Hoje falo de um assunto que parece ser muito simples e corriqueiro, mas que pode gerar ansiedade, dúvida e medo.
A gripe ou influenza é doença viral que aflige a espécie humana desde a Antiguidade. Embora considerada banal, a enfermidade está associada a complicações bacterianas que podem ser mortais em alguns casos.
Para combater a gripe, hoje dispomos de vacinas e algumas drogas antivirais usadas para prevenção e tratamento.
A vacina:
A vacina contra influenza é segura e uma das medidas mais eficazes de prevenção a complicações e casos graves de gripe. Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza.Como o organismo leva, em média, de duas a três semanas para criar os anticorpos que geram proteção contra a gripe após a vacinação, é fundamental realizar a imunização no período da campanha para garantir a proteção antes do início do inverno. O período de maior circulação da gripe vai de final de maio a agosto.
Campanha de Vacinação:
Teve início no dia 04 deste mês a 17a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe.A vacina da gripe disponível atualmente é preparada a partir de uma seleção de subtipos de vírus que estejam provocando surtos pelo mundo e possam representar perigo de disseminação no inverno seguinte.
É importante lembrar que as vacinas são fabricadas para serem administradas imediatamente antes das “estações de gripe”, e que esse período é discordante em relação a nós: nos países do hemisfério norte (onde as vacinas são fabricadas) elas correspondem aos meses de dezembro a março, e no Brasil de junho a agosto. Assim, quando usamos vacinas importadas, devemos lembrar que elas foram preparadas com os vírus que representavam ameaça alguns meses antes (dezembro a março) e que, em junho, outros vírus podem estar circulando para os quais a vacina não oferece proteção.
Este ano, a vacina disponibilizada pelo Ministério da Saúde, protegerá a população contra os três subtipos do vírus da gripe determinados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para este ano (A/H1N1; A/H3N2 e Influenza B). A imunização é por injeção.
Você sabia que a vacina contra a influenza é inativada, contendo vírus mortos, fracionados ou em subunidades, portanto, não podem causar a gripe. A contraindicação é apenas para aquelas pessoas alérgicas a proteína do ovo, que é usada em sua fabricação segundo o Ministério da Saúde.
Quem deve receber a vacina?
- Pessoas com 60 anos ou mais;
- Gestantes;
- Mulheres até 45 dias após parto;
- Profissionais de saúde;
- Crianças de seis meses a menores de cinco anos;
- Doentes crônicos e transplantados;
- Indígenas;
- População privada de liberdade;
- Funcionários do sistema prisional.
Medidas de Prevencão:
A transmissão dos vírus influenza acontece por meio do contato com secreções das vias respiratórias, eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar. Também ocorre por meio das mãos e objetos contaminados, quando entram em contato com mucosas (boca, olhos, nariz). À população em geral, o Ministério da Saúde orienta a adoção de cuidados simples como medida de prevenção para evitar a doença, como: lavar as mãos várias vezes ao dia; cobrir o nariz e a boca ao tossir e espirrar; evitar tocar o rosto e não compartilhar objetos de uso pessoal.
Em caso de síndrome gripal, deve-se procurar um serviço de saúde o mais rápido possível. A vacina contra a gripe não é capaz de eliminar a doença ou impedir a circulação do vírus, por isso, as medidas de prevenção são muito importantes, particularmente durante o período de maior circulação viral, entre os meses de junho e agosto.
Também é importante lembrar que, mesmo pessoas vacinadas, ao apresentarem os sintomas da gripe - especialmente se são integrantes de grupos mais vulneráveis às complicações - devem procurar, imediatamente, o médico. Os sintomas da gripe são: febre, tosse ou dor na garganta, além de outros, como dor de cabeça, dor muscular e nas articulações. Já o agravamento pode ser identificado por falta de ar, febre por mais de três dias, piora de sintomas gastrointestinais, dor muscular intensa e prostração.
Reações Adversas:
Após a aplicação da vacina, podem ocorrer, de forma rara, dor no local da injeção, eritema e enrijecimento. São manifestações consideradas benignas, cujos efeitos costumam passar em 48 horas. A vacina é contraindicada para pessoas com história de reação anafilática prévia em doses anteriores ou para pessoas que tenham alergia grave relacionada a ovo de galinha e seus derivados. É importante procurar o médico para mais orientações.
Diferença entre gripe e resfriado:
Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia
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