segunda-feira, 24 de junho de 2013

Refluxo Gastroesofágico

O refluxo gastroesofágico (RGE) ocorre quando o alimento/leite retorna ao esôfago após atingir o estômago, juntamente com o conteúdo gástrico.

Isto é comum nos bebês, pois há uma frouxidão dos músculos que impedem o retorno do alimento, e com o passar do tempo, isto vai normalizando. Neste caso, temos o refluxo considerado “normal” (fisiológico): o bebê ganha peso normalmente e “golfa” (regurgita) em poça quantidade e sem nenhum problema para sua saúde.

O RGE é considerado “anormal” (patológico) quando é muito freqüente, em grande quantidade e há alteração na qualidade de vida e saúde. Clinicamente há além dos vômitos/regurgitação, choro, irritabilidade, choro, recusa alimentar, infecções de repetição (de ouvido e pneumonias) e baixo ganho de peso.
O diagnóstico inicial é pela história que os pais contam. Pode ser feito também através de exames quando houver dúvida.

O tratamento começa com algumas medidas que são fundamentais, chamadas medidas posturais: sempre que o bebê for mamar, colocá-lo o mais sentado possível e esperar o bebê “arrotar” por cerca de 15 a 20 minutos com este em posição ereta (em pé, no colo); quando o bebê estiver deitado, a cabeceira deve estar erguida em 30 graus.

Caso não haja melhora somente com as medidas posturais, há medicações que auxiliam no tratamento, e que o Pediatra poderá orientar.

Dra. Fernanda F. G. Miguel
Pediatra
CRM: 104.671

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Anemia na infância


A anemia é uma preocupação freqüente das mães e dos pediatras, e isto se justifica porque quase metade das crianças com até 3 anos de idade apresentam essa doença.
Anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal. A hemoglobina é uma proteína muito importante que transporta o oxigênio necessário para o funcionamento de todos os tecidos do corpo. Esta proteína é formada principalmente pelo ferro, obtido diariamente na alimentação.
Existem várias causas da anemia, mas a deficiência de ferro (anemia ferropriva) é a mais comum entre crianças e adolescentes. A falta desse nutriente pode ocorrer em algumas situações, como em grandes perdas de sangue por traumas ou ferimentos, e pela dieta pobre em ferro, sendo esta a causa principal.
A alimentação inadequada, pobre em ferro, faz com que a anemia por deficiência de ferro apareça até mesmo em crianças “gordinhas” .
Até os seis meses de vida o aleitamento materno exclusivo supre as necessidades de ferro da criança, não necessitando de qualquer forma de complementação e nem de introdução de alimentos sólidos. No entanto, crianças que tomam leite de vaca têm maior risco de ter anemia; isto porque o leite de vaca tem menor quantidade e menor absorção de ferro do que o leite materno. Portanto, nunca substitua o leite materno pelo leite da vaca, a não ser que haja recomendação médica, em casos específicos.
A atenção deve ser redobrada com os prematuros e os bebês que apresentaram baixo peso ao nascer. Por terem seu crescimento muito rápido, a necessidade de ferro é maior e a possibilidade de complementação desse mineral é grande.
Crianças de 6 meses a 2 anos, época em que o crescimento e o desenvolvimento são acelerados, necessitam de ferro em maior quantidade. Além disto, a introdução de alimentos deficientes em ferro pode contribuir para o aparecimento da doença.
Depois dos 2 anos, a taxa de anemia diminui, voltando a subir na adolescência em conseqüência do novo pico de crescimento e da alimentação inadequada (fast-foods e alimentos industrializados).
O sintoma mais comum da anemia é a palidez nas mucosas, principalmente na parte interna das pálpebras e lábios, e nas palmas das mãos. Outros sintomas são a fadiga, fraqueza, falta de apetite, cansaço fácil ao se exercitar, sensação de tonteira, desmaio, falta de ar e desatenção na escola. A anemia também prejudica o desenvolvimento físico, motor, psicológico e de linguagem.
Se os pais desconfiarem de que seu filho esteja com anemia, devem levá-lo ao pediatra, que irá fazer o exame físico e perguntará sobre os hábitos alimentares, condições de nascimento, doenças familiares, etc. Então, caso haja necessidade, pedirá um exame de sangue para diagnosticar a doença. Se a anemia por deficiência de ferro for comprovada, o tratamento com medicação oral à base deste mineral deverá ser iniciado.
A melhor forma de prevenção da anemia é o cuidado com a alimentação das crianças. Os alimentos ricos em ferro são: a carne de vaca, frango e peixe, gema do ovo, feijão, soja, lentilha, ervilha, espinafre, brócolis, couve e verduras com folhagem mais escura.
A absorção de ferro é aumentada quando ingerido com frutas cítricas (laranja, acerola, limão). Cuidado com alguns tipos de alimentos que, ao contrário, inibem a absorção de ferro, como o leite de vaca em excesso e o chá preto.
Embora menos comuns, a anemia pode ter outras causas. Deficiência na produção de glóbulos vermelhos, doenças crônicas, doenças renais, leucemia, doenças hereditárias (ex: talassemia e a anemia falciforme), verminoses e deficiência de vitamina B12 são outras possibilidades a serem investigadas.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM : 104.671