terça-feira, 21 de março de 2017

VARIZES



Varizes são veias dilatadas, tortuosas e de calibre aumentado, que podem aparecer em diversas regiões do corpo. O mais comum é ocorrerem nos membros inferiores. Muito mais do que um problema estético, na verdade, elas indicam que algo não vai bem na circulação do sangue venoso pelo organismo.

Em sentido contrário ao da gravidade, as veias das pernas são responsáveis por levar o sangue que circulou pelo corpo de volta para o coração e dali para os pulmões, onde se dá a troca de gás carbônico por oxigênio. Para que possam exercer essa função, dentro delas existem pequenas válvulas que regulam o direcionamento do fluxo sanguíneo. Elas abrem para o sangue subir e fecham para impedir que desça, quando a pessoa fica em pé.

Sob determinadas condições, porém, essas válvulas se desgastam. Como não fecham mais direito, deixam escapar parte do sangue que deveria voltar para o coração. Desta maneira a pressão nas veias das pernas aumenta e elas dilatam e deformam por causa do sangue acumulado dentro delas.
Varizes constituem um problema crônico, que pode surgir em qualquer idade.
Fatores de risco que não podem ser mudados
Não temos como interferir em algumas condições que favorecem o aparecimento de varizes:
1.    Predisposição genética – pessoas com história familiar da doença devem preocupar-se com a prevenção dos problemas circulatórios desse cedo e adotar medidas que ajudem, pelo menos, a retardar o processo;
2.    Idade – à medida que as pessoas envelhecem, as veias vão perdendo a elasticidade e o sistema de válvulas enfraquece, o que dificulta o retorno do sangue venoso para o coração e os pulmões e favorece o aparecimento das deformações características das varizes;
3.    Sexo – as mulheres estão mais sujeitas a desenvolver varizes. Alterações hormonais durante a gravidez, menstruação e menopausa, assim como o uso de pílulas anticoncepcionais e a reposição hormonal são fatores de risco, porque os hormônios femininos, estrogênio e progesterona, agem sobre a parede dos vasos, diminuem sua resistência e comprometem o funcionamento das válvulas que regulam a passagem do sangue.




Fatores de risco que podem ser mudados
1.    Sedentarismo – a atividade física é fundamental na prevenção e tratamento das varizes. Praticar exercícios estimula o sistema circulatório como um todo e facilita o retorno do sangue para o coração;
2.    Imobilidade – quando, por exigência profissional ou nas viagens longas, por exemplo, a pessoa é obrigada a permanecer sentada ou em pé por muito tempo, na mesma posição, qualquer exercício que facilite a contração e relaxamento da panturrilha ajuda a bombear o sangue de volta para o coração. Um exemplo é a flexão dorsal do pé, que consiste em erguer os dedos dos pés, aproximando-os o mais possível da face anterior do tornozelo. O outro é tentar sempre caminhar alguns passos para estimular a musculatura da batata das pernas. Meias elásticas, desde que possuam a compressão adequada para o tipo de perna, também favorecem o bombeamento de sangue para o coração e colaboram para sua circulação no interior das veias;
3.    Obesidade – o sobrepeso e as complicações associadas (pressão alta e diabetes são duas delas) representam sobrecarga para o sistema circulatório e aumentam o risco de desenvolver varizes, uma vez que a gordura acumulada no abdômen faz subir a pressão sobre os vasos e dificulta o fluxo normal do sangue, que vai criando bolsões nas veias das pernas. Alimentação equilibrada e a prática regular de exercícios físicos são medidas fundamentais para diminuir o risco que o excesso de peso representa;
4.    Tabagismo – as substâncias que entram na composição do cigarro deixam o sangue mais viscoso, o que dificulta a circulação e favorece seu acúmulo nas veias das pernas. Largar o cigarro é uma medida de que não só as pernas, mas todo o organismo se beneficia;
5.    Salto alto – é um tema controverso. Alguns estudiosos do assunto garantem que não oferecem risco maior. O fato é que o uso rotineiro de saltos muito altos e finos pode manter a musculatura da perna por muito tempo contraída, obstáculo que torna mais difícil o retorno do sangue venoso e permite que parte dele fique retida nas veias das pernas e dos pés.

Prevenir o aparecimento de varizes exige mudanças permanentes no estilo de vida. O fato de já ter retirado uma veia doente não impede que as lesões apareçam em outra veia dos membros inferiores. Portanto, a recomendação é não desconsiderar os primeiros sinais da doença.

Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925

Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia

quarta-feira, 1 de março de 2017

Sinusite


A sinusite pode ser definida como uma inflamação da camada mucosa que reveste a cavidade nasal e os seios paranasais (“seios da face”), podendo ou não ter uma infecção associada. Em muitas vezes há também rinite acompanhando o quadro.
A classificação da sinusite é feita de acordo com a duração e frequência do processo:
  • Sinusite aguda: dura até 4 semanas. Na grande maioria dos casos, melhora com o tratamento clínico adequado, raramente necessitando de outros tratamentos.
  • Sinusite subaguda: é a continuação de uma sinusite aguda em que não houve a cura.
    Os sintomas se mantém após a 4ª semana, podendo durar até 12 semanas, mesmo que tenham sido tratados na fase aguda.
  • Sinusite recorrente: definida por 3 ou mais episódios de sinusite aguda em 1 ano.
  • Sinusite crônica: caracteriza-se pela persistência dos sinais e sintomas por mais de 12 semanas (3 meses). As alterações inflamatórias tornam-se persistentes, e quanto mais tempo estiver presente o processo infeccioso, maiores as possibilidades de que se tornem irreversíveis.
  • Sinusite complicada: inflamação que se estende além dos seios paranasais, podendo ocorrer uma complicação importante, como meningite.
Clinicamente, a sinusite pode aparecer com alguns destes sintomas: dor de cabeça, dor ou pressão na face, obstrução ou congestão nasal, secreção nasal, diminuição do olfato, febre, mau hálito e tosse.
O diagnóstico normalmente é clínico, ou seja, pelos sintomas. A importância do raio-X simples é controverso e discutível no diagnóstico, podendo ser solicitado quando existe dúvida. A tomografia computadorizada está indicada nas sinusites crônicas, recorrentes ou complicadas, ou quando há indicação cirúrgica.
São sinais de alerta para as complicações da sinusite: piora importante dos sintomas após 72h de uso de antibiótico adequado, surgimento de inchaço palpebral, dor de cabeça intensa com irritabilidade e alterações visuais.
Os fatores que predispõem sinusite são: resfriado, gripe, rinite alérgica ou não-alérgica, alterações estruturais do nariz e aumento de adenóides.
As sinusites virais, que apresentam sintomas leves e melhora espontânea, não necessitam de tratamento medicamentoso. Já as bacterianas, precisam de antibióticos.
O uso de soro fisiológico nasal pode auxiliar no tratamento da sinusite aguda ou crônica.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela SBP
CRM: 104.671