sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Setembro Amarelo – Suicídio



No mês de setembro acontece a Campanha Setembro Amarelo, que conscientiza a população sobre a importância da prevenção do suicídio, com o objetivo direto de alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção. Ocorre no mês de setembro, desde 2014, por meio de identificação de locais públicos e particulares com a cor amarela e ampla divulgação de informações.  Há uma atenção especial no dia 10 de setembro, pois é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, que neste ano cai em um sábado.
Iniciado no Brasil pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina)e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), o Setembro Amarelo realizou as primeiras atividades em 2014 concentradas em Brasília. Em 2015 já conseguiu uma maior exposição com ações em todas as regiões do país. Mundialmente, o IASP – Associação Internacional para Prevenção do Suicídio estimula a divulgação da causa, vinculado ao dia 10 do mesmo mês no qual se comemora o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.
O Suicídio é um problema de saúde pública, que vive atualmente a situação do tabu e do aumento de suas vítimas. Pelos números oficiais, são 32 brasileiros mortos por dia, taxa superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer. Tem sido um mal silencioso, pois as pessoas fogem do assunto e, por medo ou desconhecimento, não veem os sinais de que uma pessoa próxima está com ideias suicidas.

A esperança é o fato de que, segundo a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos poderiam ser prevenidos. É necessário a pessoa buscar ajuda e atenção de quem está à sua volta.

Mas como buscar ajuda se sequer a pessoa sabe que ela pode ser ajudada e que o que ela passa naquele momento é mais comum do que se divulga? Ao mesmo tempo, como é possível oferecer ajuda a um amigo ou parente se também não  sabemos identificar os sinais e muito menos temos familiaridade com a abordagem mais adequada? Estudos recentes apontam que 100% das pessoas que se mataram tinham alguma doença psiquiátrica. E a mais frequente é a depressão. Isso faz com que, potencialmente, o suicídio seja prevenível.
Segundo estudo realizado pela Unicamp, 17% dos brasileiros, em algum momento, pensaram seriamente em dar um fim à própria vida e, desses, 4,8% chegaram a elaborar um plano para isso. Na maioria das vezes, no entanto, é possível evitar que esses pensamentos suicidas virem realidade.
A primeira medida preventiva é a educação: é preciso deixar de ter medo de falar sobre o assunto, derrubar tabus e compartilhar informações ligadas ao tema.
O suicídio não é uma questão moral, nem religiosa, é um problema de saúde mental.


Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

CAXUMBA



A caxumba também é chamada de parotidite viral, pois é uma doença causada por um vírus e que acomete as glândulas parótidas: as maiores glândulas salivares de nosso corpo, sendo duas, uma à direita e outra à esquerda, e localizadas na região logo abaixo e à frente de cada orelha.
Esta doença pode ser transmitida desde alguns dias antes do início dos sintomas até cerca de 5 dias após. O contágio ocorre pelo contato com a saliva de pessoas infectadas, através de gotículas. É mais comum na infância, nos meses de inverno e começo da primavera.
A principal manifestação da caxumba é o aumento da glândula parótida, aparentando um inchaço abaixo da orelha, e pode haver febre e dor à mastigação. Pode acometer 1 ou as 2 glândulas parótidas, e também apresentar inflamação nas outras glândulas salivares (abaixo da língua e da mandíbula). Mal-estar, falta de apetite e dor muscular podem estar presentes.
Complicações podem existir também em consequência da doença: orquite (inflamação dos testículos, causando inchaço), pancreatite (inflamação do pâncreas, causando dor abdominal importante e vômitos), artrite (inflamação de articulações) e meningite viral.
Não há tratamento específico para a caxumba, apenas sintomático. A criança deve permanecer em repouso, usar analgésicos se necessário, observar se há aparecimento de complicações e ser afastada da escola neste período.
Nem todos os casos de parotidite são devido à infecção pelo vírus da caxumba. A parotidite pode ser causada por outros vírus, tumores, doenças imunológicas e obstrução do ducto salivar.
 O diagnóstico geralmente é clínico e a confirmação por exame de laboratório só é necessária em alguns casos.
A prevenção da caxumba é feita por vacinação: tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola – SCR) ou quádrupla (sarampo, caxumba, rubéola e varicela – SCR-V). Desde 2013 o Ministério da Saúde recomenda uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses e uma dose da vacina quádrupla viral aos 15 meses de idade. As Sociedades Brasileira de Pediatria (SBP) e Brasileira de Imunizações (SBIm) recomendam que, aos 12 meses, a criança receba também uma dose da vacina varicela. Para crianças maiores, adolescentes e adultos recomendam-se duas doses com intervalo de 1 mês entre elas com a vacina tríplice ou quadrupla viral. As vacinas tríplice e quádrupla virais são vacinas de vírus vivos atenuados, portanto, contraindicadas para gestantes e imunodeprimidos (como por exemplo portadores de HIV). Reações adversas às vacinas são raras. As reações adversas mais comuns incluem reações locais, febre baixa e erupção cutânea; também pode ocorrer parotidite, 5 a 10 dias após a aplicação.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela SBP

CRM: 104.671