O movimento conhecido
como Outubro Rosa nasceu nos Estados
Unidos, na década de 1990, para estimular a participação da população no
controle do câncer de mama. A data é celebrada anualmente com o objetivo de
compartilhar informações sobre o câncer de mama e promover a conscientização
sobre a importância da detecção precoce da doença.
O câncer de mama é uma doença causada pela
multiplicação de células anormais da mama, que formam um tumor. Há vários tipos
de câncer de mama. Alguns tipos têm desenvolvimento rápido enquanto outros são
mais lentos.
Para o Brasil, em 2016, são esperados
57.960 casos novos de câncer de mama. Tipo de câncer mais comum entre as
mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma, o câncer
de mama responde por cerca de 25% dos casos novos a cada ano. Especificamente
no Brasil, esse percentual é um pouco mais elevado e chega a 28,1%. Sem
considerar os tumores de pele não melanoma, esse tipo de câncer é o mais
frequente nas mulheres das Regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.
Existe tratamento para câncer de mama, e o Ministério da Saúde
oferece atendimento por meio do Sistema Único de Saúde, o SUS.
Não existe uma causa
única para o câncer de mama, que é mais comum em mulheres (apenas 1% dos casos
são diagnosticados em homens) e tem na idade um dos mais importantes fatores de
risco para a doença. Cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50
anos. O câncer de mama de caráter genético/hereditário corresponde a apenas 5%
a 10% do total de casos da doença.
Diversos fatores estão relacionados ao câncer de mama:
Fatores
ambientais e comportamentais:
-
Obesidade e sobrepeso após a menopausa;
-
Sedentarismo;
-
Consumo de bebida alcoólica;
-
Exposição frequente a radiações ionizantes
(Raio x).
Fatores da história
reprodutiva e hormonal:
-
Primeira
mentruação (menarca) antes dos 12 anos;
-
Não
ter tido filhos;
-
Primeira
gravidez após os 30 anos;
-
Não
ter amamentado;
-
Parar
de menstruar (menopausa) após os 55 anos;
-
Uso
de contraceptivos hormonais (estrogênio- progesterona);
-
Ter
feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos.
Fatores genéticos e hereditários:
-
História
familiar de câncer de ovário;
-
Vários
casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos;
-
História
familiar de câncer de mama em homens;
-
Alteração
genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2.
*A
mulher que possui um ou mais desses fatores genéticos/ hereditários é
considerada com risco elevado para desenvolver câncer de mama.
A
presença de um ou mais desses fatores
de risco não significa que a mulher terá necessariamente a doença.
Fatores de Proteção:
Estima-se que 30% dos
casos de câncer de mama possam ser evitados quando são adotadas práticas
saudáveis como:
-
Praticar
atividade física;
-
Alimentar-se
de forma saudável;
-
Manter
o peso corporal adequado;
-
Evitar
o consumo de bebidas alcoólicas;
-
Amamentar
Os principais sinais e sintomas do câncer de mama são:
-
Caroço
(nódulo) fixo, endurecido e, geralmente, indolor;
-
Pele
da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
-
Alterações
no bico do peito (mamilo);
-
Pequenos
nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço;
-
Saída
espontânea de líquido dos mamilos
O câncer de mama pode
ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos, aumentando assim as
chances de tratamento e cura.
Todas as mulheres,
independentemente da idade, podem conhecer seu corpo para saber o que é e o que
não é normal em suas mamas. É importante que as mulheres observem suas mamas
sempre que se sentirem confortáveis para tal (seja no banho, no momento da
troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem técnica específica,
valorizando a descoberta casual de pequenas alterações mamárias. A maior parte
dos cânceres de mama é descoberta pelas próprias mulheres.
Além de estar atenta ao
próprio corpo, também é recomendado que mulheres de 50 a 69 anos façam uma
mamografia de rastreamento (quando não há sinais nem sintomas) a cada dois
anos. Esse exame pode ajudar a identificar o câncer antes do surgimento dos
sintomas.
Mamografia é uma
radiografia das mamas feita por um equipamento de raios X chamado mamógrafo,
capaz de identificar alterações suspeitas.
Mulheres com risco
elevado para câncer de mama devem conversar com o seu médico para avaliação do
risco para decidir a conduta a ser adotada.
Riscos e benefícios da
mamografia de rastreamento
No Brasil, a
recomendação do Ministério da Saúde é a realização da mamografia
de rastreamento (quando não há sinais nem sintomas) em
mulheres de 50 a 69 anos, uma vez a cada dois anos.
A mamografia de
rastreamento pode ajudar a reduzir a mortalidade por câncer de mama, mas também
expõe a mulher a alguns riscos. Conheça os principais riscos e benefícios:
Benefícios:
- Encontrar o câncer no início e
permitir um tratamento menos agressivo.
- Menor chance de a paciente
morrer por câncer de mama, em função do tratamento precoce.
Riscos:
- Suspeita de câncer de mama.
Isso requer outros exames, sem que se confirme a doença. Esse alarme falso
(resultado falso positivo) gera ansiedade e estresse.
- Câncer existente, mas resultado
normal (resultado falso negativo). Esse erro gera falsa segurança à
mulher.
- Ser diagnosticada e submetida a
tratamento, com cirurgia (retirada parcial ou total da mama),
quimioterapia e/ou radioterapia, de um câncer que não ameaçaria a vida.
Isso ocorre em virtude do crescimento lento de certos tipos de câncer de
mama
- Exposição aos Raios X.
Raramente causa câncer, mas há um discreto aumento do risco quanto mais
frequente é a exposição.
Mamografia
Diagnóstica
A mamografia diagnóstica,
assim como outros exames complementares com finalidade de investigação de
lesões suspeitas da mama, pode ser solicitada em qualquer idade, a critério
médico. Ainda assim, a mamografia diagnóstica geralmente não é solicitada em
mulheres jovens, pois nessa idade as mamas são mais densas e o exame apresenta
muitos resultados incorretos.
O SUS oferece exame de
mamografia para todas as idades, quando há indicação médica.
Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra
pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia