À medida que envelhecemos, ocorre uma perda natural e gradativa da massa óssea. Quando essa perda alcança um nível tão importante a ponto de desorganizar a estrutura dos ossos, aumentando a sua fragilidade e o risco de fraturas, temos então a osteoporose , que significa “ossos porosos”. Ela pode manifestar-se em ambos os sexos, mas atinge especialmente as mulheres depois da menopausa por causa da queda na produção do estrógeno.
Apesar da íntima relação com a terceira idade, é durante a infância e juventude que alcançamos nosso pico de massa óssea. Para isso, é fundamental garantir a ingestão adequada de cálcio, vitamina D e praticar exercícios mesmo quando somos jovens. Constituir ossos de qualidade permite-nos garantir a obtenção de uma boa reserva inicial que poderá postergar a doença em questão. Porém, essa reserva vai se esgotando lentamente ao longo dos anos …
Mesmo que tenhamos um pico de massa óssea razoável, diversos outros fatores associam-se a um aumento do risco da osteoporose primária: tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, história familiar, imobilidade, baixo peso, origem asiática, menopausa precoce, menarca tardia e menstruação irregular.
Algumas formas de osteoporose por outro lado, são chamadas de secundárias e dependem diretamente de doenças crônicas ou do uso de determinados medicamentos, especialmente corticóides.
Cabe ao médico traçar estratégias visando prevenir, diagnosticar e tratar esse mal que já provoca fraturas em 60% das mulheres e 30% dos homens com mais de 60 anos. Em geral o que ocorre é que somente após complicações, como dores decorrentes de fraturas é que as pessoas passam a se preocupar.
A osteoporose é conhecida como uma doença silenciosa pois não provoca sintomas. Diferentemente do que muitos pensam, cansaço, desconforto, dores articulares e musculares não podem ser atribuídas diretamente à doença e radiografias não são um bom exame diagnóstico.O exame que confirmao diagnóstico da doença é a densitometria óssea.
Vale frisar que o papel da reposição de cálcio e vitamina D é muito importante, mas não substitui o tratamento da doença. O arsenal terapêutico disponível para quem tem osteoporose é vasto e inclui drogas orais ou injetáveis, com variados esquemas posológicos.
Sempre é bom lembrar que:
- a osteoporose não é problema que atinge só as mulheres. Ela afeta também os homens. Nelas, a causa mais comum é a queda na produção de estrógeno depois da menopausa; neles, o índice da massa corpórea abaixo de 20, a falta ou excesso de exercício, diabetes, hipertireoidismo, doença do glúten, drogas contra a epilepsia ou imunossupressores usados em transplantes de órgão;
- a dieta diária deve incluir alimentos ricos em cálcio como leite, queijos, iogurtes; o cálcio é um mineral indispensável para garantir a recomposição da estrutura óssea;
- suplementos de cálcio e vitamina D são recomendados para manter a massa óssea, especialmente nos pacientes cujas dietas são pobres em leite e laticínios, e que apanham pouco sol;
- caminhar, andar de bicicleta, nadar, correr e, especialmente, exercícios com pesos são fundamentais para manter o tônus muscular e prevenir a osteoporose;
- os esportes mais indicados para a produção contínua de massa óssea são os que provocam grande tensão muscular. Músculos exercitados e em movimento colaboram para que os ossos fiquem mais fortes e reduzem o risco de quedas e fraturas nas pessoas de idade.
Não espere o silêncio mascarar essa condição tão prevalente e perigosa, procure o seu médico!
Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia