segunda-feira, 4 de setembro de 2017

FIBROSE CÍSTICA



Esta doença é também chamada de mucoviscidose e sua causa é genética. Ocorre pela falta ou disfunção de uma proteína que está presente em algumas glândulas do corpo, como no pâncreas.
Isto faz com que haja produção de muco espesso e anormal, podendo levar a:
- tosse crônica;
- chiado no peito freqüente;
- pneumonias frequentes;
- suor excessivo e muito salgado;
- dificuldade em ganhar peso e altura;
- fezes volumosas e diarréia freqüente.
A fibrose cística pode ser diagnosticada por três formas:
- triagem neonatal (Teste do Pezinho);
- teste do Suor;
- teste Genético.
É uma doença que necessita de tratamento contínuo, e normalmente é feito em centros especializados. O seu principal objetivo é prevenir as infecções e complicações, através de:
- terapia pulmonar: inalações, fisioterapia respiratória e uso de antibióticos quando necessário;
- suporte nutricional: com suplementação específica para cada criança;
- reposição de enzimas do pâncreas, para ajudar na digestão e absorção dos alimentos;
            Medidas de prevenção são fundamentais, como a vacinação adequada e as medidas de higiene.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela SBP

CRM: 104.671

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Tumores de Cabeça e Pescoço



Anualmente em julho, acontece  o JULHO VERDE,  campanha de prevenção do câncer de cabeça e pescoço, com o objetivo de conscientizar e alertar a população sobre os sintomas da doença e a importância da detecção precoce, desta que é a quinta neoplasia mais comum no mundo.

Já foi identificado que o hábito de beber e fumar aumenta em até 20 vezes a chance de uma pessoa desenvolver algum tipo de câncer de cabeça e pescoço. Tumores nessa região correspondem a 3% de todos os tipos de câncer. Os de cavidade oral, que incluem lábios, língua, assoalho de boca, céu da boca, orofaringe como amígdalas, e de laringe são os tumores mais comuns. Sendo o segundo mais frequente no homem, superado apenas pelo câncer de próstata. Nas mulheres, o câncer de tireoide aparece como o oitavo mais comum, com estimativa de 5.800 novos casos no Brasil em 2016.

Além do tabagismo e o álcool, outros fatores estão associados mais fortemente ao aparecimento do câncer de boca, como a infecção por HPV (subtipo 16 principal) e exposição solar (para o câncer no lábio).
Há também os fatores de baixo risco, dentre os quais estão a dieta pobre em frutas e vegetais, má higiene oral, próteses mal ajustadas ou adaptadas, genéticos e outros aspectos em associação que determinam uma queda na imunidade do hospedeiro, levando ao aparecimento do tumor.

Os sintomas do câncer de boca, às vezes, são nítidos, como feridas com ardor na boca, e às vezes não, sendo indolores no início, como uma ferida que não cicatriza e não dói. Devemos suspeitar de feridas na boca que não cicatriza em duas semanas; os nódulos persistentes no pescoço e em mucosa da bochecha, lábio, assoalho de boca e língua; as manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, indolores ou com leve ardor local em mucosa da boca; os dentes que apresentam amolecimento sem causa aparente; o inchaço na gengiva que dificulta uso de prótese; a dificuldade para engolir, falar, mastigar; mau hálito e perda de peso. 

 Apesar de quase 90% das lesões malignas de boca estarem localizadas na língua, assoalho, mucosa jugal e palato, ou seja, de fácil suspeita e reconhecimento, ainda diagnostica-se , na maioria dos casos, lesões em estádios avançados, o que dificulta muito o tratamento, levando a cirurgias complexas, com reconstruções para a reabilitação mais adequada e invariavelmente seguidas de radioterapia e quimioterapia, e infelizmente com índices mais baixos de sobrevida.

No Brasil, cerca de 70% dos casos ainda apresentam-se em estádios avançados: III e IV, onde as chances de cura ou controle são menores, porém podem ser atingíveis. Já os casos iniciais I e II possuem alta chance de cura/controle.

A incidência do câncer de boca, no Brasil, tende a aumentar, ultrapassando outras doenças.  A prevenção de fatores de risco ainda é a medida mais simples e eficaz para evitar o aparecimento desses tumores. Recomenda-se cessar o consumo de tabaco e álcool, pois associados e com a presença dos outros fatores já descritos aumenta-se muito a possibilidade de desenvolver esta doença.


Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia
Especialista em Cuidados Paliativos pela Associação Médica Brasileira

terça-feira, 1 de agosto de 2017

URTICÁRIA



A urticária é um quadro alérgico, caracterizado por “manchas” avermelhadas na pele, que coçam e que desaparecem sob pressão (quando comprimidas) e que normalmente somem rapidamente.
            Na maioria dos casos, ocorre quando um desencadeante (chamado alérgeno) junta-se com o anticorpo específico das células, liberando uma substância chamada histamina, responsável pelo prurido (coceira) e dilatação de vasos sanguíneos (vermelhidão). Podem ocorrer em qualquer parte do corpo.
            As causas são inúmeras, como:
·         Reação a medicações: antiinflamatórios, analgésicos, antibióticos.
·         Alimentos: os mais frequentes são peixe, camarão, amendoim, nozes, castanhas e chocolate.
·         Corantes alimentícios e aditivos alimentares: corante amarelo-vermelho e glutamato monossódico.
·         Infecções: por vírus, bactérias e parasitas.
·         Picada de insetos: abelhas e formigas.
·         Física: pelo frio, luz solar e atividade física.
·         Contato: com substâncias como látex.
·         Outras doenças.

O tratamento depende da intensidade do quadro. As urticárias mais leves podem ser tratadas com medicações orais, prescritas pelo médico. Já nos casos mais graves, é preciso internação hospitalar para medicação endovenosa e cuidados intensivos.



Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela SBP

CRM: 104.671

segunda-feira, 17 de julho de 2017

FIBROMIALGIA


A Fibromialgia é uma das doenças reumatológicas mais frequentes. Caracterizada por dor muscular generalizada no corpo acompanhada de sintomas de fadiga, e alterações de sono, memória e humor.
Geralmente o primeiro indício de fibromialgia é uma dor localizada que persiste e, com o tempo, evolui e se alastra para tornar-se difusa, assemelhando-se à dor que toma o corpo todo após uma gripe forte. Normalmente a dor surge sem motivo, mas às vezes pode ser desengatilhada por traumas psicológicos, físicos, como uma lesão provocada por um acidente de carro, ou infecções.
Até os anos 1990, usava-se um mapa para testar a sensibilidade do paciente. Os 18 pontos distribuídos pelo corpo eram os mais citados por pacientes como locais doloridos. São simétricos bilateralmente, e a maioria se concentra acima da cintura. Alguns deles, em especial na nuca, nas escápulas e na parte externa dos cotovelos, ao serem pressionados provocavam gritos de dor.
Ainda assim, a dor da fibromialgia é diferente das dores agudas, como as causadas por um corte ou uma porta que se fecha violentamente sobre um dedo. Na fibromialgia, a pessoa vai se adaptando e passa a conviver com ela no dia a dia, o que motiva a descrença por parte de quem convive com ele.
Para o diagnóstico de fibromialgia é necessário haver dor em todo o corpo por mais de três meses, na maioria dos dias ao longo desse período. Os pontos de dor hoje em dia, ajudam, mas não são definidores do diagnóstico. É necessário haver um conjunto de outros sintomas que englobam cansaço extremo, alteração do sono, da concentração e problemas de memória.
Entre esses sintomas, é marcante o papel da fadiga para caracterização da doença. O processo de diagnóstico inclui um questionário que visa a avaliar o impacto do cansaço na rotina do paciente. O indivíduo classifica de 0 a 10 o nível de dificuldade que enfrentou para realizar determinadas tarefas. E pelo grau de exigência das tarefas, podemos ter uma ideia do quão intensa pode ser a falta de energia.
A doença costuma surgir em mulheres entre 30 e 55 anos, embora haja casos de pessoas mais velhas, adolescentes e até crianças acometidas, compondo no Brasil um contingente de aproximadamente 5 milhões de pessoas (cerca de 2% a 3% da população, percentual próximo ao que se estima no mundo).


FARDO FEMININO
Existem dez vezes mais mulheres atingidas que homens. Segundo o National Institute of Arthritis and Musculoskeletal and Skin Diseases, entre 80% e 90% das pessoas com fibromialgia são mulheres.


A ligação entre fibromialgia e o sexo feminino pode estar na serotonina, neurotransmissor que influencia o sono, a produção de hormônios, o ritmo cardíaco e outras funções fisiológicas importantes. As mulheres produzem menos serotonina, e por isso são mais propensas a problemas como depressão, enxaqueca e transtornos de humor, principalmente no período de TPM. Como o neurotransmissor também participa do processamento da dor, talvez esse seja a explicação para o número muito maior de pacientes mulheres.

Além da forte relação com o sexo feminino, a doença tem laços estreitos com a depressão. Cerca de 50% dos fibromiálgicos apresentam também esse transtorno grave, com um quadro agravando o outro: a dor e o descrédito provocam reclusão, piorando a depressão, que por sua vez intensifica a dor – de forma real, e não psicológica.

TRATAMENTO 

Como a dor da fibromialgia não tem uma origem definida, analgésicos e anti-inflamatórios não ajudam. Os medicamentos que surtem algum efeito são os da classe dos antidepressivos e neuromoduladores. Porém, alguns pacientes podem encarar a prescrição com desconfiança, devido à imagem negativa que as doenças psiquiátricas têm em nossa sociedade. Aqueles que tiveram de encarar incredulidade até chegar ao diagnóstico podem até expressar revolta, interpretando que a sombra da “dor psicológica” está voltando e que estão sendo tratados de algum transtorno psiquiátrico. No caso da fibromialgia, entretanto, tais remédios são usados simplesmente para aumentar a quantidade de neurotransmissores que diminuem a dor.

Atualmente, a palavra-chave do tratamento para fibromialgia é atividade física. E muitas vezes inclui-se alguma medicação para permitir a prática de exercícios, por exemplo, para melhorar padrão de sono e ser reparador.

A fibromialgia não é considerada uma doença curável. Existem casos em que os sintomas diminuem consideravelmente, chegando a quase desaparecer, mas há outros em que será necessário fazer controle por toda a vida. Entender esse fato é fundamental para levar o tratamento da melhor forma possível.

Assim como a retroalimentação que ocorre fibromialgia e depressão, os sintomas da doença trazem uma série de problemas que se acumulam e se reforçam. A dor altera o humor, que afeta o rendimento profissional e as relações sociais, o que aumenta o estresse, que é um dos gatilhos da dor e assim estende-se ao infinito.

Pacientes não precisam se preocupar com danos graves, como deformações ou paralisação de membros. Mantido o tratamento, a perspectiva é que as dores regridam ao custo de uma rotina que é recomendada para a saúde de qualquer ser humano: atividade física regular.

Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia
Especialista em Cuidados Paliativos pela Associação Médica Brasileira

segunda-feira, 3 de julho de 2017

ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO NA INFÂNCIA



Desenvolvimento é o aumento da capacidade de uma criança em realizar funções ou tarefas cada vez mais complexas; e isto depende principalmente do amadurecimento do sistema nervoso central.
A resposta das crianças, nas diferentes tarefas, depende também de vários outros aspectos: idade, estímulo dos pais/ escola, convivência com outras crianças, relação com o ambiente onde vive, se a criança nasceu prematura ou teve algum problema durante a gestação/parto, etc.
Existem quatro aspectos principais a serem considerado na avaliação do desenvolvimento infantil:

·         Comportamento motor = são “aprendizados” motores, como: sustentar a cabeça, sentar, engatinhar, andar e pegar ou manipular objetos. 
·         Comportamento adaptativo = organização e adaptação em resposta aos estímulos, estando relacionado ao aspecto de aprendizagem. 
·         Comportamento de linguagem = comunicação verbal (pela fala) e não-verbal.
·         Comportamento pessoal-social = reações da criança relacionadas à sua cultura social (influenciadas pelo ambiente).

É muito importante que os pais saibam que mesmo sendo esperado que a criança realize uma determinada atividade com uma certa idade, cada criança tem o seu tempo. Pode ser que um dos filhos ande mais cedo que o outro, ou comece a falar mais tarde.
Para cada faixa etária, é esperado que a criança realize algumas atividades, como:
·         2 MESES:
o   Fixa o olhar no rosto da mãe ou de quem está em frente.
o   Reage ao som (com choro, susto ou movimentos).
o   Eleva a cabeça quando de barriga para baixo.
·         4 MESES:
o   Segura objetos por alguns segundos.
o   Emite sons.
o   Sustenta a cabeça quando no colo.
·         6 MESES:
o   Alcança um brinquedo próximo.
o   Leva objetos à boca.
o   Localiza o som, virando para o local de onde é emitido.
o   Rola da cama.
·         9 MESES:
o   Brinca de “esconde – acha”, retirando um pano do rosto.
o   Transfere objetos de uma mão para outra.
o   Duplica sílabas (“papa”, “dada”).
o   Senta sem apoio.
·         12 MESES:
o   Imita gestos.
o   Anda com apoio.
·         15 MESES:
o   Executa gestos a pedido.
o   Produz uma palavra.
o   Anda sem apoio.
·         18 MESES:
o   Identifica 2 objetos.
o   Rabisca espontaneamente.
o   Produz 3 palavras.
o   Anda para trás.
·         24 MESES:
o   Tira roupa.
o   Constrói torre de 3 cubos.
o   Chuta a bola.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela SBP
CRM: 104.671


terça-feira, 20 de junho de 2017

Mieloma


Mieloma é um tumor maligno que se desenvolve nas células plasmáticas, ou plasmócitos, um subtipo do linfócitos B, glóbulos brancos produzidos na medula óssea (tecido gelatinoso que preenche a cavidade dos ossos).
Os plasmócitos são responsáveis pela produção de imunoglobulinas, que são nossos anticorpos, ou seja, nosso sistema de defesa que protege o organismo contra infecções por vírus, bactérias ou fungos. Cada tipo de plasmócito dá origem a uma imunoglobulina diferente.
Nosso corpo está em permanente processo de renovação celular, e assim, a todo momento, células morrem e outras nascem para substituí-las. Para que esse processo funcione perfeitamente, é indispensável que cada célula faça cópias idênticas a si mesma, a fim de não comprometer a integridade da informação genética.
O mieloma surge quando uma determinada célula plasmática sofre mutação e, no lugar de produzir imunoglobulina, produz cópias marcadas pela presença de proteína M, ou proteína monoclonal. O crescimento desordenado das células do mieloma pode afetar a medula óssea e acarretar transtornos como o aumento do volume do plasma e da viscosidade do sangue, lesões líticas (nos ossos), insuficiência renal e mau desempemho do sistema imunológico.
Em alguns casos, a produção de imunoglobulinas torna-se  tão intensa que o individuo passa por sessões de plasmaférese, um procedimento que ajuda a reduzir a concentração de células anormais no plasma.
Os plasmócitos anormais produtores de proteína monoclonal podem formar um aglomerado tumoral único, localizado dentro ou fora da medula óssea. Conhecidas como plasmacitoma solitário, as lesões extramedulares podem aparecer nos ossos ou em tecidos moles, especialmente nas vias aéreas superiores. Estas últimas costumam responder bem ao tratamento cirúrgico. Estudos sugerem que o plasmocitoma solitário do osso é o primeiro sinal do mieloma múltiplo que pode disseminar-se pelo organismo.
Mieloma múltiplo é o nome que se dá à doença, quando existem “múltiplos” focos de lesão maligna – tumor ou perda de massa óssea – nos ossos em que se instalam, ou uma proliferação de plasmócitos anormais na medula óssea.
Causas e população de risco
As causas do mieloma múltiplo ainda são desconhecidas, e por isso não sabemos quais seriam formas de prevenção. Algumas hipóteses seriam exposição a certas substâncias químicas e à radiação, infecções virais, que desencadeariam o processo em indivíduos geneticamente predispostos.
O que já se sabe é que o mieloma múltiplo afeta mais os homens do que as mulheres entre 50 e 70 anos de idade, com pico de incidência por volta dos 60, 65 anos, e que é mais frequente nos negros e seus descendentes. Raramente em adultos com menos de 40 anos, ou na infância.  Ter um parente de primeiro grau portador de mieloma múltiplo, também representa um fator de risco para a doença.
Sintomas
Nas fases iniciais, o mieloma pode ser assintomático. Quando a doença dá sinais, eles podem variar muito de uma pessoa para outra, mas os mais frequentes são:
- dores ósseas, especialmente no peito, nas costelas e nas costas;
- fraturas ósseas espontâneas (as células do mieloma interferem no processo de reabsorção/recomposição da massa óssea, o que debilita a estrutura dos ossos);
- hipercalcemia, ou seja, níveis elevados de cálcio no sangue decorrente da reabsorção óssea provocada pelo acúmulo de células do mieloma;
- predisposição a infecções;
- anemia, cansaço, fraqueza, palidez;
- insuficiência renal;
- confusão mental;
- perda de apetite e de peso;
- sede excessiva.
Diagnóstico
O diagnóstico do mieloma múltiplo baseia-se na avaliação clínica do paciente e nos resultados de exames.
-       Hemograma,
-       eletroforese de proteínas
-       imunofixação da proteína realizados em amostras de sangue e de urina.
-       mielograma, ou aspirado da medula óssea seguido de biópsia.
-       Exames de imagem (Raios X, tomografia computadorizada e ressonância magnética), são úteis para determinar lesões ósseas

Tratamento
Ainda não há tratamento para cura definiva,  mas os tratamentos avançaram muito e focam em aliviar os sintomas, evitar complicações e retardar a progressão da doença de tal forma que o doente possa gozar boa qualidade de vida..
Nos últimos anos, o prognóstico do mieloma múltiplo melhorou muito, porque surgiram medicamentos com mecanismo de ação que interfere na multiplicação das células tumorais.
- terapia biológica - agem no sistema imunológico a fim de restabelecer as defesas naturais do organismo e conter a disseminação dos plasmócitos anormais;
- terapia–alvo – drogas desenvolvidas para bloquear alvos moleculares específicos com o objetivo de manter a divisão celular sob controle.
Além desses, os biofosfonatos, por via oral ou endovenosa, são úteis para reprimir a progressão das lesões ósseas e da osteoporose, e os corticosteroides (prednisona e dexametasona), conhecidos por sua ação anti-inflamatória, demonstraram também eficácia contra células de mieloma.
Quimioterapia e radioterapia, isoladamente ou combinados, são outros recursos importantes para o tratamento.
Atualmente, o transplante autólogo de células estaminais (células-tronco embrionárias) representa uma conquista expressiva no tratamento do mieloma múltiplo. No entanto, ele costuma ser indicado para pacientes com menos de 65 anos e que não apresentem outros problemas de saúde associados.
O procedimento consiste em substituir a medula óssea doente por outra saudável. Para tanto, células-tronco formadoras de sangue são coletadas no próprio doente e encaminhadas para congelamento. Nesse meio tempo, ele recebe doses altas de quimioterapia para destruir o que resta da medula óssea danificada. O passo seguinte é descongelar as células-tronco previamente preparadas para infundi-las no paciente, a fim de que comecem a reconstruir a medula óssea.
Pacientes assintomáticos de maneira geral e os portadores de uma condição conhecida como mieloma múltiplo latente, podem retardar o início do tratamento. No entanto, precisam manter acompanhamento médico para monitorar a progressão da doença.
A manutençåo da boa qualidade de vida é indispensável durante todo o seguimento, independente do tipo de tratamento.


Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia

Especialista em Cuidados Paliativos pela Associação Médica Brasileira

segunda-feira, 5 de junho de 2017

AUDIÇÃO



O número de casos de surdez em crianças nascidas é elevado: cerca de 2 crianças para cada 1.000 crianças normais que nascem.
            Porém, o diagnóstico precoce pode evitar transtornos de linguagem e pode permitir um melhor desenvolvimento destas crianças.
            Portanto, a triagem auditiva deve ser realizada antes dos 3 meses de vida, de preferência na maternidade, para que seja feito um atendimento adequado até os 6 meses de idade.
            Existem dois testes que podem ser realizados:
-emissões otoacústicas (EOA): é mais rápido e não precisa que a criança colabore com o exame, apesar de haver uma pequena chance de não mostrar alteração em alguns casos.
-potencial auditivo do tronco encefálico (BERA): necessita de equipe treinada, é mais caro e a criança normalmente precisa de sedação que ele possa ser realizado.
            Existem algumas crianças recém-nascidas que são consideradas de alto risco para perda auditiva: crianças com história de surdez congênita na família, infecções congênitas (toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose e sífilis durante a gestação), meningite, convulsões, hemorragia intracraniana, prematuros e síndromes genéticas.
            Caso haja alguma alteração no teste de triagem, a criança deverá ter um acompanhamento médico e fonoaudiológico para a confirmação e seguimento.

 
Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela SBP

CRM:104.671