segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Tumores de Cabeça e Pescoço



Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) revelam que o hábito de beber e fumar aumenta em até 20 vezes a chance de uma pessoa desenvolver algum tipo de câncer de cabeça e pescoço. Tumores nessa região correspondem a 3% de todos os tipos de câncer. Os de cavidade oral, que incluem lábios, língua, assoalho de boca, céu da boca, orofaringe como amígdalas, e de laringe são os tumores mais comuns. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil, as estimativas de 2014, que também são válidas para o ano de 2015, apontam a ocorrência de 11.280 novos casos de câncer da cavidade oral em homens e 4.010 em mulheres.

Além do tabagismo e o álcool, outros fatores estão associados mais fortemente ao aparecimento do câncer de boca, como a infecção por HPV (subtipo 16 principal) e exposição solar (para o câncer no lábio). Há também os fatores de baixo risco, dentre os quais estão a dieta pobre em frutas e vegetais, má higiene oral, próteses mal ajustadas ou adaptadas, genéticos e outros aspectos em associação que determinam uma queda na imunidade do hospedeiro, levando ao aparecimento do tumor.

Os sintomas do câncer de boca, às vezes, são nítidos, como feridas com ardor na boca, e às vezes não, sendo indolores no início, como uma ferida que não cicatriza e não dói. Devemos suspeitar de feridas na boca que não cicatriza em duas semanas; os nódulos persistentes no pescoço e em mucosa da bochecha, lábio, assoalho de boca e língua; as manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, indolores ou com leve ardor local em mucosa da boca; os dentes que apresentam amolecimento sem causa aparente; o inchaço na gengiva que dificulta uso de prótese; a dificuldade para engolir, falar, mastigar; mau hálito e perda de peso. 

 Apesar de quase 90% das lesões malignas de boca estarem localizadas na língua, assoalho, mucosa jugal e palato, ou seja, de fácil suspeita e reconhecimento, ainda diagnostica-se , na maioria dos casos, lesões em estádios avançados, o que dificulta muito o tratamento, levando a cirurgias complexas, com reconstruções para a reabilitação mais adequada e invariavelmente seguidas de radioterapia e quimioterapia, e infelizmente com índices mais baixos de sobrevida.

No Brasil, cerca de 70% dos casos ainda apresentam-se em estádios avançados: III e IV, onde as chances de cura ou controle são menores, porém podem ser atingíveis. Já os casos iniciais I e II possuem alta chance de cura/controle.

Os dados demográficos preocupam e se este ritmo continuar, a incidência do câncer de boca, no Brasil, tenderá a aumentar, ultrapassando outras doenças. Com isto os gastos em saúde como um todo também aumentarão. Hoje ocupa a quinta posição entre os homens e a sexta entre as mulheres.

A prevenção de fatores de risco ainda é a medida mais simples e eficaz para evitar o aparecimento desses tumores. Recomenda-se cessar o consumo de tabaco e álcool, pois associados e com a presença dos outros fatores já descritos aumenta-se muito a possibilidade de desenvolver esta doença.

Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

DOR DE OUVIDO


            

Esta é uma das queixas muito frequentes na infância, principalmente dos 6 meses aos 7 anos de idade.
            As infecções de ouvido são chamadas de otites. E elas são divididas basicamente em:
·         Otite média aguda (OMA): comum após gripes e resfriados, tendo também como fatores de risco a exposição ao cigarro pelos familiares, o hábito de oferecer mamadeira para a criança deitada e presença de refluxo gastroesofágico.
As crianças maiores conseguem relatar dor de ouvido, mas as menores não. Os bebês demonstram a dor pela irritabilidade e pelo choro, largando o peito ou a mamadeira ao sugar. A febre, assim como a queixa de dor, também é muito frequente. Tosse e vômitos podem acompanhar o quadro.
Para avaliar se há infecção bacteriana, e necessidade de uso de antibiótico, a  criança deverá ser examinada pelo Pediatra, através da otoscopia, que mostrará uma membrana timpânica abaulada, avermelhada e poderá apresentar secreção purulenta. Utilizam-se também analgésicos para controlar a dor e a febre.
·         Otite externa: acomete a região do pavilhão auricular e o conduto auditivo, composta basicamente por pele e cartilagem. A pele é bastante delicada, e protegida pelo cerume (cera) produzido no local. Portanto, o uso de hastes flexíveis (cotonetes) não é correto e pode propiciar infecções. Outro fator de risco para este tipo de otite é passar muito tempo dentro d'água, o que deixa o ouvido molhado por longo período, dissolvendo o cerume protetor e podendo levar a infecções por bactérias e fungos. Os sintomas de otite externa são dor e inchaço no canal do ouvido. Pode haver uma sensação de que ele está “tampado” ou de que a capacidade auditiva diminuiu. O Pediatra também irá avaliar a necessidade de tratamento, que poderá ser tópico ou com antibióticos orais.
Em casos mais complexos ou de infecções recorrentes, a criança deverá ser avaliada pelo especialista: o Otorrinolaringologista. Este irá avaliar se existe alguma causa específica para as infecções e qual a melhor conduta.



Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela SBP

CRM: 104.671