sábado, 1 de novembro de 2014

Pneumonias


A maioria das crianças tem cerca de 5 infecções respiratórias agudas por ano, como gripe, resfriado, laringite e pneumonia. E isto é considerado normal, principalmente em áreas urbanas.

Existem diversos fatores de risco para pneumonia. Alguns são:

  • desnutrição
  • baixa idade (principalmente menores de 1 ano)
  • doenças associadas ( cardiopatia, diabetes, anemia falciforme)
  • baixo peso ao nascer
  • permanência em creche
  • ausência de aleitamento materno
  • vacinação incompleta

Existem sinais que orientam a necessidade de procura imediata pelo hospital, chamados de “sinais de perigo” pela OMS (Organização Mundial de Saúde):

  • menores de 2 meses: frequência respiratória maior que 60 movimentos por minuto, febre alta, recusa alimentar, sonolência ou irritabilidade anormal.
  • maiores de 2 meses: recusa em ingerir líquidos, convulsão, falta de ar ou dificuldade em respirar.

A causa mais comum de pneumonias na infância é a infecciosa, ou seja, por vírus e bactéria, e mais raramente por fungos.

Os principais sinais e sintomas são tosse, febre e cansaço.

Na suspeita de pneumonia, a radiografia de tórax é feita para auxiliar o diagnóstico.

O tratamento dependerá da causa, e normalmente é feito com antibiótico específico, de acordo com a faixa etária.

A prevenção de pneumonias pelas principais bactérias pode ser feita por meio de vacinação. A vacina não impede que haja doença, mas diminui a chance dela ocorrer e diminui a incidência das formas graves.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.671

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Hepatite A

A hepatite A é uma doença contagiosa, causada pelo vírus da hepatite A e também conhecida como “hepatite infecciosa”.

Sua transmissão é oral-fecal, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus. E esta transmissão pode ocorrer desde antes do início dos sintomas (cerca de 10 dias) até 2 semanas do quadro da doença.

A clínica é bastante variável, podendo não apresenta sintomas em grande parte dos casos ou ser semelhante a um quadro gripal.

Quando há sintomas, inicialmente o paciente apresenta mal-estar, febre baixa, inapetência, fadiga, dor em articulação, náuseas/vômitos e desconforto abdominal.

Posteriormente pode ocorrer urina escura, fezes claras, pele e olhos amarelados (icterícia); este período costuma durar cerca de 4 a 6 semanas. Quanto maior a idade do paciente, mais intensos costumam ser os sintomas. Em crianças menores de 6 anos, os quadros com icterícia ocorrem em cerca de 5 a 10% dos pacientes; já em adultos, podem chegar a 70% dos pacientes.

Raramente ocorrem casos graves, chamados de fulminantes, pois causam uma lesão importante no fígado, levando à sua falência.

O diagnóstico da doença é realizado por exame de sangue, no qual se procura por anticorpos contra o vírus da doença.

Na maioria dos casos, a hepatite A é uma doença de caráter benigno e não há tratamento específico. Recomenda-se repouso e sintomáticos; medicamentos não devem ser usados sem prescrição médica para não agravar o dano ao fígado.

No caso das crianças, recomenda-se que sejam afastadas da escola/creche por duas semanas.

A melhor forma de se evitar a doença é melhorando as condições de higiene e de saneamento básico, como por exemplo:

  • Lavar as mãos após ir ao banheiro, trocar fraldas e antes de comer ou preparar alimentos;
  • Lavar bem, com água tratada, clorada ou fervida, os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos;
  • Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e carne de porco;
  • Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras;
  • Não tomar banho ou brincar perto de riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto a céu aberto;
  • Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios, para não comprometer o lençol d'água que alimenta o poço. Deve-se respeitar, por medidas de segurança, a distância mínima de 15 metros entre o poço e a fossa do tipo seca e de 45 metros, para os demais focos de contaminação, como chiqueiros, estábulos, valões de esgoto, galerias de infiltração e outros;
  • Caso haja algum doente com hepatite A em casa, utilizar hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária ao lavar o banheiro;

Atualmente, o Sistema Único de Saúde disponibiliza uma vacina específica contra o vírus causador da hepatite A, a partir de 1 ano de idade (até 1 ano e 11 meses), sendo 2 doses, com intervalo de 6 meses.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.671

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Infecção Urinária

A infecção urinária é uma das doenças mais comuns na infância, sendo mais frequente nos primeiros anos de vida. A denominação é caracterizada por infecção bacteriana em qualquer parte do aparelho urinário, sendo mais comum em meninas do que em meninos.

Em bebês o diagnóstico é mais difícil, por não haver queixa. Os sintomas principais são febre e recusa às mamadas; pode haver também vômitos e alterações na urina.

Já em crianças maiores há relato de dor ao urinar (disúria), dor abdominal  e odor fétido na urina, além da febre em alguns casos.

Caso a infecção seja severa e acometa o rim (pielonefrite), haverá dor nas costas, febre e calafrios.
A realização de ultra-sonografia no pré-natal é muito importante para o diagnóstico precoce de alterações do trato urinário; desta forma poderá haver prevenção de infecções urinárias nos recém-nascidos, evitando assim, lesões renais.

A doença é confirmada com exame de urina.

A urina deve ser colhida após limpeza local, para que não haja contaminação. Nos bebês normalmente usa-se um saco coletor; mas se necessário, existem outras formas de coleta.

No caso de infecção na criança, há dois pontos importantes:

  • o tratamento: feito à base de antibióticos, normalmente por via oral. Nos casos mais graves, ou em recém-nascidos, é indicado antibiótico endovenoso. Para alívio dos sintomas pode-se usar analgésicos.
  • o estudo do trato urinário: caso haja alteração do trato urinário, há uma maior predisposição à infecção. Neste caso, utiliza-se antibioticoterapia profilática, ou seja, usa-se antibiótico por tempo prolongado para prevenir novas infecções até que seja investigado se há alterações, e se houver, até que haja correção cirúrgica. Esta investigação pode ser feita por exames, como ultra-sonografia e exames radiológicos.

Dra.Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.671

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Desenvolvimento da Criança e a Família

A família é o primeiro e mais importante espaço onde se inicia o cuidado com as crianças. E o médico tem um papel importante no apoio à família, para que os pais entendam estes cuidados.

Algumas práticas familiares recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) são importantes para o crescimento e desenvolvimento saudável da criança, como por exemplo:
  • amamentação com leite materno exclusivo até os 6 meses de idade, mantendo-o após juntamente com alimentos saudáveis até os 2 anos de idade;
  • uso de vitamina A e ferro em quantidade necessária;
  • estimulação da criança por meio de conversa, jogos e atividades físicas apropriados à idade;
  • afeto e atenção para o desenvolvimento emocional da criança. O cuidado afetuoso é melhor do que críticas e punições constantes;
  • aplicação na data correta de todas as vacinas pertencentes ao calendário;
  • higiene adequada;
  • tratamento de doenças, administrando corretamente as medicações receitadas e seguindo as orientações médicas;
  • precauções para evitar acidentes domésticos;
  • realizar pré-natal corretamente.

O amor, as brincadeiras e a linguagem são os três “alimentos” mais importantes para o crescimento da mente. A criança que se sente amada, desenvolve segurança, confiança e capacidade de se relacionar bem consigo e com as outras pessoas.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra

CRM: 104.671

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Estatuto da Criança e do Adolescente


Como é possível oferecer garantia dos direitos às nossas crianças, principalmente nos dias de hoje, com tanta violência?

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma Lei Federal aprovada em julho de 1990. Composto por 267 artigos, ele garante os direitos e deveres de cidadania a crianças (0 a 12 anos) e adolescentes (12 a 18 anos), determinando à família, à sociedade, à comunidade e ao Estado a responsabilidade pela sua proteção integral.

Ele transformou a criança e o adolescente em cidadãos, que pela primeira vez na história brasileira têm prioridade absoluta.

Um de seus principais artigos refere-se à proteção à vida e à saúde, em condições dignas. Isto levou a uma priorização de assistência pelo SUS à gestante e ao recém-nascido, maior orientação e apoio à amamentação, entre outras melhorias.

Nesta mesma lei, tornou-se obrigatória a notificação de maus-tratos praticados contra crianças e adolescentes, e é nosso dever reportar qualquer anormalidade às autoridades competentes. Em nosso tempo atual, temos testemunhado diversas reportagens sobre abusos de vários tipos: trabalho infantil, crianças pedindo esmolas nos faróis, violência doméstica, exploração sexual pela Internet, etc. O ECA vem, portanto, garantir  uma proteção mais efetiva dessas vítimas.

O acesso à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer também está garantido pelo ECA.

Todos nós, como cidadãos, podemos e devemos participar da discussão dos problemas locais, formulando propostas e colaborando com os Órgãos responsáveis pelo cumprimento desta lei. Assim, teremos futuramente uma sociedade muito mais saudável, física e emocionalmente. 


Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.671

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Varicela (Catapora)

A varicela é uma doença causada por um vírus e que acomete pessoas de todas as idades, principalmente crianças entre 2 e 10 anos.

Esta é a época do ano mais comum do seu aparecimento, ou seja, do inverno até o começo da primavera.
A varicela é uma doença bastante contagiosa, que já pode ser  transmitida desde um dia antes de aparecerem as "manchinhas"  vermelhas (exantema), até cinco dias após o aparecimento da última “bolha” (vesícula).

A transmissão ocorre por contato direto, através de gotículas de saliva e espirro; mas o contato com a pele e roupas também pode transmitir a doença. Após o contato com um doente, a criança pode demorar até 15 a 20 dias para ter os sinais e sintomas da doença.

As lesões iniciam como pápulas ("pintinhas") vermelhas, tornam-se vesículas (bolhas pequenas) e depois formam a crosta ("casquinha"). A coceira (prurido), costuma incomodar bastante as crianças.  E as cicatrizes, dependendo do tipo de pele e da retirada das crostas, podem ser mais ou menos visíveis.
Além disso, pode haver febre, mal-estar e tosse.

Normalmente a varicela é uma doença simples
e benigna. Mas há casos raros que podem ter complicações mais graves, como pneumonia, infecções de pele por bactérias e alterações hemorrágicas. Nestas situações as crianças deverão ser acompanhadas com cuidado e às vezes até internadas.
Há vacina disponível para crianças a partir de 1 ano de idade, que auxilia na  proteção contra as formas mais graves da doença.

DICAS DE COMO AGIR:

  • o repouso não precisa ser absoluto, devendo apenas evitar os abusos como atividades físicas neste período.
  • evitar retirar as "casquinhas" para não haver cicatrizes mais profundas ou favorecer infecções.
  • medicações sintomáticas para febre e dor (analgésicos) podem ser usadas. Para outras medicações, consulte o seu médico.
  • banhos pelo corpo com água e maisena são um modo simples de aliviar a coceira; caso necessário, fale com seu médico para que ele possa receitar medicação que seja adequada.


Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.671

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Gripes e resfriados na infância

Resfriados são infecções das vias aéreas superiores (nariz, garganta e seios da face) e que eventualmente atingem também as inferiores (traquéia e brônquios). São causados por vários tipos de vírus, como o Rinovírus. O vírus chega ao nariz, provocando irritação e espirros, após leva a uma inflamação no local que causa obstrução (“nariz entupido”) e coriza (“nariz escorrendo”).Como sintomas gerais pode haver tosse, mal estar, dor no corpo, diminuição do apetite e às vezes febre baixa. Todos estes sintomas podem durar cerca de 2 a 7 dias, até que os mecanismos de defesa do nosso corpo destruam todos os vírus.

A diferença em relação à gripe é que esta é causada pelo vírus Influenza, que causa os mesmos sintomas mas com maior intensidade: febre mais alta (39°C), calafrios e dor de cabeça. E em alguns casos pode haver complicações, como infecções por bactérias – infecções de ouvido (otites), garganta (amigdalites) e pneumonias.

Uma criança entre 1 e 7 anos pode ter cerca de 6 a 8 resfriados em um ano. Conforme vai crescendo, este número diminui, com o aumento da resistência.

As crianças que são desnutridas ou que têm alguma doença crônica ou alergias respiratórias são mais susceptíveis às gripes e resfriados. O vírus é transmitido pelo ar, e para prevenir, algumas medidas podem ajudar:

  • manter o ambiente arejado;
  • evitar locais fechados e com muita gente;
  • lavar sempre as mãos;
  • exercício físico regular;
  • evitar stress;
  • alimentação  adequada e balanceada.

Além disso, há vacina contra o vírus da gripe, a partir dos 6 meses e que deve ser administrada especialmente em crianças com alergias respiratórias, doenças crônicas e crianças em instituições.

O tratamento das gripes e resfriados é feito apenas com sintomáticos, pois não há medicação específica. Deve-se tomar bastante líquidos, repousar e utilizar medicamentos para a dor e a febre.

No caso de dúvidas ou quadros mais complicados/graves, deve-se sempre procurar o médico!

Dra. Fernanda F. G. Miguel
CRM: 104.671
Pediatra