Quando alguém ouve falar em meningite, logo vem a preocupação: uma doença muito grave!!! Mas a maioria das pessoas não sabe exatamente o que é essa doença e que nem sempre ela é tão grave quanto se pensa.
A meningite é uma inflamação das meninges, ou seja, das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal (estrutura nervosa que fica dentro da coluna).
Uma das informações importantes sobre a meningite é que há diversas causas, tanto infecciosas como não-infecciosas:
- infecciosas: causadas por bactérias (meningococo, pneumococo, hemófilo, etc.), vírus, fungos, parasitas (vermes) e outras (tuberculose).
- não-infecciosas: tumores, traumas (sangramento intracraniano), doenças auto-imunes, intoxicações (por chumbo, mercúrio) e outras.
Os sinais e sintomas da meningite são bem variados e dependem muito da idade da criança. Em bebês há uma grande dificuldade no diagnóstico, pois pode haver somente achados mínimos; febre, vômito, irritabilidade e abaulamento da fontanela (moleira alta) podem aparecer ou não.
Nas crianças maiores também são indícios a febre, o vômito e a irritabilidade; além disso, dor de cabeça e/ou na nuca, dificuldade em dobrar o pescoço, convulsão, sensibilidade à luz e confusão mental. Pontinhos vermelhos na pele ocorrem principalmente em alguns casos de meningite meningocócica.
Quando há suspeita de meningite, o principal exame é a análise do líquido cefalorraquidiano ou líquor, que é o líquido que envolve a meninge. Ele é coletado por uma punção feita com agulha, na parte lombar da coluna, entre as vértebras. O líquor é enviado ao laboratório e por sua análise mostrará se há infecção e qual o tipo provável desta.
Após o diagnóstico, se for meningite causada por bactéria, o tratamento consistirá em antibióticos adequados. Caso o agente for um vírus, o tratamento é só de suporte, ou seja, monitorização clínica e uso de sintomáticos, a não ser que seja um caso mais grave, como o da meningite pelo herpes-vírus, que possui tratamento com medicação específica.
Normalmente, independente da causa, a criança deverá ser monitorada em hospital por pelo menos 48 a 72 horas, pois as complicações ocorrem neste período.
Nos casos em que o agente é menos agressivo e com o tratamento rápido e adequado, há uma boa evolução, sem problemas futuros para o desenvolvimento da criança.
É importante lembrar que a vacinação protege contra alguns vírus e bactérias causadores de meningite. Porém, não há vacina para todos os agentes e algumas vacinas não são aplicadas nos Postos de Saúde, e sim, somente em clínicas particulares. Além disso, a vacina não dá eficácia de 100% contra a meningite, mas diminui muito o risco e a gravidade da doença.
Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.671