A caxumba também é chamada de
parotidite viral, pois é uma doença causada por um vírus e que acomete as
glândulas parótidas: as maiores
glândulas salivares de nosso corpo, sendo duas, uma à direita e outra à
esquerda, e localizadas na região logo abaixo e à frente de cada orelha.
Esta doença pode ser transmitida
desde alguns dias antes do início dos sintomas até cerca de 5 dias após. O
contágio ocorre pelo contato com a saliva de pessoas infectadas, através de
gotículas. É mais comum na infância, nos meses de inverno e começo da
primavera.
A principal manifestação da caxumba é
o aumento da glândula parótida, aparentando um inchaço abaixo da orelha, e pode
haver febre e dor à mastigação. Pode acometer 1 ou as 2 glândulas parótidas, e
também apresentar inflamação nas outras glândulas salivares (abaixo da língua e
da mandíbula). Mal-estar, falta de apetite e dor muscular podem estar
presentes.
Complicações podem existir também em
consequência da doença: orquite (inflamação dos testículos, causando inchaço), pancreatite
(inflamação do pâncreas, causando dor abdominal importante e vômitos), artrite
(inflamação de articulações) e meningite viral.
Não há tratamento específico para a
caxumba, apenas sintomático. A criança deve permanecer em repouso, usar
analgésicos se necessário, observar se há aparecimento de complicações e ser
afastada da escola neste período.
Nem todos os casos de parotidite são
devido à infecção pelo vírus da caxumba. A parotidite pode ser causada por
outros vírus, tumores, doenças imunológicas e obstrução do ducto salivar.
O diagnóstico geralmente é clínico e a
confirmação por exame de laboratório só é necessária em alguns casos.
A prevenção da caxumba é feita por
vacinação: tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola – SCR) ou quádrupla
(sarampo, caxumba, rubéola e varicela – SCR-V). Desde 2013 o Ministério da
Saúde recomenda uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses e uma dose da
vacina quádrupla viral aos 15 meses de idade. As Sociedades Brasileira de
Pediatria (SBP) e Brasileira de Imunizações (SBIm) recomendam que, aos 12
meses, a criança receba também uma dose da vacina varicela. Para crianças
maiores, adolescentes e adultos recomendam-se duas doses com intervalo de 1 mês
entre elas com a vacina tríplice ou quadrupla viral. As vacinas tríplice e
quádrupla virais são vacinas de vírus vivos atenuados, portanto,
contraindicadas para gestantes e imunodeprimidos (como por exemplo portadores
de HIV). Reações adversas às vacinas são raras. As reações adversas mais comuns
incluem reações locais, febre baixa e erupção cutânea; também pode ocorrer
parotidite, 5 a 10 dias após a aplicação.
Dra. Fernanda Formagio de
Godoy Miguel
Pediatra pela SBP
CRM: 104.671
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