terça-feira, 30 de abril de 2013

Dengue

Nos últimos anos, o número de casos de dengue aumentou vertiginosamente no Brasil, assim como o número de óbitos pela doença.

 A dengue é uma doença causada pela picada de um mosquito infectado com o vírus da doença.

O mosquito responsável pela transmissão do vírus da dengue é o Aedes aegypti. Ele mede menos de 1 centímetro, tem cor café ou preta e apresenta listras brancas no corpo e nas patas.

Não há transmissão por contato direto de um doente com uma pessoa sadia, nem de fontes de água ou alimento. A transmissão só ocorre mesmo pela picada do mosquito infectado pelo vírus.

Há duas formas de manifestação da doença:

  • clássica: os sintomas mais comuns são febre, dores no corpo (principalmente em articulações), dor de cabeça e atrás dos olhos. Também podem aparecer manchas vermelhas pelo corpo e cansaço.
  • hemorrágica: além dos sintomas acima, há vômitos intensos, sonolência ou agitação e sangramento. 

Não há tratamento específico para o paciente com a dengue clássica. O médico deve tratar os sintomas, como as dores de cabeça e no corpo, com analgésicos e antitérmicos (Dipirona). Devem ser evitadas medicações como o AAS e a Aspirina, pois podem favorecer sangramentos. É importante também que o paciente fique em repouso e receba hidratação.

Já os pacientes com dengue hemorrágica devem ser observados cuidadosamente para identificação dos primeiros sinais de choque, como a queda de pressão. O período crítico ocorre durante a transição da fase febril para a sem febre, geralmente após o terceiro dia da doença. A pessoa deixa de ter febre e isso leva a uma falsa sensação de melhora, mas em seguida o quadro clínico do paciente se agrava.

Uma mesma pessoa pode ter novamente a doença, mas nunca pelo mesmo tipo de vírus. Ou seja, a pessoa fica imune contra o tipo de vírus que provocou a doença, mas ela ainda poderá ser contaminada pelos outros tipos do vírus da dengue.
 
Como é praticamente impossível eliminar o mosquito, é preciso eliminar os locais de reprodução do Aedes aegypti, identificando objetos que possam se transformar em criadouros. Por exemplo, uma bacia no pátio de uma casa é um risco, porque, com o acúmulo da água da chuva, a fêmea do mosquito poderá depositar os ovos neste local. Então, o único modo é limpar e retirar tudo que possa acumular água e oferecer risco. Também pode-se utilizar telas e repelentes para evitar a picada do mosquito.

Ainda não existe vacina contra a dengue, portanto, o controle dos mosquitos é a principal arma.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.673

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Diarréia e Desidratação

A diarréia é uma das queixas mais freqüentes da infância no nosso país.
Mas como saber quando a criança realmente apresenta diarréia?
A diarréia consiste em aumento do número de evacuações e/ ou amolecimento das fezes. Devemos lembrar que os bebês normalmente apresentam várias evacuações por dia, o que não significa diarréia, e sim seu reflexo intestinal normal após as mamadas. Portanto, para o diagnóstico da diarréia, deve haver uma modificação do hábito intestinal anterior da criança.
Várias doenças podem causar diarréia na infância, como:

  • doenças infecciosas: são as causadas por vírus, bactérias e vermes;
  • doenças não infecciosas: podem ocorrer por desnutrição, erro alimentar, uso de medicações, alergia alimentar, etc.

É importante verificar se juntamente com as fezes há sangue ou muco, se há também febre, vômito ou cólica associados para que facilite a descoberta da causa.
A grande maioria dos casos tem cura rápida e sem necessidade de tratamento específico. Porém, se não houver hidratação adequada, a criança poderá perder muito líquido e chegar a desidratar.
O que pode ser feito na diarréia para evitar a desidratação é:

  • repor líquidos: água, chás, sucos naturais, água de coco e é claro, o soro. O soro pode ser obtido em farmácias e postos de saúde, ou pode ser preparado em casa - o chamado Soro Caseiro: 1 litro de água + 1 colher de chá de sal + 8 colheres de açúcar. Mas cuidado: se houver dúvidas na preparação, é melhor utilizar o soro já pronto. Os líquidos devem ser oferecidos várias vezes durante o dia e após a diarréia ou vômito.
  • procurar uma alimentação leve e balanceada, como gelatinas, purê de batatas, maçã cozida, sopa de legumes com frango cozido e bolachas de sal. Evitar comidas artificiais, com corantes e irritantes gástricos, como temperos prontos, sucos artificiais e condimentos.
  • ter cuidado com leite e derivados. O leite materno é liberado, porém o leite de vaca possui muita lactose, que pode agravar ou prolongar a diarréia. Durante este período o seu consumo não deve ser exagerado e pode-se utilizar o leite de soja.
  • não usar medicações sem consultar o médico. Analgésicos de uso habitual podem ser dados à criança caso haja febre ou dor. Não faça uso de medicações sem orientação para “cortar” a diarréia.

Para evitar a diarréia, o mais eficiente é lavar bem as mãos antes de comer ou manipular alimentos e após ir ao banheiro; fazer higiene dos alimentos; utilizar sempre água filtrada ou fervida para beber e preparar os alimentos.
Por fim, a higiene local é fundamental. A troca freqüente de fraldas previne o aparecimento de assaduras. Lembre-se sempre de fazer a limpeza entre as trocas com cuidado e secando muito bem e suavemente o local.

Dra. Fernanda F. G. Miguel
Pediatra
CRM: 104.671