Certamente, o choro persistente e que não cessa mesmo quando não há nada que o justifique,
deve ser considerado e caso haja dúvidas, deve-se pedir orientação ao Pediatra para excluir possíveis doenças. Porém nestes casos normalmente há outros sinais associados, servindo de alerta, como a recusa alimentar e a perda de peso.
A maioria dos choros tem causa comum e de fácil reconhecimento: fome, frio, calor, sede, sono, fralda suja, necessidade de sugar, necessidade de contato físico ou então, a tão famosa “cólica”.
A cólica é caracterizada pelo choro súbito, forte e prolongado, com pequenas pausas, acompanhado por “caretas” de dor. O bebê se estica e se encolhe, fica vermelho e com a barriguinha dura. A eliminação de gases permite um alívio temporário.
Outra característica do choro por cólica é o seu início ou piora por volta da terceira semana de vida, durando até cerca de 3 meses. É também mais comum e intenso por volta das 19 às 23 horas, podendo durar minutos ou até horas seguidas.
A causa das cólicas no bebê deve-se principalmente à incoordenação dos movimentos intestinais; ou seja, o intestino do recém-nascido leva um período para “aprender” a trabalhar para uma só direção. E este movimento “desorientado” causa as dores abdominais e a formação de gases.
Então, como lidar com tamanho desconforto, responsável por tantas noites em claro?
O principal é MANTER A CALMA !!!
Pode parecer pouco, mas a tranquilidade passada para o bebê é responsável pela diminuição dos períodos críticos de dor.
O posicionamento também auxilia bastante: uma posição confortável em que o bebê fique de bruços sobre um travesseiro ou sobre a barriga dos pais costuma aliviar os sintomas.
Massagear a barriga da criança com as mãos, da direita para a esquerda e flexionar as pernas ajuda a eliminar os gases.
E finalmente, deixar o bebê no colo, em “posição de arrotar”, após as mamadas ajuda o esvaziamento do estômago e a melhor digestão do leite.
Medicações normalmente não são necessárias e muitas vezes não resolvem bem o problema. Mesmo assim, logo nas primeiras consultas de rotina, peça orientação quanto à receita de algum medicamento específico para a cólica, caso ela apareça de forma intensa.
Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.671