quarta-feira, 22 de junho de 2016

Artrite Reumatóide


Artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica, autoimune, que afeta as membranas sinoviais (fina camada de tecido conjuntivo) de múltiplas articulações (mãos, punhos, cotovelos, joelhos, tornozelos, pés, ombros, coluna cervical) e órgãos internos, como pulmões, coração e rins, dos indivíduos geneticamente predispostos. A progressão do quadro está associada a deformidades e alterações das articulações, que podem comprometer os movimentos.
Não se conhecem as causas da doença, que afeta duas vezes mais as mulheres do que os homens entre 50 e 70 anos, mas pode manifestar-se em ambos os sexos e em qualquer idade. A forma juvenil tem início antes dos 16 anos, acomete número menor de articulações e provoca menos alterações no exame de sangue.
Sintomas
No início, os sintomas podem ser insidiosos e comuns a outras enfermidades ou ocorrer abrupta e simultaneamente. Os mais comuns são rigidez matinal que regride durante o dia, mal-estar, diminuição do apetite, perda de peso, cansaço, febre baixa, inchaço nas juntas das mãos, punhos, joelhos e pés, que se deformam com a evolução da doença.
Diagnóstico
O diagnóstico leva em conta os sintomas, o resultado de exames laboratoriais (VHS, proteína C-reativa e fator reumatoide) e por imagem (raios X, ressonância magnética, ultrassonografia articular).
O Colégio Americano de Reumatologia estabeleceu os seguintes critérios que ajudam a nortear o diagnóstico (os quatro primeiros devem estar instalados durante seis semanas pelo menos):
* Rigidez matinal;
* Artrite de três ou mais áreas, com sinais de inflamação;
* Artrite de articulação das mãos ou punhos (pelo menos 1 área com edema);
* Artrite simétrica (a simetria não precisa ser perfeita);
* Nódulos reumatoides ;
* Fator reumatoide sérico positivo;
* Alterações radiográficas (erosões ou descalcificações articulares).
Tratamento
Quanto mais cedo for diagnosticada a doença e iniciado o tratamento, melhor será o prognóstico. Embora ainda não se conheçam os recursos para a cura definitiva, é possivel obter a remissão dos sintomas, preservar a capacidade funcional e evitar a progressão das deformidades.
Repouso só deve ser indicado em quadros muito dolorosos e por pouco tempo. Atividade física e fisioterapia são importantes para controlar o comprometimento das articulações e a perda da mobilidade.
O tratamento medicamentoso inclui analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides (AINE), cortiscoroides e drogas imunossupressoras, como o metrotrexato e a ciclosporina. Alguns medicamentos mais recentes, desevolvidos através de tecnologias baseadas na biologia molecular, trazem novas possibilidades terapêuticas.
A cirurgia e a colocação de próteses articulares podem representar uma opção de tratamento, nos estágios avançados da doença.
Recomendações
* Não tenha medo: artrite reumatoide não é doença contagiosa nem hereditária;
* Lembre que a artrite reumatoide sem tratamento pode ter como consequência a total incapacidade de movimentar-se;
* Não se automedique nem atribua ao envelhecimento sinais que possam ser indicativos da artrite reumatoide. Procure assistência médica.

Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia


quarta-feira, 1 de junho de 2016

Visão





Os cuidados com a visão da criança começam antes mesmo do seu nascimento. Por mais este motivo, o pré-natal é muito importante. Doenças como a toxoplasmose e a rubéola durante a gestação, se não diagnosticadas e tratadas, podem causar problemas de visão e até cegueira.
Os recém-nascidos enxergam tudo desde o princípio, mas de forma pouco clara; a total visão do bebê se desenvolve com o tempo. Logo na maternidade é realizado um exame simples pelo Pediatra, que é o “Reflexo Vermelho”. Ele consiste na visualização do fundo do olho do bebê com uma luz; é considerado normal quando os dois olhos apresentam um reflexo vermelho brilhante. O exame é feito para descartar doenças como o retinoblastoma (câncer ocular) e a catarata congênita.
Após o nascimento, apesar do acompanhamento com o Pediatra, o exame rotineiro dos olhos no consultório do médico Oftalmologista é muito importante para a preservação de uma boa visão, e isso deve ocorrer em todas as idades. O primeiro exame oftalmológico deve ser realizado quando a criança tem uma idade de aproximadamente dois anos, caso não haja nenhum sinal de anormalidade, como diferença de cor entre os olhos do bebê, secreção, estrabismo ou persistência de lacrimejamento constante. Um bebê prematuro deve ser acompanhado desde os primeiros meses com o especialista.
Existem vários testes de visão que podem ser aplicados tanto em bebês quanto em crianças. O importante é os pais não adiarem a visita ao Oftalmologista, e não deixarem de repeti-la anualmente, pois uma criança que na idade pré-escolar tenha sido considerada como vendo bem, pode desenvolver posteriormente problemas de visão, como miopia, hipermetropia e astigmatismo, que necessitam de correção (uso de óculos).
Os pais e os professores devem estar sempre atentos durante o período em que as crianças aprendem a ler e a escrever. As dificuldades de aprendizagem podem ser um indício de que a criança enxerga mal.
Portanto, somente com o exame oftalmológico rotineiro, independente da idade ou da presença de sintomas, poderemos preservar nossa tão valiosa visão por toda a vida.


Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela SBP

CRM: 104.671