segunda-feira, 3 de outubro de 2016

CONTAMINAÇÃO DE ALIMENTOS



Existem doenças que podem ser originadas por conta da ingestão de alimentos. Normalmente isso ocorre por contaminação:
v  Contaminação Biológica:
•  por vírus: as principais fontes são a água e os ovos; os sintomas são náuseas, vômitos, diarréia e cólicas abdominais. Não existe tratamento específico; somente cuidados gerais.
•   por bactérias:
- a Salmonela contamina carne de aves, ovos e derivados e causa os mesmos sintomas, além de febre.
- o Campylobacter é transmitido por carnes, água e leite, causando diarréia com sangue, vômitos e dores de cabeça.
- a Listeria é encontrada em leite e derivados, peixes e frutos do mar. Pode causar doenças graves como meningites.
•  por vermes: normalmente transmitidos por alimentos crus ou mal cozidos e mal lavados, podendo causar diarréias prolongadas.
v  Contaminação Química:
• por metais: os peixes e frutos do mar são alimentos que podem estar contaminados por mercúrio.
•  por agrotóxicos: geralmente ocorre por seu uso incorreto em plantações.

            Para prevenir estas doenças, devemos:
- lavar com água e sabão as mãos e os utensílios de cozinha antes do preparo dos alimentos;
- cozinhar bem os alimentos;
- não descongelar os alimentos em temperatura ambiente, e sim, em geladeira;
- lavar cuidadosamente frutas e verduras cruas;
- evitar leite não pasteurizado;
- quando houver dúvida sobre o aspecto do alimento (cheiro, cor ou sabor) não consumir;
- verificar sempre o prazo de validade nas embalagens.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria

CRM: 104.671

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Setembro Amarelo – Suicídio



No mês de setembro acontece a Campanha Setembro Amarelo, que conscientiza a população sobre a importância da prevenção do suicídio, com o objetivo direto de alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção. Ocorre no mês de setembro, desde 2014, por meio de identificação de locais públicos e particulares com a cor amarela e ampla divulgação de informações.  Há uma atenção especial no dia 10 de setembro, pois é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, que neste ano cai em um sábado.
Iniciado no Brasil pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina)e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), o Setembro Amarelo realizou as primeiras atividades em 2014 concentradas em Brasília. Em 2015 já conseguiu uma maior exposição com ações em todas as regiões do país. Mundialmente, o IASP – Associação Internacional para Prevenção do Suicídio estimula a divulgação da causa, vinculado ao dia 10 do mesmo mês no qual se comemora o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.
O Suicídio é um problema de saúde pública, que vive atualmente a situação do tabu e do aumento de suas vítimas. Pelos números oficiais, são 32 brasileiros mortos por dia, taxa superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer. Tem sido um mal silencioso, pois as pessoas fogem do assunto e, por medo ou desconhecimento, não veem os sinais de que uma pessoa próxima está com ideias suicidas.

A esperança é o fato de que, segundo a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos poderiam ser prevenidos. É necessário a pessoa buscar ajuda e atenção de quem está à sua volta.

Mas como buscar ajuda se sequer a pessoa sabe que ela pode ser ajudada e que o que ela passa naquele momento é mais comum do que se divulga? Ao mesmo tempo, como é possível oferecer ajuda a um amigo ou parente se também não  sabemos identificar os sinais e muito menos temos familiaridade com a abordagem mais adequada? Estudos recentes apontam que 100% das pessoas que se mataram tinham alguma doença psiquiátrica. E a mais frequente é a depressão. Isso faz com que, potencialmente, o suicídio seja prevenível.
Segundo estudo realizado pela Unicamp, 17% dos brasileiros, em algum momento, pensaram seriamente em dar um fim à própria vida e, desses, 4,8% chegaram a elaborar um plano para isso. Na maioria das vezes, no entanto, é possível evitar que esses pensamentos suicidas virem realidade.
A primeira medida preventiva é a educação: é preciso deixar de ter medo de falar sobre o assunto, derrubar tabus e compartilhar informações ligadas ao tema.
O suicídio não é uma questão moral, nem religiosa, é um problema de saúde mental.


Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

CAXUMBA



A caxumba também é chamada de parotidite viral, pois é uma doença causada por um vírus e que acomete as glândulas parótidas: as maiores glândulas salivares de nosso corpo, sendo duas, uma à direita e outra à esquerda, e localizadas na região logo abaixo e à frente de cada orelha.
Esta doença pode ser transmitida desde alguns dias antes do início dos sintomas até cerca de 5 dias após. O contágio ocorre pelo contato com a saliva de pessoas infectadas, através de gotículas. É mais comum na infância, nos meses de inverno e começo da primavera.
A principal manifestação da caxumba é o aumento da glândula parótida, aparentando um inchaço abaixo da orelha, e pode haver febre e dor à mastigação. Pode acometer 1 ou as 2 glândulas parótidas, e também apresentar inflamação nas outras glândulas salivares (abaixo da língua e da mandíbula). Mal-estar, falta de apetite e dor muscular podem estar presentes.
Complicações podem existir também em consequência da doença: orquite (inflamação dos testículos, causando inchaço), pancreatite (inflamação do pâncreas, causando dor abdominal importante e vômitos), artrite (inflamação de articulações) e meningite viral.
Não há tratamento específico para a caxumba, apenas sintomático. A criança deve permanecer em repouso, usar analgésicos se necessário, observar se há aparecimento de complicações e ser afastada da escola neste período.
Nem todos os casos de parotidite são devido à infecção pelo vírus da caxumba. A parotidite pode ser causada por outros vírus, tumores, doenças imunológicas e obstrução do ducto salivar.
 O diagnóstico geralmente é clínico e a confirmação por exame de laboratório só é necessária em alguns casos.
A prevenção da caxumba é feita por vacinação: tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola – SCR) ou quádrupla (sarampo, caxumba, rubéola e varicela – SCR-V). Desde 2013 o Ministério da Saúde recomenda uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses e uma dose da vacina quádrupla viral aos 15 meses de idade. As Sociedades Brasileira de Pediatria (SBP) e Brasileira de Imunizações (SBIm) recomendam que, aos 12 meses, a criança receba também uma dose da vacina varicela. Para crianças maiores, adolescentes e adultos recomendam-se duas doses com intervalo de 1 mês entre elas com a vacina tríplice ou quadrupla viral. As vacinas tríplice e quádrupla virais são vacinas de vírus vivos atenuados, portanto, contraindicadas para gestantes e imunodeprimidos (como por exemplo portadores de HIV). Reações adversas às vacinas são raras. As reações adversas mais comuns incluem reações locais, febre baixa e erupção cutânea; também pode ocorrer parotidite, 5 a 10 dias após a aplicação.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela SBP

CRM: 104.671

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Tumores de Cabeça e Pescoço



Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) revelam que o hábito de beber e fumar aumenta em até 20 vezes a chance de uma pessoa desenvolver algum tipo de câncer de cabeça e pescoço. Tumores nessa região correspondem a 3% de todos os tipos de câncer. Os de cavidade oral, que incluem lábios, língua, assoalho de boca, céu da boca, orofaringe como amígdalas, e de laringe são os tumores mais comuns. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil, as estimativas de 2014, que também são válidas para o ano de 2015, apontam a ocorrência de 11.280 novos casos de câncer da cavidade oral em homens e 4.010 em mulheres.

Além do tabagismo e o álcool, outros fatores estão associados mais fortemente ao aparecimento do câncer de boca, como a infecção por HPV (subtipo 16 principal) e exposição solar (para o câncer no lábio). Há também os fatores de baixo risco, dentre os quais estão a dieta pobre em frutas e vegetais, má higiene oral, próteses mal ajustadas ou adaptadas, genéticos e outros aspectos em associação que determinam uma queda na imunidade do hospedeiro, levando ao aparecimento do tumor.

Os sintomas do câncer de boca, às vezes, são nítidos, como feridas com ardor na boca, e às vezes não, sendo indolores no início, como uma ferida que não cicatriza e não dói. Devemos suspeitar de feridas na boca que não cicatriza em duas semanas; os nódulos persistentes no pescoço e em mucosa da bochecha, lábio, assoalho de boca e língua; as manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, indolores ou com leve ardor local em mucosa da boca; os dentes que apresentam amolecimento sem causa aparente; o inchaço na gengiva que dificulta uso de prótese; a dificuldade para engolir, falar, mastigar; mau hálito e perda de peso. 

 Apesar de quase 90% das lesões malignas de boca estarem localizadas na língua, assoalho, mucosa jugal e palato, ou seja, de fácil suspeita e reconhecimento, ainda diagnostica-se , na maioria dos casos, lesões em estádios avançados, o que dificulta muito o tratamento, levando a cirurgias complexas, com reconstruções para a reabilitação mais adequada e invariavelmente seguidas de radioterapia e quimioterapia, e infelizmente com índices mais baixos de sobrevida.

No Brasil, cerca de 70% dos casos ainda apresentam-se em estádios avançados: III e IV, onde as chances de cura ou controle são menores, porém podem ser atingíveis. Já os casos iniciais I e II possuem alta chance de cura/controle.

Os dados demográficos preocupam e se este ritmo continuar, a incidência do câncer de boca, no Brasil, tenderá a aumentar, ultrapassando outras doenças. Com isto os gastos em saúde como um todo também aumentarão. Hoje ocupa a quinta posição entre os homens e a sexta entre as mulheres.

A prevenção de fatores de risco ainda é a medida mais simples e eficaz para evitar o aparecimento desses tumores. Recomenda-se cessar o consumo de tabaco e álcool, pois associados e com a presença dos outros fatores já descritos aumenta-se muito a possibilidade de desenvolver esta doença.

Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

DOR DE OUVIDO


            

Esta é uma das queixas muito frequentes na infância, principalmente dos 6 meses aos 7 anos de idade.
            As infecções de ouvido são chamadas de otites. E elas são divididas basicamente em:
·         Otite média aguda (OMA): comum após gripes e resfriados, tendo também como fatores de risco a exposição ao cigarro pelos familiares, o hábito de oferecer mamadeira para a criança deitada e presença de refluxo gastroesofágico.
As crianças maiores conseguem relatar dor de ouvido, mas as menores não. Os bebês demonstram a dor pela irritabilidade e pelo choro, largando o peito ou a mamadeira ao sugar. A febre, assim como a queixa de dor, também é muito frequente. Tosse e vômitos podem acompanhar o quadro.
Para avaliar se há infecção bacteriana, e necessidade de uso de antibiótico, a  criança deverá ser examinada pelo Pediatra, através da otoscopia, que mostrará uma membrana timpânica abaulada, avermelhada e poderá apresentar secreção purulenta. Utilizam-se também analgésicos para controlar a dor e a febre.
·         Otite externa: acomete a região do pavilhão auricular e o conduto auditivo, composta basicamente por pele e cartilagem. A pele é bastante delicada, e protegida pelo cerume (cera) produzido no local. Portanto, o uso de hastes flexíveis (cotonetes) não é correto e pode propiciar infecções. Outro fator de risco para este tipo de otite é passar muito tempo dentro d'água, o que deixa o ouvido molhado por longo período, dissolvendo o cerume protetor e podendo levar a infecções por bactérias e fungos. Os sintomas de otite externa são dor e inchaço no canal do ouvido. Pode haver uma sensação de que ele está “tampado” ou de que a capacidade auditiva diminuiu. O Pediatra também irá avaliar a necessidade de tratamento, que poderá ser tópico ou com antibióticos orais.
Em casos mais complexos ou de infecções recorrentes, a criança deverá ser avaliada pelo especialista: o Otorrinolaringologista. Este irá avaliar se existe alguma causa específica para as infecções e qual a melhor conduta.



Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela SBP

CRM: 104.671

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Doenças Cardiovasculares no Inverno


Idosos, hipertensos, diabéticos, obesos, fumantes e sedentários precisam redobrar os cuidados no inverno. Mesmo quem não pertence a esses grupos de risco deve evitar a exposição prolongada ao frio intenso e o choque térmico causado pelas quedas bruscas de temperatura.

A literatura médica já nos mostrou em estudos de diversos países, que durante o inverno, o número de infartos cresce, em média, 30% e os de AVC, 20%. A estimativa é que a cada dez graus de queda na temperatura haja um aumento de 7% no índice de infartos, especialmente quando os termômetros atingem marcas inferiores a 14ºC.

Isso ocorre devido ao esforço que o organismo faz para manter o calor interno do corpo ao redor de 36,1ºC.  Assim, quando as terminações nervosas da pele se ressentem com o frio, estimulam a produção de um tipo de catecolamina, substância que, entre outras funções, acelera o metabolismo para evitar a perda de calor, como forma de proteger o funcionamento de órgãos vitais internos. Esse mecanismo faz com que as paredes dos vasos sanguíneos que irrigam a pele se contraiam (prova disso é que mãos, pés, nariz e orelhas esfriam), e o coração precisa fazer mais força para bombear o sangue. Além disso, como sentem menos sede no frio, as pessoas acabam ingerindo menos líquido e desidratam. Sangue mais denso e viscoso coagula mais facilmente, o que colabora também para o aumento da pressão sanguínea.

Além disso diante de temperaturas baixas, o aumento da pressão sanguínea sobre a parede dos vasos que estão com o calibre reduzido, além de sobrecarregar o coração, facilita o desprendimento de placas de gordura localizadas no interior das artérias, que podem bloquear o fluxo do sangue para o coração e para o cérebro.

Embora dias frios possam, muitas vezes, servir de pretexto para suspender a atividade física, aumentar o consumo de alimentos calóricos e descuidar da hidratação, o fato é que faz bem para a saúde do coração e a integridade do cérebro manter um programa regular de exercícios físicos. Do mesmo modo, uma alimentação equilibrada, com menos gordura saturada, açúcar e sal ajuda a controlar os níveis de colesterol no sangue, a glicemia e a pressão arterial, apesar da vasoconstrição periférica.

O bom senso manda evitar exageros ao exercitar-se, quando a temperatura está lá embaixo, pois  o exercício físico exige maior aporte de oxigênio nos músculos esqueléticos, o que pode representar maior esforço para o coração. Sendo assim, é de grande importância o aquecimento, que deve ser mais lento e prolongado, assim como a  escolha da roupa certa para conservar o calor que o próprio corpo produz.

Está claro que a prevenção dos transtornos vasculares no inverno está diretamente associada ao controle de fatores de risco durante o ano todo. Mas outros pequenos cuidados podem preparar nosso corpo para enfrentar as temperaturas baixas do inverno.

Começando com a vacinação contra a gripe. Idosos e portadores doenças crônicas devem tomar a vacina contra gripe todos os anos, antes do início do outono para estarem protegidos no inverno, quando são mais comuns os casos de gripes e outras doenças respiratórias. Agravadas pela poluição dos grandes centros urbanos, essas doenças provocam inflamação dos vasos sanguíneos. Como já vimos, vasos mais estreitos facilitam o rompimento de placas de gordura, que podem bloquear o fluxo de sangue pelas artérias e danificar o músculo cardíaco.

Faça frio ou calor, ao primeiro sinal de infarto (dor no peito que irradia para os braços, falta de ar, sudorese abundante são alguns deles) ou de AVC (dormência súbita na face ou nos membros de um lado do corpo, comprometimento da fala e da visão, tontura), a pessoa deve procurar imediatamente assistência médica. Quanto mais precoce for introduzido o tratamento, menores serão os danos provocados por essas doenças e melhor será o processo de recuperação.


Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia

terça-feira, 5 de julho de 2016

SEGURANÇA DOS ALIMENTOS




Existem doenças que podem ser originadas por conta da ingestão de alimentos. Normalmente isso ocorre por contaminação:
v  Contaminação Biológica:
•  por vírus: as principais fontes são a água e os ovos; os sintomas são náuseas, vômitos, diarréia e cólicas abdominais. Não existe tratamento específico; somente cuidados gerais.
•   por bactérias:
- a Salmonela contamina carne de aves, ovos e derivados e causa os mesmos sintomas, além de febre.
- o Campylobacter é transmitido por carnes, água e leite, causando diarréia com sangue, vômitos e dores de cabeça.
- a Listeria é encontrada em leite e derivados, peixes e frutos do mar. Pode causar doenças graves como meningites.
• por vermes: normalmente transmitidos por alimentos crus ou mal cozidos e mal lavados., podendo causar diarréias prolongadas.
v  Contaminação Química:
• por metais: os peixes e frutos do mar são alimentos que podem estar contaminados por mercúrio.
•  por agrotóxicos: geralmente ocorre por seu uso incorreto em plantações.
            Para prevenir estas doenças, devemos:
- lavar com água e sabão as mãos e os utensílios de cozinha antes do preparo dos alimentos;
- cozinhar bem os alimentos;
- não descongelar os alimentos em temperatura ambiente, e sim, em geladeira;
- lavar cuidadosamente frutas e verduras cruas;
- evitar leite não pasteurizado;
- quando houver dúvida sobre o aspecto do alimento (cheiro, cor ou sabor) não consumir;
- verificar sempre o prazo de validade nas embalagens.



Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela SBP

CRM: 104.671