefone e endereço.
            Para quem vai para o campo, lembrar que também é importante a proteção contra os raios solares. Os animais como cavalos e gado despertam bastante a curiosidade das crianças, mas deve-se ter cautela ao se aproximarem, e estar sempre acompanhado por um adulto. Para crianças maiores que quiserem montar a cavalo, o uso de capacete é muito importante. Os insetos também são presença garantida nestes lugares; então é preciso o auxílio de roupas compridas e repelentes tópicos.



Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela SBP

CRM: 104.671

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Dezembro Laranja – Prevenção do Câncer de Pele



Dezembro Laranja – Prevenção do Câncer  de Pele

Dezembro e janeiro, mês de férias, viagem e verão. A exposição ao sol de forma inadequada pode trazer inúmeros prejuízos à saúde, além de ser responsável pelo câncer de maior incidência no Brasil, o câncer da pele.
Preocupada com os números alarmantes da doença no país, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) criou, em 1999, o Programa Nacional de Controle do Câncer da Pele (PNCCP), que engloba diversas ações de combate à doença e leva aos brasileiros informação, diagnóstico e tratamento de qualidade, tudo gratuitamente.
Em 2012, a SBD estabeleceu o Dia Nacional de Combate ao Câncer da Pele, que em 2015 foi celebrado em 7 de novembro. Na ocasião, médicos da SBD realizam o exame preventivo em pacientes com suspeita da doença em serviços de saúde distribuídos por todo o Brasil. Na ação, a SBD promove também a realização de palestras informativas, distribuição de folders e protetores solares.
Em 2014, a SBD iniciou o movimento de combate ao câncer da pele denominado “Dezembro Laranja”, a fim de estimular a população na prevenção e no diagnóstico ao câncer da pele.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, 135 mil novos casos e o câncer da pele responde por 25% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil. O tipo mais comum, o não melanoma, tem letalidade baixa, mas os números alarmam os especialistas. A exposição excessiva ao sol é a principal causa da doença. Nos Estados Unidos, a Academia Americana de Dermatologia estima que haja dois milhões de casos novos a cada ano.
A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Estas células se dispõem formando camadas e, de acordo com a camada afetada, definimos os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele.
A radiação ultravioleta é a principal responsável pelo desenvolvimento de tumores cutâneos, e a maioria dos casos está associada á exposição excessiva ao sol ou ao uso de câmaras de bronzeamento.
Apesar da incidência elevada, o câncer da pele não-melanoma tem baixa letalidade e pode ser curado com facilidade se detectado precocemente. Por isso, examine regularmente sua pele e procure imediatamente um dermatologista caso perceba pintas ou sinais suspeitos.

Sinais e sintomas

O câncer da pele pode se assemelhar a pintas, eczemas ou outras lesões benignas. Assim, conhecer bem a pele e saber em quais regiões existem pintas faz toda a diferença na hora de detectar qualquer irregularidade. Somente um exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer da pele, mas é importante estar sempre atento aos seguintes sintomas:
·         Uma lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente;
·         Uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho;
·         Uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.

Aqui você encontrará a metodologia indicada por dermatologistas para reconhecer as manifestações dos três tipos de câncer da pele: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma. Para auxiliar na identificação dos sinais perigosos, basta seguir a Regra do ABCD. Mas, em caso de sinais suspeitos, procure sempre um dermatologista.

·         Assimetria - A forma de metade da mancha não coincide com a outra metade.
·         Borda - As bordas são irregulares, entalhadas ou dentadas.
·         Cor - É muitas vezes desigual. Tons de preto, marrom e canela podem estar presentes. Áreas brancas, cinza, vermelha ou azul também podem ser vistas.
·         Diâmetro - O diâmetro maior que 6 mm.
·         Evolução - A pinta vem mudando de tamanho, forma, cor, aparência, ou se desenvolve em uma área de pele previamente normal. 

Tipos de câncer da pele

Carcinoma basocelular (CBC)
É o mais prevalente dentre todos os tipos de câncer. O CBC surge nas células basais, que se encontram na camada mais profunda da epiderme (a camada superior da pele). Tem baixa letalidade, e pode ser curado em caso de detecção precoce.
Os CBCs surgem mais frequentemente em regiões mais expostas ao sol, como face,orelhas, pescoço, couro cabeludo,  ombros e costas. Podem se desenvolver também nas áreas não expostas, ainda que mais raramente. Em alguns casos, além da exposição ao sol, há outros fatores que desencadeiam o surgimento da doença.
Certas manifestações do CBC podem se assemelhar a lesões não cancerígenas, como eczema ou psoríase. Somente um médico especializado pode diagnosticar e prescrever a opção de tratamento mais indicada.
O tipo mais encontrado é o nódulo-ulcerativo, que se traduz como uma pápula vermelha, brilhosa, com uma crosta central, que pode sangrar com facilidade.
Carcinoma espinocelular (CEC)
É o segundo mais prevalente dentre todos os tipos de câncer. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo, pescoço etc. A pele nessas regiões normalmente apresenta sinais de dano solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade.
O CEC é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres. Assim como outros tipos de câncer da pele, a exposição excessiva ao sol é a principal causa do CEC, mas não a única. Alguns casos da doença estão associados a feridas crônicas e cicatrizes na pele, uso de drogas antirrejeição de órgãos transplantados e exposição a certos agentes químicos ou à radiação.
Normalmente, os CEC têm coloração avermelhada, e apresentam-se na forma de machucados ou feridas espessos e descamativos, que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. Podem ter aparência similar a das verrugas também. Somente um médico especializado pode fazer o diagnóstico correto.
Melanoma
Tipo menos frequente dentre todos os cânceres da pele, com 6.130 casos previstos no Brasil em 2013 segundo o INCA, o melanoma tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. Embora o diagnóstico de melanoma normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90%, quando há deteção precoce da doença.
O melanoma, em geral, tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Porém, quando se trata de melanoma, a “pinta” ou o “sinal” em geral mudam de cor, de formato ou de tamanho, e podem  causar sangramento. Por isso, é importante observar a própria pele constantemente, e procurar imediatamente um dermatologista caso detecte qualquer lesão suspeita.
Alias, mesmo sem nenhum sinal suspeito, uma visita ao dermatologista ao menos uma vez por ano deve ser feita.  essas lesões podem surgir em áreas difíceis de serem visualizadas pelo paciente. Além disso, uma lesão considerada “normal” pra você, pode ser suspeita para o médico.
Pessoas de pele clara, com fototipos I e II, têm mais risco de desenvolverem a doença, que também pode manifestar-se em indivíduos negros ou de fototipos mais altos, ainda que mais raramente. O melanoma tem origem nos melanócitos, as células que produzem melanina, o pigmento que dá cor à pele. Normalmente, surge nas áreas do corpo mais expostas à radiação solar.
Em estágios iniciais, o melanoma se desenvolve apenas na camada mais superficial da pele, o que facilita a remoção cirúrgica e a cura do tumor. Nos estágios mais avançados, a lesão é mais profunda e espessa, o que aumenta a chance de metástase para outros órgãos e diminui as possibilidades de cura. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental. Casos de melanoma metastático, em geral, apresentam pior prognóstico e dispõem de um número reduzido de opções terapêuticas.
A hereditariedade desempenha um papel central no desenvolvimento do melanoma. Por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente. O risco aumenta quando há casos registrados em familiares de primeiro grau.

Tratamento

Todos os casos de câncer de pele devem ser diagnosticados e tratados precocemente, inclusive os de baixa letalidade, que podem provocar lesões mutilantes ou desfigurantes em áreas expostas do corpo, causando sofrimento aos pacientes.
Felizmente, há diversas opções terapêuticas para o tratamento do câncer da pele não-melanoma. A modalidade escolhida varia conforme o tipo e a extensão da doença, mas, normalmente, a maior parte dos carcinomas basocelulares ou espinocelulares pode ser tratada com procedimentos simples.

Como prevenir o câncer da pele

Evitar a exposição excessiva ao sol e proteger a pele dos efeitos da radiação UV são as melhores estratégias para prevenir o melanoma e outros tipos de tumores cutâneos.
Como a incidência dos raios ultravioletas está cada vez mais agressiva em todo o planeta, as pessoas de todos os fototipos devem estar atentas e se protegerem quando expostas ao sol. Os grupos de maior risco são os do fototipo I e II, ou seja: pele clara, sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. Além destes, os que possuem antecedentes familiares com histórico da doença, queimaduras solares, incapacidade para bronzear e pintas também devem ter atenção e cuidados redobrados.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda que as seguintes medidas de proteção sejam adotadas:
·         Usar chapéus, camisetas e protetores solares.
·         Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10 e 16h (horário de verão).
·         Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.
·         Usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou diversão. Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo.  Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Ao utilizar o produto no dia-a-dia, aplicar uma boa quantidade pela manhã e reaplicar antes de sair para o almoço.
·         Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas.
·         Consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo.
·         Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses.
Fotoproteção
A exposição à radiação ultravioleta (UV) tem efeito cumulativo e penetra profundamente na pele, sendo capaz de provocar diversas alterações, como o bronzeamento e o surgimento de pintas, sardas, manchas, rugas e outros problemas. A exposição solar em excesso também pode causar tumores benignos (não cancerosos) ou cancerosos, como o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma.
Na verdade, a maioria dos cânceres da pele está relacionada à exposição ao sol, por isso todo cuidado é pouco.  Ao sair ao ar livre procure ficar na sombra, principalmente no horário entre as 10h e 16h, quando a radiação UVB é mais intensa.  Use sempre protetor solar com fator de proteção solar (FPS) de 30 ou maior. Cubra as áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças e um chapéu de abas largas. Óculos escuros também complementam as estratégias de proteção.
Sobre os protetores solares (fotoprotetores)
Os fotoprotetores, também conhecidos como protetores solares ou filtros solares, são produtos capazes de prevenir os males provocados pela exposição solar, como o câncer da pele, o envelhecimento precoce e a queimadura solar.
O fotoprotetor ideal deve ter amplo espectro, ou seja, ter boa absorção dos raios UVA e UVB, não ser irritante, ter certa resistência à água, e não manchar a roupa. Eles podem ser físicos ou inorgânicos e/ou químicos ou orgânicos. Os protetores físicos, à base de dióxido de titânio e óxido de zinco, se depositam na camada mais superficial da pele, refletindo as radiações incidentes. Eles não eram bem aceitos antigamente pelo fato de deixarem a pele com uma tonalidade esbranquiçada, mas Isso tem sido minimizado pela coloração de base de alguns produtos. Já os filtros químicos funcionam como uma espécie de “esponja” dos raios ultravioletas, transformando-os em calor.
Radiação UVA e UVB
Um fotoprotetor eficiente deve oferecer boa proteção contra a radiação UVA e UVB. A radiação UVA tem comprimento de onda mais longo e sua intensidade pouco varia ao longo do dia. Ela penetra profundamente na pele, e é a principal responsável pelo fotoenvelhecimento e pelo câncer da pele. Já a radiação UVB tem comprimento de onda mais curto e é mais intensa entre as 10h e 16h, sendo a principal responsável pelas queimaduras solares e pela vermelhidão na pele.
Um fotoprotetor com fator de proteção solar (FPS) 2 até 15 possui baixa proteção contra a radiação UVB;  o FPS 15-30 oferece média proteção contra UVB, enquanto os protetores com FPS 30-50, oferecem alta proteção UVB e o FPS maior que 50, altíssima proteção UVB. Pessoas de pele clara, que se queimam sempre e nunca se bronzeiam, geralmente aqueles com cabelos ruivos ou loiros e olhos claros, devem usar protetores solares com FPS 15, no mínimo.
Já em relação aos raios UVA, não há consenso quanto à metodologia do fator de proteção. Ele pode ser mensurado em estrelas, de 0 a 4, onde 0 é nenhuma proteção e 4 é altíssima proteção UVA, ou em números: < 2, não há proteção UVA; 2-4 baixa proteção; 4-8 média proteção, 8-12 alta proteção e > 12 altíssima proteção UVA.  Procure por esta classificação ou por valor de PPD nos rótulos dos produtos.


Como escolher um fotoprotetor?
Em primeiro lugar, devemos verificar o FPS, quanto é proteção quanto aos raios UVA, e tambémse o produto é resistente ou não a água. A nova legislação de filtros solares exige que tudo que o produto anunciar no rótulo, deve ter testes comprovando a eficácia.  Outra mudança é que o valor do PPD que mede a proteção UVA deve ser sempre no mínimo metade do valor do Filtro solar. Isso porque se sabe que os raios UVA também contribuem para o risco de câncer de pele.
O “veículo” do produto– gel, creme, loção, spray, bastão – também tem de ser considerado, pois isso ajuda na prevenção de acne e oleosidade comuns quando se usa produtos inadequados para cada tipo de pele. Pacientes com pele com tendência a acne devem optar por veículos livres de óleo ou gel creme. Já aqueles pacientes que fazem muita atividade física e que suam bastante, devem evitar os géis, pois saem facilmente.
Como aplicar o fotoprotetor?
O produto deve ser aplicado ainda em casa, e reaplicado ao longo do dia a cada 2 horas, se houver muita transpiração ou exposição solar prolongada. É necessária aplicar uma boa quantidade do produto, equivalente a uma colher de chá rasa para o rosto e três colheres de sopa para o corpo, uniformemente, de modo a não deixar nenhuma área desprotegida. O filtro solar deve ser usado todos os dias, mesmo quando o tempo estiver frio ou nublado, pois a radiação UV atravessa as nuvens.
É importante lembrar que usar apenas filtro solar não basta. É preciso complementar as estratégias de fotoproteção com outros mecanismos, como roupas, chapéus e óculos apropriados. Também é importante consultar um dermatologista regularmente para uma avaliação cuidadosa da pele, com a indicação do produto mais adequado.

Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925

Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia